Mesclando uma fórmula tradicional de RPG a uma mecânica de puzzles parecidos com os de Zelda, Golden Sun tornou-se um dos melhores jogos do gênero para o GBA. Depois do sucesso do primeiro game, que, por incrível que se pareça, foi maior nas Américas do que no Japão, a Camelot não perdeu tempo em preparar uma continuação. Em Abril de 2003, dois anos após o lançamento do primeiro game, chegou às lojas Golden Sun: The Lost Age. Com uma fórmula e uma engine gráfica idênticas ao primeiro sucesso, descubra por que esta não é uma mera “sequência”, mas sim um jogo fantástico.
A História Perdida
The Lost Age é uma continuação direta dos eventos do primeiro jogo, logo, tome cuidado com spoilers ao ler este texto. Para quem não sabe, ao fim do primeiro Golde Sun, o Farol Venus é acesso, no entanto, os jogadores não sabiam de outras coisas que aconteciam no farol enquanto controlavam o personagem Isaac e seu grupo. É neste 2º game que é explicada como a jornada de Felix, sua irmã Jenna e os companheiros Sheba, Kraden e Piers começa. Após deixarem o Farol Venus, o grupo sofre com os tremores causados quando o Farol é acesso, tremor este responsável por um terremoto capaz de separar a península onde nosso heróis se encontram. O pedaço de terra vai parar no continente de Indra, que é o novo ambiente do jogo. Esta questão das dimensões do mundo é muito mais explorada nesta continuação, uma vez que torna o mundo de Weyard algo vasto e de proporções planetárias.
A jornada de Felix é tão interessante quanto a de Isaac. O jogador controla o herói por uma infinidade de cenários, conhece muitos personagens e se aprofunda mais e mais na trama. A cada nova cidade, você soluciona os problemas do lugar e até recebe novos integrantes para o grupo, como o guerreiro Piers e novos mascotes Djinns. Na verdade, a trama da franquia Golden Sun é espetacular. A história do primeiro jogo é muito boa, e a de sua sequencia não deixa a desejar. Pode ter uma progressão lenta, mas é algo memorável; um dos melhores enredos do GBA. No entanto, os personagens batem muito papo durante o jogo, o que torna alguns momentos monótonos. Não é à toa que não darei maiores detalhes, é melhor você mesmo descobrir.
RPG + Puzzle = ?
Talvez você já tenha visto a fórmula de Golden Sun em vários outros RPGs: aquele típico jogo onde as batalhas são divididas em turnos, os personagens têm magias e golpes separados por elementos… Enfim, é com essa mecânica manjada que The Lost Age consegue se tornar um ótimo jogo. Antiga ou não, a fórmula de RPGs tradicionais nunca perde o gosto. O nível de dificuldade é bem balanceado; não é um game impossível, mas desafiador. Cada um dos personagens é perito em um elemento do jogo, são eles Venus, Mars, Jupiter e Mercury, o que, na verdade, são substitutos para terra, fogo, vento e água, respectivamente. A fórmula torna-se mais complexa quando se incrementa um sistema de Djinns, que não só são os mascotes fofinhos do jogo, mas também são muito destrutivos. Estas criaturinhas garantem golpes especiais e, acima de tudo, invocações colossais. É possível invocar titãs, deuses, criaturas místicas e fenômenos da natureza em fúria para dilacerar seus inimigos. E você achava que os Djinns eram só bonitinhos…
Fora das batalhas, The Lost Age é repleto de elementos de RPG e puzzle. Explorar mapas em busca de itens e conversar com outros personagens atrás uma nova quest são coisas típicas de um RPG, mas este game vai além. Há uma gama de puzzles a serem solucionados usando as Psynergy, que são as magias do jogo. Os enigmas não são complicados e nem sempre divertidos, mas quebram a monotonia e dão certa identidade ao game.
Magicamente bonito
Talvez eu já tenha listado motivos o suficiente para Golden Sun: The Lost Age ser um título memorável na vasta biblioteca do GBA, mas aqui vai mais um: ele é lindo. Os gráficos usam um sistema de falso 3D semelhante ao da trilogia Donkey Kong Country (SNES). É incrível como o game consegue construir este efeito usando o aparato técnico do GBA, e ainda sobra espaço para caprichar bastante em outros efeitos visuais. Não há como negar que, o que o jogo podia fazer para incrementar a beleza de suas batalhas, ele fez. Cada ataque comum, cada magia, cada golpe especial e cada invocação é reproduzida com uma grande beleza gráfica, sobretudo esta última. O efeito pseudo-3D impede que se possa caprichar muito nos sprites dos personagens fora das batalhas, você logo isso percebe ao comparar com os sprites de grandes jogos bidimensionais do GBA.
Mas não é só os olhos que o jogo cativa, mas também os ouvidos. Vamos combinar: para que um jogo se torne histórico, é preciso ter uma trilha sonora única e chamativa. The Lost Age tem um grande repertório de canções que vão da tranquilidade das cidades até a ferocidade de uma batalha com um chefão. Todas são muito bem feitas, nem todas memoráveis, mas interessantes. A melodia tema das batalhas, por exemplo, já foi remixada e posta no estágio Norfair do jogo Super Smash Bros. Brawl, que reúne personagens e elementos históricos dos video-games, sobretudo da Nintendo. Para ter uma de suas músicas em um dos principais cross-over do mundo dos games, não é pouca coisa não! Se você procura um RPG fantástico e com uma trama mais do profunda, recomendo jogar tanto Golden Sun quanto Golden Sun: The Lost Age
Os quatro elementos
Personagem principal do segundo jogo. É perito em Psynergy Venus, logo, é capaz de manipular terremotos e invocar plantas gigantes. Felix é o irmão mais velho de Jenna, ambos viviam em xx com Isaac e Garet (personagens principais do primeiro jogo). Depois de um acidente que envolveu a cidade inteira, Felix tinha sido tomado como morto após ter sido levado pelas fortes correntezas. Ele reaparece depois mascarado como fiel ajudante dos vilões Saturos e Menardi. Em The Lost Age, é o líder do grupo.
- Jenna
Capaz de invocar labaredas de fogo e materializar magma, Jenna é uma das personagens principais de The Lost Age. A jovem, perita em Psynergy Mars, é irmã mais nova de Felix. Ela acompanha Isaac e Garet no primeiro game até ser sequestrada por Saturos e Menardi junto com o sábio Kraden. Ela e Kraden são enfim libertos, ambos então se unem a Felix em The Lost Age, com quem começam uma nova jornada pelo mundo de Weyard.
Sheba
Sheba é adepta a Psynergy Jupiter, o que dá a ela habilidades de controle sobre o vento e manipulação de relâmpagos. No primeiro jogo é apenas uma NPC, mas na continuação torna-se uma importante peça da trama, sendo personagem jogável. Sheba é uma das mais misteriosas personagens do jogo, seu passado é obscuro e pouco acessível aos jogadores. Destaca-se por sua habilidade de ler mentes
Graças aos poderes da Psynergy Mercury, Piers é capaz de evocar a violências das águas e congelar seus inimigos. É um guerreiro que estréia neste game, o que não acontece com os outros três personagens principais. Inicialmente ele é encontrado pro Felix e seu grupo preso numa cela da cidade de Madra, mas, ao decorrer do jogo, torna-se um membro permanente do grupo e de grande ajuda na jornada do game.