Tenha cuidado para não levar um na cara enquanto lê essa análise.
Dando uma olhada dentro
Ao ligar o seu 3DS, você é recebido pela belíssima cutscene (que não é em 3D) e pela envolvente trilha sonora. Logo de cara, é paixão à primeira vista. Se você já jogou alguma versão de algum console HD, a sua segunda impressão é de puro êxtase. Uma pergunta aparece em sua mente que demorará a ser calada: Como isso está vindo de um portátil? A apresentação é magnífica, os menus são intuitivos, as cores vivas fazem o game ganhar cada vez mais pontos em estilo. Mas o mais bacana em tudo isso é que você acaba nem notando todos os detalhes, isso porque a vontade de entrar na tela de seleção de personagens e começar a soltar Hadoukens e Kikoushous é enorme, e o melhor: está tudo lá.
Fight!
Todos os 35 personagens estão na tela: Ryu, Chun-Li, Zangief, os novatos Hakan e Juri, entre outros ótimos lutadores. Está tudo nos seus devidos lugares, e mesmo a tela do 3DS não sendo uma tela LED de quarenta polegadas, nenhum detalhe deixa de aparecer, nenhuma cor, nenhum defeito. Após escolher o seu lutador, a verdadeira luta de rua começa.
Os botões do portátil são fáceis e confortáveis para bater muito no seu adversário (figurativamente falando). O controle analógico, mesmo precisando de uma curva de aprendizado e costume, acaba sendo uma ótima opção, mas o D-pad ainda (para mim) é mais funcional. Realizar golpes especiais, combos e ultra combos é uma tarefa fácil, ainda mais com a opção de fazer alguns deles com um simples toque na tela de baixo.
Mesmo que a pura técnica do game não está em apenas realizar esses golpes. Todas as animações dos ultra combos são as mesmas que nos consoles HD – o que é ótimo. Eu sei que vou soar repetitivo, mas devo dizer mais uma vez: é incrível como tudo isso vem de um portátil.
As movimentações dos personagens flui perfeitamente, infelizmente eu não posso dizer a mesma coisa dos cenários. Para comportar tudo o que vemos no game, as animações dos cenários de fundo foram tristemente deixadas de lado. Tudo é estático. Nada se mexe – o que é bastante estranho – e fica difícil não notar o hipopótamo com aquela enorme boca aberta e parada a luta inteira. Mesmo assim, me parece que foi um preço a se pagar por todo o resto.
Street Fighter em terceira pessoa?
A grande novidade em comparação às versões “grandes” de SSF4 é, sem dúvida, o efeito 3D do portátil. Quando jogado na terceira pessoa, o efeito 3D é bonito e útil. Fica fácil notar a distância do adversário, e os efeitos de luz que “saem” da tela são bem bacanas. A questão, no fim das contas, é se esse efeito é algo que nos prenderia a utilizar esse esquema de jogo. A resposta é bastante simples e creio que muitos de vocês, leitores, já pensaram nisso: você vai acabar voltando para a visão lateral 2D porque ela é, de longe, a que estamos mais acostumados, mas para você que decidir se aventurar totalmente pela visão 3D, eu só posso tirar o chapéu, pois você possui habilidades melhores do que as minhas.
Surras multiplayer
Com dois 3DS e um único cartão de jogo é possível jogar partidas multiplayer via Download Play. Dessa forma, apenas o Ryu pode ser utilizado, mas mesmo assim é algo bacana para tirar uma ou outra luta. Já com dois cartões de jogo, as batalhas entre dois jogadores se tornam completas, com tudo o que o game tem a oferecer. Outra bela opção é o multiplayer online, encontrar algum adversário é algo bastante rápido e indolor, grande parte das lutas ocorrem sem lag, o sistema de ranking é algo que te prenderá no game por muito tempo, e o modo que utiliza o Street Pass é bacana e um atrativo a mais para as lutas ininterruptas. Com ele, podemos ganhar troféus mais raros e combater os troféus de pessoas pelo mundo ao deixar o nosso 3DS no modo Sleep. Assim, é capaz de você sair e quando voltar para casa perceber que ganhou um novíssimo troféu da C. Viper. O que não falta no game são extras.
Esse K.O. vale a pena?
Não é à toa que SSF4 está sendo considerado como o carro chefe do Nintendo 3DS. Ele possui basicamente tudo o que suas versões “grandes” possuem, mais os detalhes que apenas o portátil da Big N tem. Mesmo assim, para o jogador que já possui a versão HD, o game torna-se apenas um item de coleção, pois o mais importante – as lutas – estão em melhor qualidade nos consoles de mesa.
A qualidade que a Capcom conseguiu trazer ao game, ainda mais em um hardware recém lançado onde poucos – ou nenhum – conhecem todo o seu potencial é louvável. Para quem quer começar bem com o novo portátil da Nintendo não há indicação melhor do que as lutas de Ryu e companhia.
Esse K.O. vale a pena sim, e muito.
Super Street Fighter 4 3D Edition – 3DS – Nota final: 8,5
Gráficos: 8 – Som: 8,5 – Jogabilidade: 8 – Diversão: 8,5