O que esperar de um jogo em que você controla um carro cuja finalidade é só atropelar, bater e destruir? Um jogo divertido, apenas. É! Pena que em Carmageddon 64 isso tudo cai por terra quando se pega um jogo bom e introduz uma censura inútil por cima. Produzido pela Sci e licenciado pela Nintendo, Carmaggedon 64 teria tudo pra ser visceral e viciante como sua versão original, mas foi agressivamente deturpada por alguém que preferia Paul Anderson à Quantin Tarantino.
Matar o quê? Censurar pra quê?
Era uma vez um jogo em que você controlava um carro e andava tranquilamente por pistas arrastando pessoas aos montes e mudando a cor do asfalto para um vermelho intenso. Então, eis que o mesmo jogo foi bem visto por ser ousado e recebeu várias versões. Mas aí, veio alguém que cultua os direitos humanos mais do que a própria mãe e fez o jogo a sua imagem e semelhança: Uma tremenda titica de galinha. Pronto! Agora temos um jogo de corrida em que os alvos são seres monossílabos e vacas tem mais cores que um sorvete napolitano.
Todos sabemos o quanto a Nintendo é rigorosa com a violência nos jogos, mas censurar um jogo cujo objetivo tem por si só ser gratuitamente violento, e mesmo assim lançá-lo para o console esperando que repita o sucesso da versão para PC é algo bastante inocente, para não falar “burro”.
Se você nunca jogou a versão do PC, imagine Mortal Kombat que, convertido para outro console, ao invés de sangue, saissem balões cor-de-rosa do inimigo. Isso teria graça para você? Claro que não.
Talvez fosse melhor assistir ao filme do Pelé
Como se censurar já não fosse o bastante, os gráficos aparecem para dar um tiro no meio da testa de Carmageddon 64. Ou na testa do jogador. Gráficos pobres, com texturas embaçadas e pouco detalhadas somadas a um fundo que mais parece ter sido amassado, esticado e colado com chiclete são o visual deste game, que não chega nem perto da versão original.
Fora isso, o jogo possui um framerate que, de tão dolorosa, pegar uma arma e atirar no próprio pé te faria achar uma delícia de sensação.
Sua reação ao presenciar o quanto o jogo é ruim.
Talvez fosse melhor escutar um funk
Talvez o que ainda sirva neste jogo é o som. Pelo menos neste quesito, Carmageddon 64 não te decepciona tanto. Os carros possuem sons próprios de carros, como motor ligando. Já a fricção dos pneus e o ambiente possuem músicas de fundo a uma altura mais baixa.
Talvez fosse melhor mesmo ir pra casa
Em sua versão original, Carmageddon não possuia bons gráficos, a diversão mesmo estava na jogabilidade. Pois bem, os controles da versão original foram estuprados como se não houvesse amanhã. O jogo parece ter um certo retardo mental e só responde a seus comandos momentos depois, tornando tudo um saco. Pelo amor do Batman, Superman e toda Liga da Justiça!! Encerremos logo com este Blast from the Trash…
Moral da História
Você aprendeu que o produto final de um animal ovíparo com penas e asas se dá por, em seu intestino, à criação de jogos de corrida cujos alvos são seres semianalfabetos, gráficos jurássicos e uma jogabilidade retardada.
Sem mais, Meretíssimo!
Revisão: Jaime Ninice