O nome desta matéria já diz tudo. Ao olhar este título, você sentiu aquela fisgada na sua espinha dorsal recordando daquele jogo que você insistiu e acabou desistindo... Nós sabemos... Mas o que faz um jogo ser tão difícil? Fases praticamente impossíveis de serem terminadas? Inimigos fortes e colocados em lugares estratégicos? A maldade dos desenvolvedores? Pode ser tudo o que dissemos e mais dezenas de fatores. Mas chega de conversa, nós queremos que você, querido e sofredor leitor, se recorde dos piores momentos que um gamer pode ter. Se você (sobre)viveu com esses games, considere-se um corajoso e se terminou – sem usar firulas e outras ‘coisas necessárias’ em casos extremos -, você é o nosso herói. Portanto, pegue a sua maracujina e seus calmantes e divirta-se (ou não).
10 – Zelda II: The Adventure of Link (NES)
O que os jogadores disseram na época: “O nome do carinha de roupa verde é... Zelda!?”
O que nós pensamos sobre o game: “Bah! Se é Zelda é fácil...”.
Depois do primeiro The Legend of Zelda, que mesclou exploração e puzzle, e que vendeu muito, a Nintendo queria agradar os jogadores – e faturar uns “milhõezinhos” a mais também – com uma sequência. Só que foram feitas diversas mudanças. A primeira era que o game se aproximou de um RPG, no qual o jogador ganhava níveis conforme conseguia experiência. Uma das sacanagens do jogo é que, se você salvasse e desligasse o videogame, o seu progresso era salvo, mas os seus pontos de experiência não. Exatamente isso, ele salvava o seu nível, porém zerava o marcador de XP.
Mas se você pensava que isso era um problema, então, a outra mudança drástica do jogo é que ele passou a ter momentos em side scrolling, igual ao Mario Bros. E Zelda em 2D, meu caro leitor, é IMPOSSÍVEL! Você tinha a limitação de andar somente para os lados, pular para desviar ou enfrentar os inimigos. Seu problema só aumentava quando você encontrava os Iron Knuckles. Era game over na certa. E você aí, reclamando do Water Temple, de Ocarina of Time... O Sérgio Oliveira, nosso colega de equipe, disse que não é muito fã de Zelda. Desconfiamos que seja trauma de infância após sofrer com Zelda II.
9- Ikaruga (GameCube)
O que os jogadores disseram na época: “Huh?? Ika, o quê??”
O que nós pensamos sobre o game: “Jogo de navinha ao moldes antigos... Estamos ferrados!”.
E quando o Universo tinha se esquecido dos jogos clássicos de naves da década de 80, eis que Ikaruga aparece para relembrar os momentos nostálgicos e a raiva que passamos. O game é lindíssimo, com uma jogabilidade simples e sólida e foi muito bem aceito pela crítica. Ora, mas se ele é tudo isso, por que está na lista? Porque por trás de tudo, há a diabólica dificuldade que um jogo de nave pode proporcionar.
Os projéteis estão em todos os cantos da tela e inimigos surgem mais do que mulheres consumistas em dia de liquidação no shopping. Um dos esquemas mais interessantes do game é a sua mecânica de polaridade. Os projéteis de polaridade oposta matavam o jogador, enquanto as balas de mesma cor eram absorvidas e se transformavam em energia. O complicado era quando centenas de projéteis cruzavam a tela e você precisava evitar os de coloração oposta e de adversários. E a coisa ficava pior ainda nos chefes. Ikaruga é conhecido como sucessor espiritual de Radiant Silvergun, porém, parece um sucessor infernal, isso sim.
8- Mega Man 9 (WiiWare)
O que os jogadores disseram na época: “Mais um Mega Man?”
O que nós pensamos sobre o game: “Buuuááááááá” (chorando por causa da dificuldade).
Para jogar Mega Man, você tem que ter paciência e muita força de vontade. A dificuldade sempre foi uma marca registrada da série da Capcom. E depois de alguns anos, uma das mais recentes versões do game do robô azul, trouxe toda a nostalgia que os 8 bits proporcionavam e com ela, uma dificuldade extrema que faz qualquer marmanjo abrir o bocão.
Mega Man 9, que saiu para o WiiWare, mostrou que insanidade é um adjetivo normal para a série. Com músicas e design retrô, as fases são especificamente feitas para fazê-lo sofrer. Se você é uma pessoa com o pavio curto, que não tem um bom reflexo e nem coordenação, esqueça. E os chefes? Bem, saiba que “se” você chegar até ele, nunca mais vai querer jogar videogames na sua vida.
7- Castlevania (NES)
O que os jogadores disseram na época: “Eita, jogo do capeta! Ops, quer dizer, do Vamp!”
O que nós pensamos sobre o game: “Mas nem com crucifixo, alho e luz você sai ileso de Castlevania.”
O início da série foi nebuloso, mas não no sentido negativo. Drácula despertou de seu sono e resta a Simon Belmont, seu personagem, derrotar o vampirão. O game é dividido em blocos de três fases e sempre com um chefe. O interessante é que uma das regras que movem Castlevania é a paciência. É preciso avançar aos poucos, pois senão, é morte garantida.
Antes de matar Drácula, havia outro inimigo complicado no meio do caminho: as cabeças flutuantes de Medusa. Elas vinham diretamente na sua direção. E a coisa podia ficar pior? Claro que sim, enfrentar Frankenstein, Dona Morte e Medusa era um martírio. Ainda há jogadores que não terminaram o game por causa da dificuldade e outros levaram anos para zerá-lo. E nós pegamos uma cruz cada vez que ouvimos falar em Castlevania...
6- Prince of Persia (SNES)
O que os jogadores disseram na época: “Esse jogo é simplesmente imperdoável”
O que nós pensamos sobre o game: “Não gostamos de aulas de história mesmo...”.
Em Prince of Persia, o seu personagem foi trancado nas masmorras de um palácio e deve escapar para salvar uma princesa. Mas o que pode ser pior do que estar preso em um calabouço e precisar salvar uma garota? Ora, ter duas horas para fazer tudo isso. E duas horas em tempo real! Pois é, um dos grandes desafios do jogo é terminá-lo antes do relógio zerar.
Além do fato de ter o tempo contra você para percorrer 20 níveis era preciso encontrar a saída resolvendo os mais variados puzzles. Passar por vãos, pisos falsos e grades no seu caminho são somente alguns obstáculos. Há espinhos que surgem do chão e guilhotinas prontas para arrancar um pedaço do seu corpinho. Então, você pergunta: “E qual o Power-up que ele tem?”. E nós respondemos: a força de vontade. Não há poderes, é preciso acertar saltos, evitar cair de grandes alturas – caso isso aconteça, é morte – e enfrentar guardiões e esqueletos somente com uma espada. E o game se torna totalmente frustrante por um detalhe satânico: caso morra, é preciso começar do INÍCIO. Pois é... onde está o gênio da lâmpada nessas horas?
5- F-Zero GX (Game Cube)
O que os jogadores disseram na época: “É MUITO RÁPIDOOOOOoooo...”
O que nós pensamos sobre o game: “Mais rápido do que ‘pum’ de pessoa com diarreia”.
Quando chegou ao GameCube, a série F-Zero provou o que é velocidade insana. E provou também que não é somente a Rainbow Road, de Mario Kart, que nos faz sair voando pra fora da pista. Além de cenários belíssimos, GX provou o quanto uma inteligência artificial pode ser sagaz e cruel. Os veículos adversários não pensam duas vezes para te empurrar pelo abismo e são totalmente agressivos.
Com toda essa velocidade, controlar o seu veículo era o que havia de mais difícil no game. Realizar curvas perfeitas e evitar cair pra fora da pista era uma proeza. O mais estranho é que o game foi duramente criticado por causa da dificuldade e desde GX, não houve anúncios – somente especulações – sobre um novo game da série. O nosso colega de equipe, Jaime Ninice, começou a ter stress no trânsito após jogar F-Zero GX. E isso porque no trânsito é igual ao jogo, ele não consegue sair do último lugar (RÁ!).
4-Contra (NES)
O que os jogadores disseram na época: “Como foi que eu morri???”
O que nós pensamos sobre o game: “A fase da cachoeira? NÃÃÃÃÃÃOOOOoooo...”
Não se fazem mais jogos de tiro como antigamente. Hoje em dia, com todas as potencialidades dos consoles, tudo parece mais real, armas, movimentações e explosões. Porém, há shooters em que o personagem leva 20 tiros consecutivos, cai de uma grande altura e consegue voltar ao normal apenas descansando ou pegando kits médicos... E tudo parece mais real...
Mas se você fica se gabando apenas porque conseguiu zerar aquele shooter no nível de dificuldade Hard e 100%, então saiba que isso não é nada. Complicado mesmo era o Contra do NES. Jogadores que hoje são carecas arrancaram o cabelo com a dificuldade do jogo. Há duas regras simples: atire sem parar e esquive-se dos tiros adversários. E muitas das vezes, esquivar era o mais difícil, pois a maioria dos tiros era um ponto branco e você nunca sabia de onde veio o tirou que te levou desta para a melhor. Mesmo com os upgrades de armas e até a possibilidade de um amigo te ajudar na aventura, a dificuldade era a mesma. Ah, e caso morresse, você também perdia os upgrades obtidos. Pô, precisa ser tão do ‘Contra’ assim??
3- Super Ghouls’n’ Ghosts (SNES)
O que os jogadores disseram na época: “Salvar a princesa Prin Prin? Ah, salvar princesas é super fácil”
O que nós pensamos sobre o game: “Temos que jogar OUTRA VEZ?? Maldição!!”
Ghouls’n’ Ghosts ainda causa calafrios em que sofreu muito com esse game. O jogo do NES era inacreditavelmente difícil, porém, o seu sucessor do Super Nintendo, provou que o primeiro poderia ser considerado fácil. Seu personagem é o cavaleiro Arthur que precisa resgatar a princesa que foi raptada pelos demônios. E pode-se dizer que os inimigos são realmente Demônios!
Super Ghouls’n’ Ghosts mantém exatamente o mesmo padrão de seu antecessor. Após saltar com Arthur, você não pode controlá-lo e nem mudar a direção do salto no ar, portanto reze para ele não cair sobre um inimigo ou em algum buraco. A cada salto certo, ouve-se aquele “Ufa!” de alívio. Os inimigos não deixam de ser problemas. Quando o herói sofre algum dano, ele perde a armadura e fica só de cueca (!) e se sofrer outro dano, vira caveira e morre. “Simples” assim. Jogadores valentes, que não desistiram e que chegaram ao final do jogo não ficaram contentes com tal proeza. E sabe por quê? Porque é preciso zerar o jogo DUAS vezes para descobrir o verdadeiro final. É... pode dizer o que está pensando...
2- Ninja Gaiden (NES)
O que os jogadores disseram na época: “Quero matar quem fez esse jogo!”
O que nós pensamos sobre o game: “É possível terminar esse game?”.
Não é necessário dizer muita coisa. Ninja Gaiden é sinônimo de dificuldade. Os jogadores que alugavam cartuchos gastavam muito dinheiro alugando Ninja Gaiden e sofrendo para tentar chegar até o final. O desafio era extremo e você se sentia satisfeito ao passar cada fase.
Na época do NES, não haviam jogadores casuais ou hardcores. Ou você conseguia terminar um jogo ou não. E inúmeros jogadores jamais chegaram ao final de Ninja Gaiden. O início do jogo pode te enganar. Itens fáceis de pegar, poucos inimigos e buracos em uma fase curta. Ao chegar na segunda fase, você já começa a arrancar os cabelos. Os inimigos exigem bastante do jogador (principalmente aqueles que são apelões) porque eles aparecem posicionados em lugares estratégicos, exatamente para te matar. É preciso acertar pulos precisos para não cair ou quem jogou não se lembra o quão era difícil a escalada? E a fase das montanhas onde você precisa mudar de plataforma e as águias ficam te atrapalhando? E quando você olha sedento para aquela cápsula que guarda um item no alto da tela e quando pega, seu personagem morre, pois era uma droga... Ainda nos perguntamos como os desenvolvedores podem ser tão cruéis com nós, humildes jogadores. Acho que descobrimos que não somos nem casuais e nem hardcores. Somos ruins mesmo!
1- Battletoads (NES)
O que os jogadores disseram na época: “AHHHHHHHHHHHH!!! DESISTO!!!!!”
O que nós pensamos sobre o game: “WTF, P%##@, FDP, PQP, VTC, NSMQPEA (sigla de Não Sei Mais Que Palavrão Escrever Aqui)!!!!!!!”
É... os 8-bits sabiam ser encantadores e ingratos. Quem jogou Battletoads sabe exatamente que isso é a mais pura verdade. Ele é simplesmente o jogo mais difícil de todos os tempos. Muitos jogadores estão agora em manicômios devido ao trauma que a Rare causou. Os inimigos eram dispostos milimetricamente e as áreas para enfrentá-los, muitas vezes, eram minúsculas. Terminar o jogo no modo singleplayer é mais impossível do que ver o Mario sem o seu bigode.
Então, você, um espertinho, pode pensar assim: “Ora, então vou chamar meu amigo pra jogarmos em um multiplayer, igual o Contra, assim fica mais fácil”. É? Muito bem, Senhor Esperteza, então saiba que jogando Battletoads, sua amizade terminará na porrada. O modo cooperativo – se é que se pode chamá-lo assim – coloca dois personagens nos níveis. Até aí, tudo bem. Depois você descobre que eles têm de dividir o mesmo espaço e que podem agredir um ao outro, causando danos e perdendo vidas. Portanto, nas áreas apertadas e com inimigos, você acaba apanhando mais de seu parceiro do que do monstro. E passar pelos obstáculos? Pode esquecer... obstáculo era você ter que comprar outro controle após quebrar um na cabeça de seu amigo. E se você quer atingir a Glória Gamer, pode tentar a sorte na fase do carrinho no inferno. Mas sorte será você sair dessa sem algum distúrbio. Agora pode soltar aquele palavrão que está engasgado na sua garganta.
E aí? Você sobreviveu ou desistiu de algum desses jogos? Tem alguma outra (contra) indicação de jogo difícil? Compartilhe esses momentos “inesquecíveis” e malditos conosco!