Em uma noite comum, cinco amigos se divertiam em uma social quando surgiu a seguinte ideia: tocar músicas de Zelda. Cayo Carignani tinha acabado de comprar uma escaleta, Luque Abdallah buscou suas flautas, outros amigos sacaram seus instrumentos e, em poucos minutos, nascia um tributo à série The Legend of Zelda. Foi assim que surgiu o Zelda Day, que tinha o intuito de unir fãs da franquia de aventura e fantasia da Nintendo para se divertir ouvindo (e tocando) músicas de diversos jogos da série.
O mais curioso é que a ideia, que começou como um evento no Facebook contando inicialmente com apenas 5 participantes, tomou proporções épicas em questão de semanas. Com menos de um mês de existência, o evento reuniu cerca de 4,5 mil fãs de Zelda confirmando presença, às 15h do dia 23 de julho deste ano, na Praça General Osório, no Rio de Janeiro. Infelizmente o evento precisou ser adiado em uma semana devido ao mal tempo, e uma nova página para o evento foi criada. E poucas horas depois de criada, a página já tinha cerca de mil pessoas confirmadas.
The Legend of Zelda Day
Serei sincero: quando chegamos no local marcado, no dia 30, por volta das 13:30h e não vimos ninguém por lá acabei ficando com medo de que pouca gente acabasse comparecendo. Encontramos uns 8 rapazes com instrumentos musicais e resolvemos nos aproximar. Enquanto eles riam e ensaiavam algumas músicas, eu e meus amigos Jean Duarte (redator do Nintendo Blast e criador do blog NDS Fusion) e Ricardo Morgado (da loja Game Tech) discutíamos sobre a iniciativa do Zelda Day e se ela realmente daria certo. E parece que apostamos certo: aos poucos, cada vez mais pessoas iam chegando. Primeiro alguns músicos, depois pessoas com camisas com o logotipo da série, Triforces, Links e Tingles, e logo uma multidão já tomava conta do local.
Havíamos estimado cerca de 100 pessoas presentes (afinal, é de praxe que pessoas confirmam presença em eventos do Facebook e não dão as caras), mas acabamos surpreendidos quando cerca de 700 pessoas se aglomeravam em volta da banda.
Ao som de clássicos como Saria’s Song e a música de tema de Clocktown, o público dançava, cantava, fazia piqueniques, vendia souvenires. E, apesar de grande parte das pessoas ali presentes serem fãs incondicionais de Zelda, não era difícil encontrar pessoas que só foram até lá por curtir a iniciativa.
Zelda: Unindo jovens cariocas desde 30/07/11
Para Lucas Raiol, “a mídia em geral diz que os videogames isolam os jovens, mas, com o Zelda Day, acredito que conseguimos mostrar exatamente o oposto!”. Além disso, “O que achei mais divertido e legal do evento não foi somente tocar as músicas, mas notar que todo mundo que estava ali, tocando ou vendo nossa apresentação, estava unido por um único motivo: uma série chamada Legend Of Zelda. Tinha gente de todas as idades lá! Desde os 13/14 até os 35 anos!”.
Já para Erick Arisi, o Zelda Day foi “algo maravilhoso, nunca esperaria que mais de 400 pessoas iriam comparecer ao evento, nem que ia ser tão divulgado do jeito que foi. […] O coral, que todo mundo contribuiu na Song of Time, foi lindo também”.
“Foi marcante quando saímos pulando e tocando essa musica pela praça passando por todo o povo”, segundo Esdras Caleb. “Eu mesmo não me contive me soltei saltando e fazendo piruetas com o instrumento”, disse Erick Carvalho, professor e pós-graduando, que tocou sua flauta transversal durante a apresentação.
Para Gilberto da Hora, o momento mais marcante do evento foi quando “um menino com seus 10 anos pediu músicas como ‘Serenade of Water’, ‘Oath to Order’ e ‘Nocturne of Shadows’ para mim e para o Thales”.
Thales Guimarães, estudante de música e responsável pelos arranjos das canções apresentadas, foi vestido a caráter. “Aproveitei pra ir de Dark Link para entrar mais ainda no universo Zelda. Fiquei extasiado durante toda tarde, não acreditava que tantos fãs da séria tinham ido prestigiar o evento e se divertir. Foi muito legal também ver outras pessoas vestidas dos personagens da série”, conta. E completa “Quando tocamos a música de Clocktown e todos começaram a dançar e cantar, com um enorme sorriso no rosto, foi uma cena que me tocou e me trouxe muita felicidade”.
Já para Cayo Carignani, Designer Freelancer, Produtor Musical, DJ e Produtor Cultural, não foi apenas o dia do evento propriamente dito que o marcou. “Não exatamente por lá, mas os ensaios e a gente tocando Zelda no sinal foram uma parte épica da aventura do Zelda Day”, disse. E ainda rolou uma graninha. “Ganhamos R$ 74 quando tocamos em um sinal na Barra da Tijuca, e uma mulher nos deu uma nota de U$ 20”, completou Rodrigo Carneiro.
Carnival of Time
O Zelda Day agradou. Apesar dos comentários sobre a organização e algumas pessoas concordarem que a banda talvez precisasse de mais alguns ensaios, o evento foi um sucesso. Quem foi para dançar, quem foi para cantar, quem foi para beber (algumas pessoas levaram licores coloridos simbolizando as potions dos jogos), quem foi para jogar (muita gente levou seus Nintendo 3DS e DS) e até mesmo os curiosos que resolveram dar uma olhada na festa que estava rolando na geralmente calma Praça General Osório pareceu sair satisfeito. Não era difícil ver pessoas passando pela praça e dando uma paradinha para curtir a boa música que a banda tocava. E elas ficavam bem surpresas quando descobriam que se tratavam de músicas de vídeo game.
Quando perguntado sobre possíveis outros Zelda Days, Cayo Carignani foi categórico: “Cara, o que tá basicamente decidido é que vai rolar um Zelda Day de novo e o Bloco da Triforce”. “Mas já pensei numas paradas completamente ‘away’, como um Luau com a banda do Zelda Day e até um Zelda Night com fogueira”, completou.
Bloco da Triforce? Carnaval e Zelda reunidos? Com esse clima de Majora’s Mask, será que vai rolar alguém da banda vestido de Mikau?