Pense em uma franquia da Nintendo. Obviamente virá a sua mente nomes como Mario, Zelda, Pokémon ou Metroid. Mas, e Pikmin? Você acha que é uma variação dos monstrinhos de bolso? Não! Se não sabe do que estamos falando, clique agora mesmo no ‘Continue Lendo’. Se já sabe, clique também para descobrir mais detalhes sobre uma das criações da incrível e infindável mente do mestre Shigeru Miyamoto.
Regando ideias
Um dia, Shija estava cuidando do seu jardim, um de seus hobbies favoritos. Ele olhou atentamente para uma colônia de formigas que levavam comida para o formigueiro. Ao invés de pegar algum repelente ou algo semelhante, Miyamoto decidiu criar um jogo. Se fosse qualquer um de nós, criaríamos um simulador de jardim ou talvez um point-and-click para espantar formigas. Porém estamos falando de um dos cérebros por trás de quase tudo relacionado à Nintendo, então não seria algo assim.
Durante o desenvolvimento, o diretor Shigefumi Hino afirmou que a equipe estava com dificuldades para encontrar a direção que o jogo seguiria. Mais tarde, ficou provado que seria um game de estratégia em tempo real. O nome Pikmin foi uma homenagem que Miyamoto fez ao seu cachorro da raça pastor de Shetland, chamado Pikku. O lançamento original, que ocorreu no final de 2001 para o GameCube provou que a Nintendo poderia criar algo diferente do que simplesmente novos episódios para suas franquias. Pikmin agradou a mídia e ainda teve uma sequência para o próprio GC. Desde a E3 2009, Miyamoto disse que estava desenvolvendo Pikmin (que ainda não se sabe se é um Pikmin 3 ou uma adapatação do segundo) e o Wii foi presenteado com o primeiro game para a série New Play Control, onde jogos de GameCube são adaptados para os controles de movimentos.
Que planeta é esse?
Em Pikmin seu personagem é o Capitão Olimar, um minúsculo ser do planeta Hocotate. Ele decide tirar umas férias intergalácticas e durante sua viagem interplanetária um cometa atinge sua nave espacial, chamada Dolphin (uma refêrencia ao GameCube). Após o impacto, sua nave é puxada para o campo gravitacional de um estranho planeta que, ao entrar na atmosfera, perde peças. Ao acordar, Olimar descobre que o oxigênio do planeta é nocivo para si e que só conseguiria sobreviver por mais 30 dias, tempo que o seu sistema de sobrevivência suportaria.
O desenrolar do jogo se desenvolve em recuperar as trinta peças perdidas da nave. Para isso, Olimar conhece os Pikmin, seres do planeta que estão quase extintos e que ao saírem de sua base - no qual o capitão chama de ‘cebola’ -, crescem e podem ser colhidos. A partir daí, o esquema de “o mestre mandou” começa: conforme você ordena que os Pikmin coletem botões coloridos, eles levam para a base e conseguem se multiplicar. Você deve obter mais deles para conseguir resgatar os pedaços da nave.
Mas não pense que isso será uma missão fácil. A primeira fase não tem tempo, ela é um tutorial e só termina após conseguir encontrar a primeira peça. A partir do segundo dia, cada um dura aproximadamente 13 minutos e outros monstros aparecem para causar problemas. Os Pikmin podem destruir obstáculos, empurrar caixas e enfrentar inimigos, porém alguns inimigos são mais fortes e exigem uma estratégia correta, como por exemplo, atacar pelas costas ou com inúmeros monstrinhos.
Quem é esse Poké… Pikmin?
Ao conhecer os Pikmin, eles passam a perseguir Olimar. Então, hora de escraviz... ops, quer dizer, ordená-los e resgatar as peças de sua nave. Sobre as cabeças deles há folhas, pétalas fechadas ou uma flor. Isso define a velocidade deles. Os que estão com folhas se movem mais lentamente, enquanto os que têm flores são os mais ligeiros. Se os extraterrestres forem como os Pikmin, então estamos a salvo!
Com nariz pontudo, o vemelho é a primeira variação deles que você encontra no planeta. Devido a sua coloração, são resistentes ao fogo e são os mais violentos, pois nos confrontos tiram mais vida dos inimigos.
Orelhudos e... amarelados, essa espécie de Pikmin é a segunda que você encontra. São fortes, capazes de derrubar certas paredes e carregam bombas. Ao serem arremessados por Olimar, alcançam alturas maiores.
Os azuis são os últimos que você encontra no jogo. Com uma boca esquisita, são resistentes à água e, diferentes das outras espécies, não se afoga quando tem contato com o líquido.
Seu personagem coordena os Pikmin. Sua antena permite atraí-los quando se perdem de você (quando não estão sob o seu comando, os Pikmin ficam pálidos), ordená-los, separá-los por cor e arremessá-los. Olimar também pode dar cabeçadas nos inimigos, mas perde vida facilmente. Para recuperá-la, basta voltar à sua nave.
O que mudou?
O jogo é o mesmo do GameCube. Não modificou em nada a sua estrutura. Quem jogou, apenas verá a facilidade que os controles do Wii proporcionaram, casando perfeitamente com o título. Para quem não jogou, vamos explicar como faz. Olimar precisa recuperar as peças e, como sozinho não consegue carregá-las, precisa dos Pikmin. Estes se multiplicam levando botões ou inimigos para a nave. Para pegar determinada peça do jogo, por exemplo, você precisa ter dez Pikmin para empurrar a caixa, depois utilizá-los para matar o inseto inimigo para somente encontrar a peça e levá-la de volta. E para carrega uma peça da nave, precisa de determinado números de Pikmin, sendo que você apenas pode ter, no máximo, 100 deles com você.
Conforme você consegue mais peças, a nave de Olimar pode cobrir uma área maior do planeta, possibilitando que ele encontre outras, que são indicadas quando acha o radar. E o desafio vai aumentando: inimigos mais fortes e numerosos, ordenar os Pikmin para que construam pontes, destruam paredes, etc. Por exemplo, para pegar uma peça é preciso levar os amarelos para destruir as paredes, os vermelhos para passar pelo fogo e construir a ponte e depois os azuis para pegarem a peça na água. Estratégia total!
Os controles brilham. Utilizar o cursor para indicar, ordenar e lançar Pikmin deixou o jogo mais prático e rápido. Mesmo que não use os sensores de movimentos, Pikmin provou que é o par perfeito para o Wii. O jogador controla Olimar pelo direcional do Nunchuk e sempre em terceira pessoa, com a câmera posicionada no alto (e você ainda pode mudar de posição a seu gosto com o direcional digital ou centralizá-la). O botão B cuida da antena de Olimar para ordenar e o A é o ‘faz-tudo’: lança os monstrinhos, tira da terra e dá cabeçadas. Porém, de vez em quando é comum querer colher um Pikmin e ao pressionar A, Olimar acaba arremessando outro.
Os gráficos não sofreram com o tempo e nem estão ‘velhos’. Mesmo sendo de dez anos atrás, o visual é agradável, carismático, com boa ambientação e o suporte à widescreen e 480p deixam o jogo com cara de novo. A sonorização é a mesma que se destacou e mesmo sendo poucas canções, representam um clima tranquilo. O destaque vai para o auto-falante do Wii Remote que emite sons interessantes, como os barulhos da antena de Olimar e do arremesso dos Pikmin.
A outra mudança se concentra no jogo em si. É possível refazer o mesmo dia, ou seja, se você não gostar do que fez, pode repeti-lo. Essa opção não havia no GameCube e é uma adição interessante. Porém, é aconselhável que você jogue os trinta dias em sequência, sem refazê-los, pois assim descobrirá mais informações dos inimigos e das áreas. Se você não jogou o game, obviamente não conseguirá as trinta peças na primeira vez que jogar, então o replay é quase obrigatório. E há três finais diferentes.
Vamos por partes... quer dizer, por peças
Trinta dias para recuperar trinta peças? Simples, não? É claro que não! O tempo, os inimigos e os obstáculos estão presentes para serem superados. No total, há cinco localidades diferentes e cada uma com suas características. Veja abaixo quais são:
- The Impact Site
O local do impacto, onde a nave de Olimar caiu. Por ser a primeira área do jogo, é pequena e só há somente duas peças. Mais tarde, é preciso voltar com Pikmin amarelos e azuis para pegar a segunda.
- The Forest of Hope
A segunda área do jogo é onde você descobre os Pikmin amarelos. É uma área esapaçosa e que é dividida entre o lago, o pântano e a praia. Possui oito peças e vários inimigos.
- The Forest Navel
Exige certa habilidade do jogador. É a área mais perigosa do jogo, com inimigos de fogo, um chefe que solta gases venenosos (não é isso que você está pensando!) que fazem os Pikmin te atacarem. É aqui que você encontra os azuis e nove peças de sua nave.
- The Distant Spring
A maior área do jogo. Inimigos mais complicados, partes exigem raciocínio e muita água. O trabalho utilizando as habilidades de cada Pikmin é essencial para encontrar as dez partes de sua nave.
- The Final Trial
O teste final exige atenção do jogador. É preciso trabalhar com os três Pikmin para chegar até a última área e enfrentar um chefão que pode engolir muitos de uma vez só. E é exatamete ele que está com a última peça.
“Pick me! Pick me!”
New Play Control: Pikmin pode ser classficado como um jogo “grana fácil”. Mais um game de GameCube adaptado para o Wii. E de fato pode ser, mas por ter um preço mais acessível do que jogos exclusivos do console de mesa e por ser um game diferente, valerá a pena. Peca por ser o mesmo jogo, inclusive o modo Challenge, somente com algumas melhorias. Mas o que dá para imaginar é que será que esse é um exemplo do que o próximo Pikmin do Wii poderá ser? Se não jogou, jogue-o agora mesmo. Se já jogou no GameCube, sinta as mudanças. Talvez muita gente ainda não o considere uma franquia da Nintendo, mas as vendas expressivas dos dois primeiros títulos e a aceitação da mídia provam que Pikmin é um daqueles jogos que só a Big N poderia criar.
New Play Control: Pikmin – Nintendo Wii – Nota final: 8,5
Gráficos: 8,5 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 8,5 | Diversão: 8,0