O retorno ao antigo continente
Nossa, como é lindo escolher mais uma vez dentre Chikorita, Totodile e Cyndaquil para nos acompanhar nessa aventura... literalmente! O primeiro Pokémon na sua equipe agora fica fora da Pokébola, assim como em Pokémon Yellow. Você pode checar o que ele está sentindo ou pensando e ele ainda pode achar itens enquanto anda ao seu lado. Além disso, as interações com o ambiente através de HMs ou TMs (como headbutt, que retorna como mecanismo de captura de Pokémon em árvores) ficam mais interessantes: caso seu monstrinho já esteja do lado de fora, ele passa à sua frente, executa o movimento desejado e a sua aventura continua.
A história do jogo também recebeu atualizações. Ela é muito similar à de Pokémon Crystal, com a presença de Eusine e sua busca por Suicune através de Johto e Kanto. Porém, dependendo da sua versão, você tem acesso primeiramente à Lugia ou Ho-oh, podendo capturar o outro ao final. Dessa vez, as Kimono Girls, que batalham com as evoluções de Eevee, possuem um papel crucial na captura desses lendários. E de uma maneira ainda mais bonita.
Desde Hoenn, a Game Freak tentou implementar cutscenes à história do jogo. Em Emerald, por exemplo, você acompanha a descida de Rayquaza para colocar um fim à batalha entre Groudon e Kyogre. Mas nada tão magnífico quanto a chegada de Lugia à sua cachoeira secreta em Whirl Ilands, ou ao pouso de Ho-oh no topo da Bell Tower. É indescritível, veja você mesmo (contém spoilers, caso se possa chamar disso).
Tudo novo, de novo
Na jornada em Johto não poderia ficar de fora a experiência de plantar berries, através de um item na sua mochila, te poupando o trabalho de procurar por solo fértil. E claro que também não poderia faltar o agora indispensável GTS para trocas Wi-Fi, localizado na desenvolvida cidade de Goldenrod. Além desses, outro retorno triunfal é a Safari Zone, que ficou finalmente pronta numa área a oeste de Cianwood. No local do antigo Safari, em Kanto, está localizado o Pal Park, para migrar Pokémon da terceira geração. A Battle Frontier também está presente, tendo cinco construções, assim como em Platinum.
Áreas totalmente novas foram adicionadas em HeartGold e SoulSilver, como a rota que leva de Cianwood até a nova Safari Zone. É um caminho montanhoso, cheio de quedas d’água e ao final você encontra uma parte com grama para capturar Pokémon. Lá você também tem acesso à caverna que lhe permite capturar Kyogre, Groudon e Rayquaza. Uma construção que debuta em HGSS é o Pokéathlon: um minigame super divertido que é uma espécie de competição esportiva, utilizando a tela de toque para movimentar seus monstrinhos. Outra área acessível através das Ruins of Alph conecta as regiões de Sinnoh e Johto. Chamada de Sinjoh Ruins, ela aparece fora do mapa e só é possível chegar até lá caso você leve Arceus (leia-se Árkias ou Ársias – a etimologia da palavra permite o uso das duas pronúnicas, sendo a primeira mais erudita) até o local onde se encontram os Unown. Sua recompensa é uma cutscene demonstrando a origem de todos os Pokémon e todo o poder de Arceus: ele cria para você um Palkia, Dialga ou Giratina, level 1, já com sua respectiva orb.
O que mais os antigos fãs da série poderiam querer? Mew e Celebi? Claro! Eles não somente foram disponibilizados através de eventos especiais por Wi-Fi, como também Celebi ativa um evento exclusivo no próprio jogo. Ao levá-lo até o seu shrine na Ilex Forest, ele começará a brilhar e te levará de volta no tempo, quando Giovanni, antigo líder da Equipe Rocket, perde para um garoto nascido em Kanto. Ali, podemos lutar contra ele e entender o que aconteceu com a infame equipe entre a primeira e a segunda geração.
As inovações não pararam por aí. Uma mistura de podômetro (contador de passos) com tamagotchi em formato de Pokébola acompanhava Pokémon HGSS. Era possível transferir um monstrinho para o aparelho e sair andando pela cidade: à medida que você anda, seu Pokémon ganha experiência (máximo de um level por transferência) e watts, que lhe permitirão procurar por Pokémon selvagem ou itens, em minigames disponíveis no próprio Pokéwalker.
Toda essa mistura de novidade e nostalgia de 1999 chega exatamente para celebrar os 10 anos de lançamento dos jogos Gold e Silver no Japão. Para aumentar ainda mais esse sentimento, um item chamado GB sounds permite alterar a música do jogo para a versão original em 8-bits, fazendo sentir ainda mais a emoção de desbravar Johto e Kanto como antigamente.
A calorosa discussão shakespókeana
Xiita Anônimo diz: Os novos Pokémon Lendários da terceira e quarta geração parecem mais Digimon.
Levando em consideração que Digimon foi criado em 1997 e Pokémon foi criado em 1996, acho que aí tem um erro cronológico. Vejam a foto a seguir e me digam, algo lhes parece familiar?
Suicune, Charmander, Sunflora, Rampardos, Skiploom, Lucario. Quem veio primeiro? Alguns lá e outros cá. Então, acho que é mais válido agradecer a série pela nova combinação de tipos e variedade de opções. Alguém da nova geração vai negar Lucario ou da velha, negar Suicune, só por que parecem Digimon?
Pokéfanático Anônimo fala: Os novos Pokémon não tem razão de existir. Um saco de lixo? Um sorvete? Duas engrenagens? Para mim, isso é demais.Tópico interessante. Analisemos então a gloriosa primeira geração de Pokémon com as fotos a seguir.
Grimer. Um Pokémon lama. Sério, e ele evolui para um monte de lama maior... Se lama pode ter vida e evoluir, por que um saco de lixo não pode?
Magnemite. Um Pokémon magnético. Certo, uma bola com dois ímãs e alguns parafusos tem vida. Ah, e evoluem se grudando a outros dois e ainda outra vez, ao serem expostos a um forte campo magnético. Por que então engrenagens não podem se juntar e virar um Pokémon? Estendendo o tópico, bolas de gás e bolas de sorvete. Koffing e Vanillite. Vocês estão acompanhando meu raciocínio?
Magmar. Um Pokémon... o que é isso mesmo? Então acho que é compreensível para a série desenvolver Pokémon como Dialga, Reshiram e Cresselia. Aqui encerro o meu caso sobre o design dos monstrinhos.
Hater Desinformado diz: Esse negócio de Pokénumseioquê e o nome desses bichos não faz o menor sentido.Todos os Pokémon da série tem um motivo de ter aquele nome. Seja baseado no japonês, no inglês, no latim ou em qualquer outra forma de comunicação que a nossa limitada sabedoria possa a princípio desconhecer. Por exemplo, Arceus, pode ter vindo da palavra Archeus, que para os alquimistas é o plano astral mais denso, também chamado de Anima Mundi (alma do mundo). Alguma relação com a pronúncia árkias, com o que ele se propõe a fazer ou até mesmo com a cutscene de Sinjoh Ruins? Além disso, os designers do jogo parecem brincar com a multiplicidade de sentidos, com os arcos ao redor de seu corpo. Se isso não for argumento suficiente, só posso dizer “haters gonna hate”.
Amantes da série Pokémon dizem: Ficamos tristes com o fato de muitas inovações terem se perdido ao decorrer do tempo. A gafe maior de não podermos transferir os Pokémon da primeira e segunda gerações para as atuais, dentre outras. O desaparecimento do VS seeker, por exemplo.É verdade. Contra esses fatos, o que podemos fazer é lamentar e esperar que para as próximas investidas eles tentem trazer algo de volta, como as esquecidas Battle Frontier e Secret Bases. E ainda esperamos mais inovações boas para que a experiência Pokémon seja sempre saudosista, mas nunca repetitiva!
Agora é hora de fazermos mais uma parada. O trajeto agora será mais longo ainda. Enquanto isso, que tal aproveitarmos a duração da viagem para discutir o que acharam da evolução dos games até agora? Poderei usar algumas ideias das respostas no próximo post da série: A evolução dos games Pokémon. Até lá!
Revisão: José Carlos Alves