10. Resident Evil 2 (Nintendo 64)
Se você acha que é coisa nova a febre de zumbis na cultura pop, capitaneada por obras como The Walking Dead, Shaun of the Dead e Zombieland, você não prestou atenção no mundo dos games nos anos noventa. Resident Evil era uma verdadeira febre e estava inovando o gênero survival horror nos videogames da concorrência. Os nintendistas só podiam invejar os donos do PlayStation e do Sega Saturn, até que a Capcom, num momento de iluminação, resolveu lançar Resident Evil 2 para o Nintendo 64, levando os cartuchos da Nintendo até o limite e entregando os primeiros vídeos de computação gráfica do sistema. Foi um port que certamente deu muito trabalho à Capcom, e nós agradecemos por esse trabalho até hoje! Facilmente um dos melhores jogos do sistema.9. Ducktales (NES)
“Ducktales, wooo-huuu!” Se você é jovem, dificilmente essas palavras significam algo. Mas se você é um daqueles leitores do Nintendo Blast que foram crianças nos anos oitenta, deve ter noção da febre que era Ducktales. Então quando a Capcom lançou com exclusividade para o NES um jogo baseado no desenho mais popular do mundo, todos foram a loucura. Ajudava bastante o fato do jogo ser excelente e contar com uma das melhores trilhas sonoras da história. E nem estou falando da música de abertura. Experimente ouvir a faixa moon e contemple a música 8 bits em toda sua glória!8. Ghosts’n Goblins (NES)
Embora a franquia ande meio sumida, você provavelmente já deve pelo menos ter ouvido falar das aventuras do nobre cavaleiro de cuecas Artur, que parte em busca de sua princesa numa saga incrivelmente hardcore que sempre figura na lista de jogos mais difíceis da história. Embora tudo tenha começado no nintendinho, é possível penar para zerar o jogo no Super Nintendo, GameBoy Advance e até mesmo no GameBoy Color. As versões são um pouco diferentes, contando com novas fases e inimigos, mas todas são igualmente dificeis. Não deixe de conferir Super Ghouls’n Ghosts, possivelmente a mais completa e bela versão do jogo.7. Final Fight (SNES)
O beat ‘em up marcou forte presença nos videogames durante as décadas de oitenta e noventa, e Final Fight talvez seja o mais famoso expoente deste gênero. A trama ridícula (e apaixonante) inspirada no cinema de ação da época colocava o icônico prefeito Haggar para, no braço, acabar com uma gangue de meliantes que sequestram sua filha. Final Fight é importante por ter feito parte da linha de jogos disponível no lançamento do Super Famicom no Japão. Peculiarmente, quando o jogo chegou aos Estados Unidos, a Nintendo acabou censurando vários elementos: todas as menções álcool foram deletadas, um inimigo que dizia “Oh my god” (oh, meu Deus!) passou a falar “oh my car!” (oh, meu carro!), mas a alteração mais importante e marcante para a indústria foi mesmo a transformação sexual de Poison e Roxy, que até hoje rende polêmica. Apesar de toda a confusão e de algumas limitações que a versão de Super Nintendo tinha em relação ao arcade que a inspirou, Final Fight é um dos mais irados e importantes jogos do Super Nintendo.6. Bionic Commando (NES)
Quando os jogadores achavam que já tinham visto de tudo no mundo da plataforma em duas dimensões 8 bits, eis que surge o inovador Bionic Commando e vira o mundo de pernas para o ar: o protagonista do game, vejam só, não possuía um botão de pulo! “Mas como isso é possível?”, pergunta você, com muita sensatez. Simples: ao invés de pular, o herói utiliza um braço biônico que se estica todo e se prende a pontos elevados e distantes. Deste modo é possível se balançar e utilizar o impulso para pular. Uma mecânica muito elegante e inovadora que mostrou ao mundo que os jogos não precisam todos seguir uma fórmula pré definida.5. Ace Attorney: Phoenix Wright (DS)
Ah, o mundo jurídico. Intermináveis filas nos fóruns, processos que levam anos para tramitar em julgado, gente andando de terno no calor tropical, juízes sempre emburrados... Isso é tudo que você não espera encontrar num jogo de videogame, certo? Objeção! A Capcom percebeu que o universo do Direito poderia virar uma franquia de enorme sucesso e bancou as aventuras de Phoenix Wright, o advogado mais famoso da Nintendo. Sua série para o Nintendo DS fez tanto sucesso que chegou até mesmo a ser lançada para o virtual console do Wii. Mas, a bem da verdade, a série foi feita para os portáteis e se sai muito melhor por lá, como provam os Ace Attorneys derivados Apollo Justice e Miles Edgeworth.4. Mega Man 2 (NES)
Se hoje o robô azul da Capcom é um dos personagens mais relevantes e marcantes da indústria, muito se deve a esta pequena pérola do NES. Tudo bem que o primeiro Mega Man é quem deu origem a tudo e já havia agradado bastante aos fãs e à crítica especializada, mas foi só em sua segunda aventura que o blue bomber mostrou realmente a que veio. Com oito mestres robôs, power ups irados e fases inesquecíveis, o jogo marcou época. Na verdade, o sucesso de Mega Man 2 foi tão grande que acabaram sendo lançadas mais quatro sequências para o nintendinho, uma para o Super Nintendo, e finalmente mais duas para o virtual console do Wii. E eu nem estou contando os derivados excelentes como a série X ou Mega Man 64...3. The Legend of Zelda: Oracle of Ages & Seasons (GBC)
Você sabia que por um bom tempo a Nintendo e a Capcom trabalharam juntas na série Zelda? A primeira contribuição da Capcom na franquia é justamente a que marca presença neste top 10: a série Oracle, que chegou ao GameBoy Color nas versões Ages e Seasons. Deu tão certo que, em 2002, a Capcom ficou responsável por trazer A Link to the Past ao GameBoy Advance, e acabou criando e colocando nesse mesmo cartucho o minigame Four Swords, que como todos sabemos acabou virando um jogo de GameCube posteriormente. A última contribuição da Capcom para o universo de Zelda foi em 2004 com o jogo The Minish Cap, também para o GameBoy Advance. Estranhamente, apesar da qualidade de todos os títulos aqui listados, depois disso a parceria Nintendo-Capcom nunca mais se repetiu na franquia.2. Street Fighter II (SNES)
Vamos lá, fale a verdade: assim que voce leu o nome desta coluna você já tinha certeza de que Street Fighter entraria na lista, não é mesmo? Esse clássico absoluto da Capcom foi o grande responsável pela popularização dos jogos de luta nos anos noventa. Na época era simplesmente impossível esbarrar com um jogador de videogame que não tivesse disputado ao menos uma luta com Ryu, Guile e cia. O mais interessante é que, embora Street Fighter tenha marcado presença nas grandes plataformas da época, como o Mega Drive, as versões lançadas para Super Nintendo sempre eram tecnicamente superiores às da concorrência. As vendas do jogo no SNES foram tão boas que muita gente até esqueceu que o jogo veio originalmente dos fliperamas. Facilmente um dos jogos mais icônicos do Super Nintendo, e o jogo da Capcom mais bem vendido até hoje, com mais de seis milhões de cópias comercializadas.1. Resident Evil 4 (GC)
Sim, Resident Evil não apenas reaparece no top 10, como lidera o nosso ranking! "mas como é possível dizer que este jogo é melhor e mais relevante que Street Fighter, Thomas?". Que bom que perguntou. Se Street Fighter foi a reinvenção e popularização dos jogos de luta, Resident Evil 4 acabou fazendo o mesmo pelos jogos de ação e survival horror. Dê uma rápida olhada na sua prateleira de jogos e perceba quantos jogos não pegaram emprestado a visão de câmera acima do ombro e toda a mecânica de ação deste jogo. O survival horror como o conhecíamos, com aquelas câmeras fixas no estilo Alone in the Dark praticamente desapareceram do mapa, dando lugar ao esquema mais dinâmico de ação de Resident Evil 4.Além de todos os seus méritos técnicos, o jogo veio num momento chave, pois o GameCube perdia cada vez mais espaço no mercado para o PlayStation 2 e precisava de um grande jogo de third party para que outras desenvolvedoras pudessem redescobrir seu potencial e voltar a investir no sistema. Então, quando Resident Evil 4 veio para o GameCube com exclusividade e vendendo como água, o sistema voltou aos holofotes. Tudo bem que a exclusividade do GameCube não durou muito, mas isso pouco importa. Agora bem que a Capcom poderia fazer o caminho inverso, tirar Resident Evil 6 da concorrência e confirmá-lo logo para o Wii U, não é?
Revisão: Thyago Coimbra Cabral