Análise: Phantasy Star Zero (DS)

em 15/09/2011

Encarnando o espírito de Phantasy Star Online, a SEGA traz mais um capítulo de sua popular franquia de RPGs ao Nintendo DS. Phantasy Star... (por Rafael Neves em 15/09/2011, via Nintendo Blast)

phantasy-star-zero-capaEncarnando o espírito de Phantasy Star Online, a SEGA traz mais um capítulo de sua popular franquia de RPGs ao Nintendo DS. Phantasy Star Zero é o primeiro Phantasy Star para o DS, e sua marca na história dos portáteis pode ter sido tão grande que não precisa nem de dezenas de continuações para ser um brilhante game para a já extensa biblioteca do portátil. Com gráficos em 3D no limite do aparelho, muito conteúdo e potencial online, é um título de peso!


imagesSe você achava que a polêmica em torno do componente online do recém anunciado Dragon Quest X (Wii) é recente, saiba que a discussão vem desde muito tempo; mais especificamente, com Phantasy Star Online para o Dreamcast. Depois de criar uma legião de fãs da série Phantasy Star (um dos jogos pôde ser jogado em português), a SEGA rompeu com o tradicionalismo da série ao lançar a versão Online para o “console prematuro”. Embora a SEGA tenha parado de criar hardwares com o fracasso do Dreamcast, o game, que foi considerado o primeiro RPG online para um console, fez sucesso em várias plataformas. Mas o foco dessa análise é… Phantasy Star Zero! Utilizando a mecânica do seu antecessor, Zero apresenta ao jogador uma grata experiência de RPG online na palma de sua mão!

Uma grande jornada

phantasy-star-zero-personagemComo em muitos outros RPGs mais pessoais,vide Dragon Quest IX (DS), você inicia o game com a customização do seu personagem. Começando pelo nome, seguido da raça, até chegar nas profissões. Há três raças, e elas não apresentam muita originalidade - na verdade, o esquema é bem clichê. Os humanos são os mais equilibrados, enquanto os Casts são mais fortes fisicamente (espécies de androides) e os Newmans são os que requerem mais estratégia: frágeis, mas rápidos e voltados para as magias. As profissões podem ser Hunter (que utiliza armas de curto alcance), Rangers (atiradores) e Forces (utilizados mais para suporte e magia). Como não há uma raça e uma classe que supram todas as necessidades, é recomendado jogar em multiplayer (falaremos disso depois). Contratar AIs para lhe ajudar não é tão divertido.

Terminada a criação do seu herói (a customização da aparência não é tão importante), você começa a jornada. A progressão se dá por missões, que até possuem um enredo, mas não é, nem de longe, o foco do game. A jogatina singleplayer só se torna boa quando vêm as cenas em anime para embelezar a trama. Há várias missões em cenários variados, sendo que, quem estiver mais comprometido com o game pode apostar quests em níveis de dificuldade mais complicados. Há muito conteúdo no game, tanto em itens quanto equipamentos. As missões concedem esse tipo de prêmio, logo, equipar o seu personagem da forma como você sempre sonhou exigirá uma boa jogatina!

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Do analógico para o D-Pad

Se você já jogou a versão para DS de Super Mario 64 ou algum game da série Kingdom Hearts para o portátil, sabe que trocar uma jogabilidade originalmente feita para controles analógicos por um direcional em cruz não dá muito certo. As mais de 100 direções possíveis de serem escolhidas com uma alavanca resumem-se a 8 com o D-Pad. Em Phantasy Star Zero não é diferente; quem já jogou Phantasy Star Online achará a movimentação deste para DS um tanto travada – até mesmo quem nunca jogou um game da série poderá perceber. Meio que os personagens se locomovem muito duramente e em poucas direções.

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E sim, isso atrapalha as coisas, afinal, não é um RPG em turnos, é um game que mescla à fórmula ação e aventura. Quem já jogou um jogo do tipo sabe que a movimentação é fundamental. Felizmente, há um sistema de trava de mira (lock-on) que ajeita os eixos entre o personagem e os inimigos automaticamente. As batalhas seguem a fórmula da série. Ataque, defenda-se, corra, recupere seus status, volte a atacar. Embora seja repetitivo, o fator “estratégico” de um legítimo RPG afasta Phantasy Star Zero de um mero hack ‘n’ slash. Ainda mais se você jogar este game da melhor forma possível… Leia abaixo.

Uma (ou três) mão amiga

A característica chave de Phantasy Star Zero é, sem sombra de dúvidas, seu potencial multiplayer. Mesmo com as limitações de internet do DS, a jogatina em grupo é suave. Já joguei algumas vezes e as médias baixas de velocidade de conexão brasileiras atrapalharam um pouco, mas não chegaram a estragar a experiência por completo. Com até outros três jogadores, você embarcará em missões exclusivas do modo online. Destruir monstros, acumular itens e enfrentar chefes é infinitamente mais divertido em grupo, sejam jogadores aleatórios ou seus amigos. Mas provavelmente você não jogará com conhecidos, pois é uma dor de cabeça ficar trocando Friend Codes.

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O único diferencial da jogatina com amigos é que é possível trocar mensagens desenhadas na touchscreen. No calor da batalha, é difícil ter tempo para sacar a stylus e pedir para seu amigo lhe curar, no entanto, a SEGA foi astuta em liberar um banco de mensagens pré-desenhadas bem úteis- se você quiser, pode criar as suas mensagens e salvá-las para usar quando quiser. Só não deixe de fazer um desenho bem legal para seus aliados quando degolarem juntos um monstro gigante, pois é uma recompensa, às vezes, melhor do que qualquer item. O problema de jogar com jogadores aleatórios é que, além de não poder personalizar mensagens (só poderão ser usadas as pré-desenhadas), você desfaz seu grupo de heróis a cada missão terminada. Logo, de missão em missão, é preciso mais alguns minutos na tela de procura por jogadores.

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Um RPG online de bolso?

phantasy-star-zero-screenshot-bigA proposta de Phantasy Star Zero é justamente essa: levar a jogatina em grupo de Phantasy Star Online para a palma da mão dos jogadores. Funciona? Eis a questão chave dessa análise. A conexão é fluída, sem muitos lags e permite um chat bem legal (embora mensagens criadas pelo jogador só sejam possíveis em jogatina com os amigos) e substitui bem a campanha single-player (ela existe, mas não possui tanto charme). Os gráficos foram bem trabalhados e a variedade de itens é grande, pontos fortes para um RPG online, mas o problema é bem na raíz: a jogabilidade.

Há quem estranhe muito ela e isso dificulta mesmo a jogatina, afinal, é uma movimentação bem “dura” e travada. No entanto, se você vencer esse porém, terá nas mãos um jogo com uma das melhores conectividades online do DS para explorar por um longo período de tempo. Phantasy Star Zero é um excelente RPG e resultado de muita competência por parte da SEGA! Ainda mais com belíssimas apresentações em anime e músicas tema em um estilo eletrônico que agradarão fãs e novos jogadores. Não acredita? Pois ouça a uma das melhores canções.

Prós

  • Gráficos muito bons
  • Jogatina em grupo muito divertida
  • Boa variedade de itens e equipamentos
  • CGs em anime
  • Músicas bem feitas

Contras

  • Jogabilidade “dura” e travada
  • Campanha single-player não muito atraente
  • Missões repetitivas

Phantasy Star Zero– DS – Nota Final: 9,0

Gráficos: 9,5| Sons: 8,5 | Jogabilidade: 6,0 | Diversão: 8,5


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