Conhecido no Japão como Seiken Densetsu 2 (A Lenda da Espada Sagrada), o jogo foi lançado em 1993 para o Super Nintendo, e é uma verdadeira obra-prima do gênero role-playing game (RPG), para o mundo dos vídeo games. Esse clássico, lançado pela então Square, hoje Square-Enix, é memorável em todos os sentidos, desde seu sistema de combate único, passando pela sua trilha sonora exuberante, até o seu modo cooperativo, que mesmo hoje em dia é raro de se ver nesse estilo de jogo. Tanto é verdade, que é um dos poucos jogos que produtora portou para os aparelhos com “iOS” (iPhone, iPad, Ipod Touch).
Diferente de outros RPGs clássicos da Square-Enix, como Final Fantasy e Chrono Trigger, o sistema de batalhas de Secret of Mana não é realizado por turnos, e sim em tempo real, mais ao estilo de The Legenda of Zelda, ou Zenonia, para citar algo mais contemporâneo. Esse seu sistema de batalhas foi o que o tornou tão memorável, pois além da dinâmica da ação, ainda é possível jogar de forma cooperativa.
Os menus em forma de anel, que podem exigir um tempo para se acostumar a eles, também são característicos da série. Depois de um tempo eles se tornam muito naturais e deixam a jogabilidade mais dinâmica. Fazem até falta ao jogar outras franquias com mecânica diferente.
Apesar de ser um RPG de ação, ele mantém o consagrado sistema de progressão de níveis, conforme os personagens avançam na partida. E, ainda nesse aspecto, o jogo consegue apresentar um diferencial, pois também as armas e magias ganham força ao passar do tempo, com o uso das mesmas.
Os gráficos do jogo são de alta linha para o console, com personagens e cenários bem coloridos, e que têm seu estilo próprio, diferenciando dos outros feitos pela produtora.
E a história se repete
O jogo traz um trágico conto pelo qual a humanidade passou, anos antes de começar os eventos do game. Os humanos abusaram do poder da Mana, que mantém o mundo em equilíbrio, e usaram essa força para criar uma arma poderosa: a Mana Fortress. Isso deixou os deuses furiosos, e eles enviaram suas feras para destruir a fortaleza. Uma luta violenta abalou o mundo, e a Mana aparentemente desapareceu. Mas antes que tudo fosse perdido, um herói com a Mana Sword destruiu a fortaleza. Apesar da civilização ter sido destruída, o mundo estava em paz novamente. Mas o tempo flui como um rio, e a história se repete.
Depois disso tudo, anos depois, é que começam os fatos da nossa aventura, ou melhor, do personagem principal, Randi, que com sua espada (sagrada), se unirá a companheiros para enfrentar as forças do mal e libertar o mundo de um trágico fim. A verdade é que, apesar de empolgante, como a maioria da aventuras são, a história é bem clichê. O que a torna boa mesmo não é o objetivo batido, mas todo o caminho até lá. Com personagens e situações divertidas e muitas lutas de tirar a fôlego.
Personagens principais
Randi: é o protagonista e faz o papel do guerreiro. E como tal, é bom no combate corpo-a-corpo e mestre em diferentes tipos de armas, as quais são coletadas durante a aventura. Ele é um garoto que foi criado pelo ancião de Potos Village. Quando ele retira a espada Excalibur Mana da pedra, ele é expulso da vila e adentra essa instigante aventura cheia de perigos e novas amizades.
Purim: é a curandeira do time. Ela faz um papel muito parecido com os “White Mages” da franquia Final Fantasy. Ela é capaz de curar os ferimentos e lançar mágicas defensivas. Ela é a filha de um nobre, servo pessoal do Rei de Pandora, e encontra Randi ao salvá-lo de virar uma bela refeição de goblins.
Popoie: ele funciona como os “Black Mages”, também de Final Fantasy, e domina as “magias negras”, que são muito poderosas em ataque. Ele acaba sofrendo de amnésia e cai na Dwarf Village, que é onde Randi o encontra e o líder dos anões sugere que ele se junta ao grupo, para conseguir recuperar suas memórias.
Inteligência artificial ou inteligência humana
Um dos pontos mais fortes do game é a possibilidade de jogar cooperativamente com mais 2 pessoas, bastando para tanto 3 controles de Super Nintendo e um acessório chamado Super Multitap. Jogando o port para Virtual Console (VC), nada disso é necessário, já que o Nintendo Wii tem capacidade para até 4 jogadores ao mesmo tempo. Basta ter o número necessário de controles do GameCube ou Classic Controller.
Caso não tenha mais ninguém para jogar junto, ou os equipamentos necessários, a inteligência artificial (IA) do jogo tomara conta dos outros dois companheiros, mesmo que nem sempre faça um ótimo trabalho, "empacando" em certas ocasiões. Mas é possível controlar individualmente qualquer um dos 3 heróis, então isso não será problema. Também é possível programar como a IA vai agir, se de forma mais ofensiva ou mais defensiva.
Música original
A trilha sonora de Secret of Mana, composta por Hiroki Kikuta, é tão espetacular, que foi lançada uma versão nos Estados Unidos. O que não era comum na época, ainda mais em um país que não tinha cultura de RPGs. E o CD, cujas músicas foram feitas com o uso de instrumentos de sopro e percussão, foi muito bem recebido pela crítica especializada.
Um bom exemplo da preocupação com a qualidade musical do jogo, é a trilha do título, “Fear of the Heavens”, que foi feita para sincronizar com a tela de abertura, conforme ela, vagarosamente, vai aparecendo. Sincronizar o áudio com os efeitos visuais, também não era algo comum naquele tempo.
- Fear of the Heavens, 1:42
- A Curious Tale, 1:30
- Rose and Spirit, 1:27
- Always Together,1:09
- Kind Memories, 1:01
- The Boy Heads for the Wilderness, 1:56
- Summer Sky Blue, 1:24
- Dancing Beasts, 1:19
- Distant Thunder, 1:49
- The Child of the Fairy Tribe, 0:51
- Occurrence of a Moonlit Night, 0:47
- Heart of Darkness, 1:04
- The Holy Invasion, 0:59
- Secret of the Hot Sands, 1:11
- What the Forest Taught Me, 1:03
- A Wish, 1:03
- Soul of the Night, 1:47
- Did You See the Sea?, 2:09
- Crisis, 2:12
- Orphans of the Storm, 2:03
- Where the Wind Ends, 1:13
- Flight into the Unknown, 1:30
- Eternal Recurrence, 2:12
- The Legend, 1:43
- The Eight Strokes of the Bell, 1:00
- A Strange Incident, 1:06
- The King of the Coast, 1:37
- The Dark Star, 1:33
- Premonition, 1:12
- Steel and Traps, 1:43
- Prayer and Whisper, 1:10
- Ceremony, 1:27
- Reaching Tomorrow, 1:06
- Time Enough for Love, 1:26
- Pure Night, 2:50
- The Curse, 1:20
- The Sorcerer, 1:48
- A Conclusion, 1:08
- I Won't Forget You, 1:11
- This One is Hope, 1:08
- Meridian Festival, 2:19
- Wings Flapping No Longer, 2:01
- The Penultimate Truth, 2:47
- O Closed My Eyes, 0:32
Secret of Apple
Em dezembro de 2010, a Square-Enix lançou Secret of Mana para as plataformas móveis da Apple que usam o sistema iOS. Como acontece com todos os jogos que usam os controles virtuais na tela sensível, não ficaram nada bons, ainda mais se comparados a botões físicos. Em compensação, o visual ficou ainda melhor, com gráficos e cores mais nítidos e bonitos. O mesmo vale para o som, que está mais fluído.
Outro grande problema, e esse sim poderia ter sido evitado, foi a falta de um modo cooperativo. O que é bem estranho, considerando a facilidade em se jogar multiplayer nesse tipo de aparelho. Bastava usar o “Game Center” para fazer a alegria dos jogadores e deixar o jogo ainda mais divertido.
Falhas à parte, ainda é muito bom poder levar um jogo desse nível no bolso e poder jogar em qualquer fila ou condução mais demoradas.
No topo da lista
Esse é um clássico da dourada era dos games 16-bits. Qualquer “top 10” de RPGs que se preze deve ter esse grande jogo em sua lista. Ainda mais que ele continua a aparecer nos novos sistemas, como Virtual Console do Wii e no iOS do iPhone, como prova de sua longevidade e qualidade.
Caro leitor, qual a sua lista de RPGs favoritos da Nintendo? Secret of Mana aparece em qual posição?