Após o lançamento de Diablo II na metade de 2000, a equipe da Blizzard North, responsável pelo jogo, se dividiu em duas para continuar o legado da série. Essas informações quem conta é David Craddok, que está escrevendo um livro sobre a empresa desde 2008 e, por isso mesmo, descobriu muitas curiosidades e informações através de pesquisa e conversas com os funcionários e pessoas relacionadas.
Um destes grupos começou a trabalhar em uma expansão para Diablo II, que viria a ser lançada com o nome Lord of Destruction um ano após o game original. O outro time foi cuidar de novos jogos. Mas vários desenvolvedores juntaram-se para propor ideias de projetos menores. Desse brainstorm surgiu Diablo Junior, que seria feito para Game Boy Color ou Advance. A escolha da plataforma não estava definida por ainda ser necessário avaliar o mercado e os negócios.
O curioso é que a Nintendo não está nessa história apenas como fabricante do portátil, mas também como fonte de inspiração. Sendo um singleplayer e se passando antes dos acontecimentos do primeiro game, Diablo Junior possuiria três versões diferentes, assim como os lançamentos da série Pokémon. Cada uma delas iniciaria na mesma cidade e se diferenciaria à medida que os jogadores se aventurassem pelos campos e calabouços do mundo, já que cada versão possuiria seus próprios caminhos. Seria possível encontrar vários itens pelo jogo, que seriam trocados entre os três cartuchos. A identificação de cada versão seria pelo protagonista, um guerreiro, um ladrão ou um mago, dependendo do título escolhido.
Infelizmente após reuniões concluiu-se que os gastos de desenvolvimento de um jogo para portáteis na época era muito alto, quanto mais três, e o investimento não valeria a pena. Um protótipo chegou a ser feito e pode ser visto no vídeo abaixo. Como ainda era um “esboço”, não está colorido nem com áudio adicionado.
Mas a grande dúvida é se a Blizzard realmente teria coragem de publicar um título da série Diablo, conhecida por seu tom mais sombrio, com “Junior” no título, que de monstros e inferno não lembra nada.
Após Lord of Destruction, a equipe voltou a trabalhar em uma nova expansão para Diablo II, dessa vez focada no multiplayer, mas a proposta não seguiu adiante. Concluíram que o segundo jogo já havia cumprido seu papel e preferiram começar a trabalhar no Diablo III que temos hoje, dez anos mais tarde. Não foi dessa vez que queimamos nossas mãos com um portátil da Nintendo.
Revisão: Leandro Freire