Em maio de 1998 o Departamento de Polícia de Raccoon City (RPD, do inglês Raccoon City Police Department) recebe informações de estranhos acontecimentos nos arredores de Arklay Mountains. Além de pessoas desaparecendo nas florestas, bizarros casos de homicídios canibais vêm sendo reportados naquela região. Os meses foram passando e os incidentes perduraram. Com a situação fora de controle, o RPD decide enviar seu Serviço Especial de Táticas e Resgate, conhecido como S.T.A.R.S. (do inglês Special Tatics And Rescue Service) para investigar o local. O primeiro grupo enviado, conhecido como Bravo Team, sofre problemas técnicos em seu helicóptero e faz um pouso forçado, além de perderem a comunicação com sua base. É enviado, então, o Alpha Team para efetuar o resgate da primeira equipe. Eles encontram o helicóptero danificado, mas sem sinal de qualquer membro do Bravo Team. Nenhum membro inteiro, pelo menos.
O Bendito Hóspede Maldito
No ano de 1996 a Capcom lançava para PSOne um título que viria a se tornar uma de suas mais fortes franquias: Resident Evil. Seguindo o estilo de jogo de Alone in the Dark, o hoje famoso survival horror (horror de sobrevivência), Resident Evil colocava o jogador na pele de dois personagens principais que deviam investigar estranhos acontecimentos em uma cidadezinha do centro-oeste dos Estados Unidos enquanto lutavam para sobreviver aos mais diversos tipos de criaturas letais. Dez anos depois, em 7 de fevereiro de 2006, chegava às lojas norte-americanas Resident Evil: Deadly Silence, um port do jogo original, para Nintendo DS.
A versão para DS trouxe algumas novidades em relação ao original. Agora, além da versão clássica do jogo é possível também jogar o modo Rebirth, que faz melhor uso dos recursos técnicos do portátil da Nintendo. Além disso, um modo multiplayer para até quatro jogadores foi adicionado (porém requer um cartucho do jogo para cada DS conectado). Um ponto positivo dessa versão para DS é que tanto a introdução em live-action (ou seja, com atores reais) quanto a dublagem original foram mantidas. É impagável ver a clássica introdução com cara de Filme B de terror e ouvir frases como “You were almost a Jill Sandwich!” (algo como “Você quase virou um Sanduíche de Jill!”).
Resident Evil à moda antiga
O Classic Mode traz praticamente o mesmo jogo lançado para PSOne em 1996. Poucas alterações foram feitas, mas dentre as novidades está o comando de giro do personagem em 180º (adicionado à franquia somente em Resident Evil 3), além das ligeiras melhorias gráficas. Mesma história, mesmos puzzles, mesmos inimigos. A ação se passa na tela de baixo e a tela superior exibe frequentemente o mapa do jogo. Os menus são os mesmos, a limitação de slots para itens também se faz presente. Os escassos Ink Ribbons, que contém a tinta usada nas máquinas de escrever (que por sua vez funcionam como os Save Points do jogo) também estão lá, infelizmente. Tela de toque, aqui, não tem muita utilidade.
Um clássico renascido
No modo Rebirth o jogo aproveita um pouco mais do que o DS tem para oferecer. A história do jogo permanece a mesma, com a diferença de que agora você tem acesso a bem mais munição e ervas (os itens de cura do jogo) do que no modo clássico. Mas não pense que mais munição é sinônimo de maior facilidade; se você tem mais balas é porque vai ter bem mais no que atirar. Esse acesso facilitado a munição e cura tira um pouco o foco do jogo do gênero survival horror e o leva a ser quase um modo action.
Diferente do Classic Mode, aqui a touchscreen tem um papel bem mais importante: vários puzzles, agora, só podem ser resolvidos com o uso da Stylus. Além disso, por vezes, ao mudar de cenário, o jogo passa a ter uma perspectiva em primeira pessoa e a única arma que você pode usar é sua faca. Deslize a caneta pela tela para efetuar um corte, ou dê um simples toque para perfurar os mais diversos tipos de criaturas que venham a lhe atacar. Durante essas sequências é possível também utilizar o microfone do DS; quando algum zumbi resolver que você é um ótimo alvo para seu vômito, basta soprar o microfone para devolver o nojento líquido para o morto-vivo.
Sobrevivendo em equipe
Deadly Silence traz ainda, como dito anteriormente, um modo multiplayer para até quatro jogadores simultâneos, onde cada um dos doze membros dos dois grupos da S.T.A.R.S. podem ser selecionados. Inicialmente apenas alguns estão liberados, sendo os demais destraváveis. Neste modo, os jogadores se unem para derrotar a maior quantidade possível de zumbis e monstros de todo tipo em quatro cenários diferentes. O problema aqui é que, provavelmente devido ao hardware limitado do DS, não é possível visualizar seus companheiros na sua tela; os demais jogadores são representados por estrelas coloridas que se movem pelo cenário. Além disso, muitas vezes os monstros estão em pontos diferentes do ambiente em cada portátil. Enfim, é estranho mas não atrapalha tanto, o modo para multijogadores é bastante divertido.
As estrelas
Conheça os principais membros da S.T.A.R.S. presentes no jogo:
- Chris Redfield
- Jill Valentine
- Rebecca Chambers
- Barry Burton
- Albert Wesker
Bom, porém datado
Deadly Silence, apesar de bem portado para o DS, perde um pouco de seu brilho tanto pelo fraco hardware do portátil quanto pelo fato de ser um jogo com mais de 10 anos de idade com uma fórmula batida. O jogo pode ter sido inovador anos atrás, mas hoje ostenta aquela aparência de game velho. Além disso, a falta de melhorias nos menus (e na integração do menu principal com os baús de itens), a baixíssima qualidade dos vídeos in-game (muitas vezes mal dá pra saber o que está acontecendo na cena) e os sons muito baixos graças às limitações do DS são pontos fracos que não podem ser ignorados. É um ótimo jogo, mas que poderia ter sido muito melhor se tivesse recebido uma atenção mais especial. Ainda assim é um título recomendado tanto para aqueles mais saudosistas (principalmente os que odiaram a mudança de jogabilidade instaurada a partir do quarto game da série principal) quanto para os que têm curiosidade de saber como tudo começou.
Resident Evil: Deadly Silence – Nintendo DS – Nota Final: 7,0Gráficos: 7,0 | Som: 6,5 | Jogabilidade: 7,5 | Diversão: 8,0