Já faz uma década desde que a Nintendo implantou em nossas televisões aquela caixa roxa que elevou a diversão de nossas tardes de domingo ao cubo (“cubo”, entendeu?). Um console que nasceu para salvar a Nintendo, que não deu muito certo comercialmente, mas que tem sim seu valor. Embora tenha tido seus problemas, o Game Cube merece o devido lugar na lista de consoles da Nintendo e na página da Nintendo Blast! Nós da Equipe Nintendo Blast viemos aqui dar os parabéns para este fenomenal vídeo-game!
O golfinho salvador
Mais de 60 milhões de cópias vendidas do NES, seguidas por quase 50 milhões do SNES. Após deixar a concorrência comendo poeira com seus dois consoles, a Nintendo tomou um belo soco no estômago quando o PlayStation da Sony fez o Nintendo 64 comer poeira. Dolphin (golfinho, em inglês) era o codinome do console em seu desenvolvimento, seu objetivo? Reconquistar o público que o PS ofuscou. Com uma campanha publicitária que buscava trazer os jogadores ao Game Cube (discursos como “Você é o que você joga” ou “Quem é você?”), mas não funcionou tão bem. Mesmo com os 128-bits, o uso de discos (sucateando os cartuchos do N64), 4 portas para controles e um hardware parrudo e bons jogos, o console não decolou.
Quem possuiu um Game Cube sabe que ele não era tão popular, uma vez que o PlayStation 2 era presente de aniversário obrigatório em muitas famílias (uma realidade forte aqui no Brasil). Mas, sim, ele tinha uma biblioteca de games robusta!
Muita diversão!
Dono de uma gama de jogos imensa, o Game Cube tornou-se essencial para fãs de muitas séries, principalmente as da Nintendo. O peso dos jogos first-party desanimou muitas empresas terceiras, mas não faltaram motivos para se divertir com um Game Cube! Que tal relembras os títulos mais emocionantes?
- The Legend of Zelda: Wind Waker: Depois de um vídeo mostrando uma batalha entre Link e Ganondorf em suas versões realistas, os fãs da série Zelda ansiavam por uma continuação de Ocarina of Time. Qual não seria a surpresa quando Link surgisse mais parecendo uma Menina Super-Poderosa: com um cabeção, meio metro de altura, com um visual de desenho animado e olhos grotescos? Talvez o melhor cel-shading já visto, Wind Waker fez jus ao antecessor, embora seja um Zelda pra lá de polêmico. A estrutura permaneceu a mesma, mas a temática e o novo visual foram motivos para levar para casa esse jogaço, além do bônus: um port de Ocarina of Time com a versão Master Quest.
- Resident Evil 4: A renomada série da Capcom que não alcançou o estrelato esperado no N64, por conta dos cartuchos, veio com tudo para o novo console da Nintendo. Originalmente exclusivo do Game Cube (a Capcom deixou mais do que claro que assim seria), acabou sendo relançado em múltiplas plataformas dos celulares ao PlayStation 2. Ao contrário do resto da série, Resident Evil 4 trouxe um enfoque maior na ação e aventura, o que desviou da temática de um survival horror. Para muitos, foi o início da perda da essência da série, mas, para outros, é o melhor game da franquia. Os gráficos impressionaram muito a crítica e as vendas não desapontaram!
- Super Smash Bros. Melee: Amadurecendo o cross-over de luta entre os personagens da Nintendo que estreou no N64, Melee tornou-se o game mais vendido do Game Cube – e bem merecido! Além do salto gráfico incrível, a Nintendo elevou a velocidade das lutas a um nível assustador (jogue a versão para N64 para ter uma noção da diferença). Com muitos personagens icônicos novos, como Mr. Game & Watch, Mewtwo, Bowser, Dr.Mario e tantos outros, Melee foi um exemplo de um game hardcore. Até hoje, muitos fãs preferem jogá-lo no lugar de Brawl (Wii), pelo fato da versão para Wii ter balanceado muito os personagens e ter desacelerado o ritmo dos combates.
- Soulcalibur 2: Enquanto Street Fighter não voltava ao posto de grande jogo de luta da geração, séries como Soulcalibur 2. O game de luta em 3D impressionou com seus gráficos de primeira e seu estilo de luta muito divertido. Detalhe que Soucalibur 2 teve exclusividades para cada console em que foi lançado: PS2, XBox e Game Cube. Respectivamente, cada um recebeu um novo personagem: Heinachi Mishima (Tekken), Spawn (dos quadrinhos) e Link (The Legend of Zelda). Afinal, em que mundo a Nintendo deixaria Link fatiar inimigos em consoles concorrentes? Soulcalibur 2 vale cada segundo jogado, é aquele tipo de game de luta feito para esfolar os dedos até conseguir todas as armas e personagens.
- Super Mario Sunshine: Wind Waker precisava honrar o primeiro Zelda 3D lançado (Ocarina of Time) e o mesmo peso se aplica às costas de Super Mario Sunshine, que precisava oferecer aos jogadores uma experiência melhor do que o primeiro Mario poligonal: Super Mario 64. Após salvar a princesa Peach, Mario e a donzela vão tirar férias na paradisíaca Delfino Plaza… Mal sabendo que, lá, encontrarão mais aventuras! Sunshine faz uso de uma mecânica que utiliza a água como elemento chave. Através do aparelho F.L.U.D.D, Mario pode lançar jatos de água, saltar grandes distâncias e correr em altas velocidades – além, é claro, do Yoshi. Dono do melhor hubworld da série Mario, Sunshine foi um dos melhores games do Game Cube!
- Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean: Um dos RPGs que mais aguarda uma continuação nos dias de hoje, Baten Kaitos impressionou os jogadores pelos gráficos e pelo sistema de batalha. Desenvolvido pela Monolith, é um daqueles RPGs que parecem salvar a geração e que qualquer fã do gênero deve jogar. Com uma história densa, um sistema de batalha interessante e músicas muito bem feitas, era um bom concorrente para Dragon Quest VIII do PS2.
- Metroid Prime/ Prime 2: Echoes: Depois de passar batido pelo N64 (só apareceu em Super Smash Bros.), Samus volta aos consoles da Nintendo com o game de maior vendagem da série: Metroid Prime! Idealizado pela Retro e BigN, inclusive com participação de Miyamoto, Prime pode ser polêmico, mas é bom no que faz: ser um FPA (First-Person-Adventure) ao invés de um genérico FPS (Firts-Person-Shooter). Abusando do hardware para criar um jogo que tem gráficos de CG, músicas altamente bem arranjadas e um clima de exploração característico da franquia, Prime gerou sequências como Echoes, Hunters, Pinball e Corruption para vários consoles! É um daqueles games obrigatórios do GC
- Eternal Darkness: Enquanto Resident Evil trilhava o caminho da ação, tivemos um bom game de terror para fazer qualquer jogador dormir de luz acessa. Ganhador de vários prêmios e originalmente pensado para o Nintendo 64, Eternal Darkness colocava o jogador na Ilha de Rodes (USA), onde um estranho livro que levará o jogador a diversos outros personagens. Além de um ritmo bem divertido, Eternal Darkness faz uso de efeito psicológicos para aprimorar o gameplay e fazer o jogador duvidar do que é jogo e o que é realidade. Quando a barra de sanidade do personagem cai, estranhos efeitos irão surgir, como sons de passos, crianças gritando, portas batendo e uma falsa barra de volume da televisão sendo abaixado automaticamente. Sinistro, não?
- Pikmin: Talvez o projeto mais estranho de Miyamoto, Pikmin virou realidade no Game Cube e tornou-se mais um sucesso da Nintendo. Talvez pouco conheçam essa obra-prima, mas uma coisa é certa: ela tem potencial. No controle do Capitão Olimar (aquele de Brawl), você terá de comandar seus Pikmins para recuperar as partes de sua espaço-nave. Abusando de estratégia e bom humor, Pikmin é uma outra série que merece uma continuação. Pena que a versão para Wii, Pikmin 3, não saiu do papel, ficará para o Wii U mesmo.
- Metal Gear Solid: The Twin Snakes: Talvez The Twin Snakes tenha sido a materialização da proposta da Nintendo em recuperar seus fãs. Além deste Metal Gear Solid ser um remake do lançado para PS1, ele não recebeu versões para PS2 ou Xbox, logo, foi realmente exclusivo do GC. Kojima incorporou ao remake características de outros Metal Gear Solid e novas funções, o que possibilitou uma inteligência artificial mais esperta (duh?), a capacidade de atirar em primeira pessoa e dublagens muito bem gravadas pelos dubladores da série. Para quem curte espionagem, é um título muito bom!
- Paper Mario: The Thousand-Year Door: Por mais improvável que pareça, Mario consegue se dá muito bem no mundos dos RPGs. A segunda edição da série Paper Mario é considerada a melhor de todas por um motivo: não é um Mario nem um pouco tradicional. Afinal, desde quando o cenário principal de um game da série Mario é um porto sujo, abandonado e repleto de ladrões? Com mecânicas de RPG muito boas, humor de primeira, gráficos ótimos e uma trilha sonora expressiva, é um game de grande relevância para a biblioteca do GC.
- Mario Kart Double-Dash: O Game Cube nunca poderia se consagrar como console da Nintendo se não carregasse nas costas um bom Mario Kart. Double Dash traz novas adições à série – nem todas foram reutilizadas nos jogos atuais, mas não deixam de divertir as reuniões com os amigos. Ao invés de apenas um personagem por kart, podia-se colocar dois dos 20 ícones da Nintendo presentes (11 eram novos na franquia). As corridas em dupla permitiam mecânicas interessantes com itens especiais de cada personagem e até mesmo jogar em modo cooperativo: um jogador dirigia e o outro lançava os itens. Por falar em itens, Double Dash permitia aos jogadores carregarem dois deles ao mesmo tempo!
- The Legend of Zelda: Twilight Princess: Um Zelda por console? Pra a qualidade que levam os games da série, é difícil uma plataforma ter mais de um, mas o Game Cube foi um dos abençoados com mais um game da série. Assim como Skyward Sword provavelmente fechará com chave de ouro o Wii, Twilight Princess foi, para muitos, a despedida do Game Cube, não foi a toa que, pela proximidade do lançamento do Wii, ele recebeu versões para ambos os consoles. Para agradar os que insatisfizeram-se com Wind Waker, este é um Zelda muito mais realista, com um enredo mais denso e uma temática mais adulta. Não houve alterações na fórmula criada por Ocarina of Time, mas itens novos, dungeons com puzzles originais e batalhas com espadas enquanto cavalga em Epona fazem deste outro título obrigatório
E não acaba por aqui! O Game Cube contou com muito mais jogos bem divertidos e originais! Tivemos continuações da série Star Fox com Adventures e Assault, que não honraram a versão para N64 como Zelda e Mario fizeram, mas têm seu valor. F-Zero GX também foi um game de encher os olhos, uma continuação exímia da série, assim como Mario Power Tennis,o nascimento da série Animal Crossing, grandes RPGs como Tales of Syhmphonia e Final Fantasy: Crystal Chronicles. Outros, no entanto, pecaram bastante, como GoldenEye: Rogue Agent, que sonhava ser a sequência definitiva do clássico para N64, mas que tropeçou um pouco no caminho!
Se você não teve a oportunidade de jogar os games de GC, o que está esperando? Aproveite a retrocompatibilidade do Wii para viver esses incríveis títulos!
O Cubo Mágico da Nintendo
Mesmo com o fracasso em ser o vencedor comercialmente (não chegou nem perto disso), o Game Cube trouxe muitas adições de sucesso para a Nintendo e o mundo dos games. A utilização de mini-DVDs foi melhor do que os cartuchos, mas muitas empresas tiveram probleminhas com a mídia. As quatro portas para controles (ao invés das duas do PS2) permitiram experiências multiplayer divertidas como a de Mario Kart: Double Dash. Mas o ápice do Game Cube tenha sido o seu controle.
Colorido como um brinquedo, ao invés do branco do Wii, o joystick do Game Cube é considerado o mais ergonômico possível. A pegada é muito boa, como se o controle fosse projetado especialmente para sua mão. Apesar de ter transformado os botões C do N64 num segundo analógico, o Game Cube colocou o botão Z ao lado dos botões L e R, o que tirou-lhe o cargo de “gatilho”. No entanto, o Game Cube foi o primeiro a ter um joystick sem fio, o Wavebird. Tudo bem que algumas versões traziam bugs, como um controle controlando o personagem do outro jogador, mas foi o início da morte aos fios – e uma significativa redução nas quedas do console, diga-se de passagem.
Tudo o que você (não) sabia sobre o Game Cube
- Alguns jogos para Game Cube já tinham suporte a jogatina online, mas precisavam de um acessório especial. É o caso de Phantasy Star Online e Double Dash!
- No estágio Sirena Beach de Super Mario Sunshine, há um controle de Game Cube escondido no pátio do Hotel. Veja como não se assemelha a um controle de cabeça para baixo: as partes com os coqueiros são o analógico e os botões de ação, os guarda-sóis são o analógico C e o D Pad. Por fim, a parte mais próxima da areia é a saída para o fio do joystick.
- O Game Cube tinha a capacidade de exibir imagens em 3D (numa televisão apropriada, é claro), mas esse recurso não foi utilizado e só ficamos sabendo depois do fim do console.
- Houve uma versão brasileira do GC, inclusive com menus traduzidos para o português daqui do Brasil.
- A Panasonic criou uma versão híbrida do Game Cube, o Panasonic-Q. Além de console, era player de DVD e uma grande tijolo, poucas unidades foram vendidas.
- A inicialização do Game Cube conta com uma pequena animação que, quando apertados certos botões, promoviam certas alterações, saca só alguma delas no vídeo abaixo.
- Além disso, você sabia que a música tema do menu do console (quando nenhum disco está inserido) é, na verdade, a música tema do Famicom Disk System (também quando não há nenhuma mídia inserida), mas numa velocidade bem menor! Veja o vídeo com a descoberta do Easter Egg.
Os Parabéns da Equipe!
Quando o Game Cube foi anunciado, me parecia ser um aparelho do futuro. Nunca imaginava batalhas tão intensas quanto as de Melee, uma água tão bonita quanto a de Sunshine, um Metroid lindo como Prime, um Zelda tão colorido quanto Wind Waker, um medo tão sinistro quanto o de Eternal Darkness e um Mario Kart tão divertido quanto Double Dash. Fiz uma vaquinha de meses e meses com meu irmão para comprar um numa viagem a Curitiba e foi amor á primeira vista. O cubo me trouxe experiências muito divertidas e que jamais esquecerei!
Jaime Ninice -
O Game Cube foi o console que me mais me fez sonhar... Decorrente do vínculo com a Gradiente, na época de seu lançamento brasileiro, tive a oportunidade de testá-lo nas diversas lojas de eletro-eletrônicos do Shopping que costumava ir. Jogos como Pikmin, Super Mario Sunshine e o incrível Super Smash Bros. Mellee me arrancavam suspiros! Nem é preciso contar tamanha a euforia ao testar gratuitamente esses jogos com meu primo, em uma espécie de festa de lançamento popular e com um gostinho de nostalgia que vinha desde a época do Nintendo 64. Depois de 1 ano, finalmente consegui comprar meu tão desejado e atraente 'Cubo para jogar', que me integrou ainda mais ao mundo dos games
como fã incondicional por anos da Nintendo. Foi motivo de várias reuniões entre amigos, de maior gosto pela leitura das revistas especializadas, como Nintendo World/ EGM Brasil, de milhares de momentos bons e viciantes ao lado de Sonic Adventure 2 Battle, Metroid Prime, F-Zero GX e Zelda Wind Waker... Jamais me
esquecerei dos dias de emoção em ter um potente e incrível Videogame de qualidade e de poder carregá-lo com sua alça para todos os cantos como um jovem adolescente feliz!
E você, leitor? Que alegrias e desafios o Game Cube lhe reservou na sexta geração de vídeo-games?