Blast from the Past: Metroid: Zero Mission (GBA)

em 26/09/2012

Na segunda metade da década de 1980, um título lançado para o NES chocou os jogadores de todo mundo. Esse título era Metroid , um dos primei... (por Jardeson Barbosa em 26/09/2012, via Nintendo Blast)

Na segunda metade da década de 1980, um título lançado para o NES chocou os jogadores de todo mundo. Esse título era Metroid, um dos primeiros jogos a apresentar uma protagonista do sexo feminino. Metroid é um marco na história da narrativa nos videogames, mas, infelizmente, ficou velho demais para os jogadores da geração Z. E foi pensando nesse grupo de jogadores que a Nintendo Research & Development 1 produziu um remake que não deve em nada à versão original e que ainda possui a sua cota de segredos e surpresas. O Blast from the Past de hoje desvendará os mistérios da primeira missão da mercenária Samus Aran, a Missão Zero. Será que vale a pena jogar de novo?

Como todo remake deve ser

Costumo acreditar que remakes são apenas uma forma que as produtoras encontraram para ganharem dinheiro fácil em cima de títulos clássicos. Mas nem sempre isso invalida o fato que algumas recriações superam as obras originais.

A mesma cena em duas versões.

Lançado para Game Boy Advance em 2004, Metroid: Zero Mission é um desses remakes que ousam modificar a forma como enxergamos um clássico e é um dos poucos que tem a existência justificada. O Metroid original, lançado em 1986 para NES, sofre de um mal que a maioria dos jogos sofrerá um dia: envelheceu muito mal. Qualquer jogador que tenha se acostumado com regalias como mapas que informam a posição atual e saves automáticos irá sentir certa dificuldade com o título – e se você levar em consideração que métodos arcaicos (como desenhar o mapa do jogo em uma folha de papel) são necessários, um remake era realmente necessário.

Zero Mission lembra, de muitas maneiras, outro Metroid lançado para Game Boy Advance: Metroid Fusion. Praticamente tudo que existe em Fusion foi adaptado para Zero Mission. As atualizações vão desde os gráficos mais bonitos à certas habilidades que Samus não tinha no primeiro Metroid, como se agarrar em certos objetos, por exemplo. Zero Mission ainda agrega características que surgiram em Return of Samus e Super Metroid, como mapa automático, novas atualizações para a armadura de Samus e novas armas.

E se isso não bastasse para te convencer de que Metroid: Zero Mission é a versão definitiva do clássico criado no nintendinho, saiba que a história também recebeu uma série de retoques que tapam os diversos buracos do enredo original.

Se o primeiro Metroid surpreendeu a todos pelo final inesperado (que nos apresentava a pessoa por baixo da armadura), Zero Mission não decepciona e nos apresenta a verdeira Samus Aran, em um capítulo extra que demonstra o lado feminino e heroico da moça, enquanto arrisca em mecânicas inéditas na série, como a furtividade.

Narrativa impecável

Grande parte dos esforços do time da Nintendo R&D1 nesse título foi relacionada ao enredo. Zero Mission representa a peça que faltava no grande quebra-cabeças que representa a mitologia da série.

De certa forma, Zero Mission apenas adapta a história original às mudanças ocorridas na série ao longo dos anos, mas a forma como essa história é contada vale um pouco de sua atenção.

Desta vez foram inseridas certas cutscenes com textos e animações (assim como em Fusion) que dão ao jogador mais noção do que ocorre à sua volta. Os principais vilões do jogo receberam mais atenção e certos detalhes que não ficaram explícitos na aventura original (para quem não leu o manual de instruções), agora foram entregues durante o jogo. O capítulo extra também serve para apresentar as origens da jovem Samus e agrega mais elementos ao rico enredo da série.

No jogo, Samus foi enviada pela Federação Galática ao planeta Zebes com a intenção de deter um grupo conhecido como Space Pirates. Esse grupo estaria manipulando e clonando uma nova espécie conhecida como Metroid e pretendia utilizá-la para dominar a galáxia. Os Metroids eram formas de vida perigosas, já que eram capazes de, literalmente, sugar a energia vital de outros seres vivos. A missão de Samus incluía eliminar os líderes desse grupo e todos os Metroids existentes, algo bem fora do comum para o padrão de narrativas da década de 1980.

A história de Metroid (incluindo trechos de Zero Mission) já foi contada em detalhes, aqui no Nintendo Blast, no Blast from the Past que relembra a versão lançada para o NES.

Uma obra passível a erros

Infelizmente, o remake de Metroid não é composto apenas de acertos. O jogo peca em dois detalhes muito importantes que poderiam passar despercebidos pelo público alvo dessa versão: duração e dificuldade.

Enquanto o Metroid lançado para o NES seria capaz de levar qualquer um à loucura, com suas salas parecidas e linearidade seriamente comprometida, Zero Mission demonstra a intenção da equipe de produção em agradar aos mais inexperientes. Além de um mapa que indica a localização do jogador, todos os cenários foram recriados de uma maneira em que eles se tornassem bem mais fáceis. Apesar de os itens estarem escondidos e de o mapa estar aberto à navegação (diferente de Fusion), é difícil imaginar que algum jogador fique perdido. No geral, a aventura dura pouco mais de três horas.

Os chefes também se tornaram ridiculamente fáceis e servem apenas para criar uma empolgação, já que a apresentação deles é impressionante.

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No entanto, esses erros se tornam pequenos, perto dos extras adicionados pela produção do game. Além de todo o material essencial para qualquer fã da série, Zero Mission ainda incluía a versão do NES (que podia ser jogada após a finalização da versão moderna) e uma série de artworks exclusivas, um mimo para os fãs de longa data. O final sensual de Samus (que dependia do tempo que o jogador demorou para finalizar o jogo e da quantidade de itens encontrados) retornou e servia para alongar as quatro horas iniciais.

Zero Mission não é recomendado apenas aos fãs, o título também é bastante recomendado para todos aqueles que ainda não se empolgaram com a série ou pretendem dá-la uma segunda chance. Infelizmente, não houve um relançamento do jogo (que continua uma exclusividade do GBA), mas a procura pelo título (e por um GBA, caso você não o possua) pode ser recompensante – assim como a espera por um futuro lançamento no eShop do 3DS.

Revisão: Marcos Vargas Silveira

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