Análise: Sakura Samurai: Art of the Sword (3DS/eShop)

em 12/03/2012

E a safra de bons jogos de eShop continua. Depois do excelente Pushmo e do bom Mighty Switch Force , o próximo destaque de eShop, desenvo... (por Farley Santos em 12/03/2012, via Nintendo Blast)

sakura1E a safra de bons jogos de eShop continua. Depois do excelente Pushmo e do bom Mighty Switch Force, o próximo destaque de eShop, desenvolvido pela Grounding Inc. em parceria com a Nintendo, foi Sakura Samurai: Art of the Sword.

Sakura Samurai retrata uma história de muito tempo atrás, quando deuses e humanos conviviam em harmonia. Em uma cerejeira vivia uma deusa, cujo poder fazia com que a árvore exibisse belas flores por centenas de anos. Até que um dia esta deusa foi raptada. Um kappa, guardião do templo da deusa, aguarda ansiosamente alguém que possa ajudá-lo a salvar a deusa. Um dia um jovem samurai aparece. Ouvindo os apelos do kappa, ele decide então partir em uma jornada para salvar a deusa e restaurar a beleza da cerejeira centenária.

Precisão

sakura3Esqueça outros jogos de samurai nos quais a ação é desenfreada e os personagens fazem ataques incríveis e exagerados. Precisão e simplicidade são os conceitos-chave em Sakura Samurai. A jogabilidade consiste basicamente em atacar no momento certo e somente quando necessário. Para isso, é importante estudar os ataques inimigos, esquivar no momento correto e atacar em seguida. É um conceito simples, mas na prática é bem mais difícil do que parece e morrer é algo que acontece frequentemente, mesmo com as dicas sonoras e visuais oferecidas pelos inimigos. É necessária muita atenção e também paciência, observar com calma os padrões. A dificuldade é crescente: conforme se avança pelo jogo novos inimigos com diferentes padrões de ataque vão surgindo. Ao menos é possível utilizar itens que ajudam no combate.
sakura4Existe um incentivo para que todos os ataques sejam executados de forma perfeita: a cada movimento de esquiva executado com sucesso, o samurai ganha um “ponto de precisão” (Precision Point), pontos estes que podem ser trocados por dinheiro. Quanto mais pontos acumulados, maior é o montante recebido, mas basta somente um erro, como ser acertado ou atacar na hora errada, para que todos os pontos sejam perdidos. Claro que é possível simplesmente ficar esquivando ininterruptamente para acumular pontos de precisão com mais rapidez, mas ao abusar da esquiva os inimigos ficam irritados e passam a ser bem mais agressivos, aumentando drasticamente a chance de cometer um erro, ocasionando a perda dos pontos. É um sistema bem interessante e que só reforça o conceito de precisão, por mais que, vez ou outra, os controles não respondam muito bem, resultando assim na perda dos pontos.

Desbravando um Japão feudal

sakura8O jogo é dividido em fases curtas, nas quais é necessário derrotar um ou mais grupos inimigos para avançar, tendo como recompensa meia pétala no final de cada estágio (a cada duas metades ganha-se uma nova pétala de energia). Existem também vilas que oferecem serviços como lojas de itens, hotel (para recuperar a energia e salvar o progresso) e ferreiro (afia e melhora o corte da espada). Nestas vilas também é possível jogar alguns minigames que também envolvem atacar com precisão, sendo possível ganhar alguns itens e ataques especiais no processo. No fim de cada área, está o castelo do lorde maligno da região, onde o samurai enfrenta vários grupos de inimigos ininterruptamente e um chefe no final. Os chefes oferecem um desafio considerável com padrões de ataques bem mais difíceis de entender e escapar.
sakura7Tecnicamente, Sakura Samurai não é um game muito excepcional. Os gráficos são medianos, lembrando jogos de algumas gerações passadas com modelos e texturas simplificadas, sendo o mapa um exemplo claro de falta de polimento. Ao menos, o jogo usa um efeito de profundidade de campo (ou seja, distorção do plano de fundo) para ajudar a minimizar estes defeitos. Os cenários não têm muita variedade: não passam de grandes espaços vazios com inimigos espalhados, pedras ou grama posicionados ocasionalmente. O efeito 3D é mediano, com alguns efeitos interessantes, como pétalas de cerejeira caindo dos inimigos derrotados e objetos quase que saltando para fora da tela, mas o principal uso continua sendo a sensação de profundidade. A música é bem agradável e combina bem com o tema, o Japão feudal, sendo que ela se altera de acordo com a intensidade das batalhas.

Além da aventura

sakura9Um ponto importante é o fator replay: para compensar a campanha principal relativamente curta, Sakura Samurai oferece alguns modos, além do principal, algo incomum para um jogo de eShop. Existem 3 modos de sobrevivência, nos quais é necessário derrotar uma quantidade específica de inimigos (30, 50 e 100) no menor tempo possível. Outro modo curioso é o Rock Garden, um pequeno jardim no qual o jogador dedica os passos acumulados pelo 3DS para fazer florescer cerejeiras e melhorar o jardim. Por fim, existe também um modo secreto que adiciona uma boa dose de desafio. Mesmo que não sejam muito profundos, estes modos ajudam a manter a longevidade do jogo.

A arte da espada

Com alguns poucos defeitos, Sakura Samurai: Art of the Sword é um jogo bem divertido e desafiante. Com sua dificuldade moderada (quase frustrante em alguns momentos), pode não ser admirado por todos. É um jogo que demanda lenta apreciação. No mais, um lançamento de eShop bem completo.
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Prós

  • Jogabilidade simples e funcional, ao mesmo tempo em que é desafiante e divertida;
  • Vários modos extras;
  • Perfeito para partidas rápidas.

Contras

  • Tecnicamente mediano;
  • Estágios sem inspiração;
  • O sistema de jogo, as vezes, é frustrante.
Sakura Samurai: Art of the Sword – 3DS – Nota Final: 8,5
Gráficos: 8,0 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,0
Revisão: José Carlos Alves

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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