O DS trouxe um novo público para os videogames portáteis: aquelas pessoas menos comprometidas e mais casuais. Enquanto novas franquias nasceram dessa nova onda, outras mais tradicionais também tiveram sua chance de se tornarem ainda mais populares. No DS, Kirby com certeza foi a série que mais se beneficiou. Sua fofura e simplicidade rendeu 4 jogos que agradam casuais e jogadores mais experientes. O 4º, e provavelmente o último, game da bolota rosa é Kirby Mass Attack, que traz mais uma experiência de jogo que nos faz perceber o quão acertada foi a decisão de incluir uma touchscreen no DS!
Siga-me! Nós podemos derrotar Necrodeus juntos!
10. Esse é o número de Kirbys que irá infestar as duas telas do seu DS com toda a doçura e fofura de um jogo que estampa o nome da franquia com orgulho na capa. Mas como o herói se dividiu em 10? Foi assim sem mais nem menos que nem a transformação de Mario em papel de Paper Mario? Um belo dia, Kirby explorava as Ilhas Popopo, que trazem fofura até no nome. No entanto, o cenário dócil e cândido muda completamente quando Necrodeus, líder do maligno grupo Skull Gang, surge. O demônio ossudo usa seu cetro mágico para estratificar Kirby em 10 iguais a si. Dessa forma, o vilão derrota cada bolota rosa com facilidade, embora seja uma tática pra lá de covarde.
Apenas um Kirby permanece lá… O único remanescente do que antes tinha sido o herói de Pop Star (planeta habitado por Kirby). É ai que surge uma estrela brilhante que traz a coragem de volta à bolota rosa com os dizeres Kirby! Siga-me! Nós podemos derrotar Necrodeus juntos! Quer outro incentivo para entrar numa alucinante aventura cujo objetivo é o mesmo: defender a paz e a tranquilidade de Pop Star?
Como este valente Kirby representa apenas um décimo do potencial total do herói, ele precisará reunir outros 9 para vencer os desafios. E é ai que entra o diferencial de Kirby Mass Attack!
Mini-games divertidamente gigantescos
Apesar de serem “mini”-games, os joguinhos extras de Mass Attack provavelmente são os mais sólidos e bem feitos da franquia Kirby. Há muita coisa legal e bem trabalhada – infelizmente, sem multiplayer. O Strat Patrol EOS, por exemplo, é um shooter ao estilo Xevious bem viciante e divertido!
Kirbys para dar e vender
Como a maioria dos games da franquia, Mass Attack é um jogo side-scrolling. Você controlará Kirby por diversos cenários, enfrentando inimigos, colecionando itens secretos e resolvendo alguns puzzles bem simples até alcançar o final da fase. No entanto, há algumas particularidades deste novo título. Em primeiro lugar, Kirby não pode engolir inimigos e absorver os seus poderes! Isso mesmo, inalar os adversários é demais para uma bolota 10 vezes mais fraca. Mas não se preocupe, pois o herói rosa trará novos poderes, agora que está dividido em dez.
Controlando os Kirby pela touchscreen, você deverá coletar frutas, que rendem alguns pontos. Quando a pontuação alcança 100, “PLIM!", um novo Kirby brota para ajudá-lo. O máximo é 10, a partir daí as frutas começam a somar pontos ao score ao invés de conceder novos combatentes. Mesmo com uma frota grande de bolotas rosa, a jogabilidade não fica mais complicada. Toque no lugar onde quer ir, toque nos inimigos que quer surrar, faça desenhos na tela para que seu grupo alcance lugares mais altos ou risque a tela para lançar Kirby em qualquer direção. É tudo bem prático.
A coisa só complica quando é preciso controlar um Kirby em um lugar e outro em outro lugar, mas esses momentos são bem raros. À medida que o game avança, não são aprendidos novos comandos, mas, sim, novas utilizações vão sendo descobertas para movimentos que você já conhecia.
Como na maioria dos games da Nintendo, o conceito de usar 10 Kirbys não é simplesmente um aperitivo, mas uma inspiração para todo o design dos estágios. Há muitos elementos do cenário, inimigos inéditos e desafios que usam bem o novo estilo de gameplay. No entanto, não chega a ser aquela sensação de novidade a cada instante como, por exemplo, em Super Mario Galaxy 2. Embora hajam novos recursos em cada fase, boa parte delas é bem repetitiva, ainda mais quando estão no mesmo mundo. Nesses momentos, você parece apenas estar jogando um mero side-scrolling com 10 Kirbys ao invés de 1. Em suma, faltou criatividade em certos momentos do jogo.
10 vezes mais fofo
Como qualquer outro Kirby, Mass Attack tem toda a fofura e tranquilidade que qualquer game da franquia deve ter. Com todo o apelo 2D que mostra que jogos bidimensionais são eternos, Mass Attack traz beleza em cada sprite de seu arquivo – são muitos e todos muito bem animados. A inspiração você já pode ver nas artes conceituais do jogo que estão dispostas pela matéria. O mesmo se traduz na ação do jogo. O estilo é colorido e brilhante, é claro. Muitos inimigos nem parecem ser malignos, mas, mesmo assim, você lançará 10 Kirbys em cima dele para moê-lo.
Os mundo trazem novas ambientações. Mas enquanto você estiver no mesmo mundo, verá cenários que já ficam repetitivos. Um incentivo para saltar logo para o próximo mundo. A trilha sonora é bem suave. Há algumas músicas clássicas da série (infelizmente, nada da dancinha do Kirby ao fim dos estágios) e outras novas. As canções conseguem trazer toda a atmosfera fantástica de Pop Star.
Em busca do tesouro
Chegar ao fim de fase é o objetivo final da maioria dos jogadores, mas, para os mais dedicados, cada game da série Kirby traz um grande sentimento de coleta de itens. Em Mass Attack, cada fase oferta algumas medalhas para serem coletadas. É claro que a exigência de exploração não é como em Metroid, mas não chega a ser tão simples assim. Muitas medalhas estão em locais óbvios, mas outras realmente custarão bastante atenção para serem descobertas e coletadas.
É bem legal ir colecionando medalhas e acredite quando digo que há uma boa recompensa por elas. Os prêmios vão de mini-games a outros bônus, Mass Attack traz um bom motivo para catar todos estes itens, mas é melhor deixar a surpresa para o final. O grande problema na coleta de medalhas é que, muitas vezes, elas ficam em bifurcações da rota principal. A pergunta é: como saber que caminho levará para o fim da fase e qual trará uma medalha? Na maioria das vezes, não há volta quando vocês escolhe o caminho principal (será preciso repetir a fase), muito menos uma indicação de qual rota seguir, terá de ser na tentativa e erro mesmo.
Esse entrave exige que você repita as fases uma vez ou outra, o que é bem irritante e desnecessário.
Fofo, dinâmico e original
Kirby Mass Attack pode ter alguns problemas, mas não deixa de ser um dos games mais divertidos do DS. É melhor jogar ele ou detonar em Squeak Squad (DS) e Super Star Ultra (DS), ambos mais tradicionais? Se puder jogar todos, essa é a melhor alternativa. Mass Attack não tem muitos elementos clássicos da série, como inimigos e a habilidade de copiar poderes, mas carrega bastante originalidade. Os novos adversários e personagens adicionam muito à enciclopédia da série, que já estava ficando repetitiva. Além disso, há nova jogabilidade é bem inovadora e não é algo que se vê em qualquer cartucho. O visual é bem bonito, com toda a fofura e colorido de um game da franquia Kirby, além de uma trilha sonora tocante (note com a canção pouco antes de começar a fase é a mesma do jogo The Arena de Kirby Super Star). Sim, vale a pena!
Prós
- Jogabilidade inovadora e intuitiva pela touchscreen
- Trilha sonora mistura novos e clássicos arranjos
- Mini-games divertidos, são um tributo aos games anteriores
- Visual 2D muito bem trabalhado
- Novos personagens, inimigos e cenários
Contras
- Nem todas fases exploram bem o conceito de 10 Kirbys
- Dificuldade, por vezes, ridícula
- Algumas medalhas exigem sorte ou que a mesma fase seja repetida
Kirby Mass Attack - DS - Nota final: 9,0
Gráficos: 9,0 | Som: 8,5 | Jogabilidade: 9,0| Diversão: 9,0
Revisão: Alberto Canen