Bart Simpson está fazendo sua tarefa da escola, à noite em seu quarto, quando adormece. De repente as folhas do seu trabalho voam pela janela, impulsionadas pelo vento do ventilador. Agora ele deve percorrer as estranhas ruas do bairro criadas pela sua mente, com intuito de recuperar cada uma delas e, assim, evitar uma nota baixa e a reprovação dos demais membros da família.
A história do jogo é um pouco estranha se tentarmos entendê-la. As folhas do trabalho voam dentro do sonho do Bart. Sendo assim, recuperá-las não deveria influenciar na nota que ele vai tirar quando estiver acordado. De qualquer forma, a ideia é muito divertida e, por estar num mundo imaginário, tudo é possível – apesar dos Simpsons não terem limitações de maneira alguma.
O game não tem a melhor das jogabilidades, em algumas fases é melhor, noutras bem frustrante. O som e os gráficos já são mais caprichados, lembrando bem o desenho animado e com muita expressão. Mas o que vale mesmo são os diversos personagens que aparecem no decorrer da partida e a forma como ele interagem.
O jogo consiste em minijogos, onde devem ser recuperado cada parte do trabalho. Mas, para entrar em uma das fases, antes é necessário encontrar uma das folhas que estão soltas pela rua, que provavelmente é a “Evergreen Terrace” – rua em que “Os Simpsons” moram. Contudo, não é tão fácil assim, pois vários personagens e objetos animados aparecem para atrapalhar o nosso herói amarelo. Muitos deles podem ser vistos no desenho, outros são apenas devaneios decorrentes do “pesadelo” em si:
- “Bolas de basquete”, que se transformam em skate, caso o personagem salte por cima delas;
- “Saxofones voadores”, que fazem os controles funcionarem ao contrário;
- “Caixa postais”, que vivem atravessando a rua.
- O motorista do ônibus escolar “Otto”, que passa por cima mesmo. Então é bom não ficar de bobeira no meio da rua;
- Os valentões “Jimbo, Dolph e Kearny”, que fazem o Bart andar com eles, recebendo o dano que aparecer;
- A “Lisa Simpson”, que aparece como uma Fada e, se encontrar o Bart, o transforma em sapo por um certo período de tempo, ou até receber o beijo de uma velha beijoqueira. Mas se ele estiver sendo conduzido pelos brigões, ela os transforma em ratos, e livra o Bart;
- O diretor “Seymour Skinner”, segurando um terno, vai fazer com que o Bart o vista, ficando “invencível”, mas meio lento;
- A cabeça da estátua do fundado da cidade, “Jebediah Obadiah Zachariah Springfield”, também aparece rolando aos montes.
- Até o “Blinky” participa – aquele peixe de 3 olhos que sofreu mutação por contaminação da água pela Usina Nuclear.
Após encontrar as folhas, o jogador pode escolher entre duas portas. Cada uma equivale a uma fase diferente, que podem ser jogadas em qualquer ordem.
A porta verde é a fase do “Bartzilla”, em que ele age como o monstro oriental Godzilla, destruindo a cidade e sendo combatido pelo exército. Sobra até para a Usina Nuclear. Funciona como uma espécie de “shooter”, cuspindo fogo e atirando raios laser pelos olhos. A única diversão é a destruição em si, pois a jogabilidade é bem fraquinha.
Depois o objetivo é escalar o “Springfield State Building” para lutar contra o “Homer Kong”. Mas antes tem que passar pela “Marge Mariposa”. Essa segunda parte lembra mais o jogo “Spiderman” do Atari.
A porta violeta é uma jornada pela corrente sanguínea, onde Bart deve inflar e eliminar os vírus. É a fase mais chata do game. Além de ser altamente psicodélica.
A porta amarela, em compensação, é uma das mais divertidas, onde devem ser enfrentados os personagens do desenho favorito de Bart, “Itchy e Scratchy” – Comichão e Coçadinha. Há muita ação e o estilo plataforma agrada. A fase é dividida em duas parte: na primeira, ele enfrenta normalmente os dois sádicos cartoons, utilizando algumas armas, como uma marreta e uma pistola que atira desentupidores (parece Quack Shot do mega drive); e na segunda, eles aparecem em tamanho normal e também gigantes.
A porta azul traz o “Bartman”, que deve enfrentar diversos inimigos no céu de Springfield, incluindo o “Nelson” numa asa-delta (háá-háá); as gêmeas “Sherri e Terri” num balão de ar; o “Waylon Smithers” dirigindo um “Blimp”; o “Barney Gumble” montado num elefante rosa voador (personagem mais engraçado do jogo); no final aparece o “Mr. Burns”, de “Barão Vermelho”. Nessa fase também tem a única menção ao palhaço “Krusty”, com os balões com a “cara” dele.
A porta laranja tem mais uma fase chatinha, apesar de ter um personagem bem interessante, o “Indiana Bart”. Poderia ter sido feita uma fase cheia de aventuras e ciladas. Mas parece até uma fase de “Q*bert”, também do Atari. Este sim um jogo divertido. Tudo que se deve fazer é pular de bloco em bloco e enfrentar um diabinho.
A nota que o Bart tira é proporcional ao número de folhas que ele recupera. Da mesma forma, os demais membros da “Família Simpson” demonstram apreço ou desprezo, conforme a nota seja alta ou baixa.
Curiosidades
- O Tracey Ullman Show era um programa que passava na TV americana e foi aonde “Os Simpsons” realmente começaram, com diversos “curtas”. Em 19 de março de 1989, 3 anos antes do lançamento do jogo, foi ao ar o 42º episódio, com duração de 1 minuto, intitulado de “Bart's Nightmare”. Contudo, a história é completamente diferente da do game. Vale a pena conferir, mesmo quem não sabe inglês:
- A cena final do jogo lembra bem a cena final do primeiro episódio, da segunda temporada do desenho: “Bart Gets an F” – no Brasil, “A Prova Final de Bart”. Com todos em frente a geladeira olhando para a nota de Bart pregada por Homer.
- Ao conseguir todas as folhas, Bart dá um grito de comemoração típico de outro personagem dos desenhos animados, e jogos da Nintendo. Será que você sabe qual é? Responda nos comentários.