Análise: Tom Clancy’s Splinter Cell: Double Agent (Wii)

em 08/12/2010

A famosa série Splinter Cell é conhecida por mesclar os modos stealth, ação e aventura, além de ter seu roteiro baseado na obra de um dos p... (por Alex Sandro de Mattos em 08/12/2010, via Nintendo Blast)

Splinter Cell Box art A famosa série Splinter Cell é conhecida por mesclar os modos stealth, ação e aventura, além de ter seu roteiro baseado na obra de um dos principais escritores americanos: Tom Clancy. O primeiro game foi lançado em 2002 e de lá para cá, tem agradado muito em termos de mecânica e história, e o quarto episódio chega ao Nintendo Wii para fazer suas escolhas definirem o futuro. Ou quase isso.

De que lado você está?

Ser um agente secreto pode ser uma das missões mais ingratas possíveis. Você pode pensar em James Bond como ícone em atuar secretamente e também no lado “garanhão” que ele tem, mas com Sam Fisher a coisa é mais séria. Ele volta à cena em Double Agent, mas logo no começo do jogo, enquanto estava em uma missão, sua filha Sarah sofre um acidente de carro e morre. Fisher fica completamente abalado e se afasta do trabalho, recusa missões, entra em depressão e não quer fazer mais nada da vida. Depois de algum tempo, o agente aceita a nova missão de Irving Lambert de se infiltrar em uma organização terrorista para tentar destruí-la.

Como de praxe, após penetrar no centro norte-americano de operações da organização criminosa, Fisher deve impedir uma catástrofe mundial. Durante a partida, você viajará para diferentes lugares como, por exemplo, Shangai, Nova York, Los Angeles e outros. Mas para se diferenciar dos episódios anteriores, Double Agent apresenta uma das ideias mais interessantes da série: Sam deve manter seu disfarce e realizar os objetivos que lhe são atribuídos, mas cabe ao jogador escolher de qual lado o agente estará. Você estará dividido entre atuar pelo time do mal e ser fiel ao seu grupo, o Third Echelon.
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Um agente que vale por dois

Fisher é enviado para uma prisão em Kansas e colocado na mesma cela que Jamie Washington, um membro da JBA (John Brown’s Army), a organização em que o agente deve se infiltrar. Ele ajuda o bandido a escapar da cadeia e é aceito no grupo terrorista. A partir desse momento, cada vez que você entrar em alguma missão, haverá dois objetivos diferentes: um para a NSA e outro para a JBA e ambas entram em conflito. Há ordens dos dois lados e você deve fazer a sua escolha, porém tem que equilibrar uma barra que aparece cada vez que se realiza um objetivo de determinada organização. Em cada extremo está o símbolo de uma das organizações e no momento em que se aproxima de um deles, começa a haver uma desconfiança. Caso atinja o extremo, você terá um limite de tempo para realizar uma determinada ação – que na maioria das vezes é encontrar um computador e enviar um e-mail – antes que falhe na missão e… é só. Diferentemente das versões para os outros consoles em que as suas escolhas afetam o final do game, aqui a coisa toda se restringe a isso. É claro que em certas ocasiões, algum detalhe muda. Por exemplo, você deve sequestrar um trem na Grand Central Station que carrega grande quantidade de jóias, dinheiro e ouro. Em determinado momento, você tem que optar em separar ou não os vagões do trem, se fizer, aparecerão dois homens armados que complicarão sua vida; se não, nada acontecerá e você poderá seguir em frente. Em outra parte do game, Sam é enviado para Cozumel, no México, para explodir um navio. O jogador pode fazer o objetivo, ou sabotar a explosão e ser espancado juntamente com sua parceira.
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Estátua e stealth

Certamente quem esperava que a versão do Wii fosse semelhante à do Xbox 360 e PlayStation 3 no quesito enredo, vai se desapontar. Mas o que não é correto comparar são os gráficos, que obviamente são inferiores devido às capacidades de cada um. A versão para o console branco da Nintendo é levemente melhor que a do PlayStation 2, mas nada muito surpreendente e com texturas abaixo do potencial do console. Com relação ao áudio, há diversos efeitos sonoros interessantes, a trilha sonora agrada nos momentos de tensão e o game é dublado, com destaque para os comentários cômicos de Fisher. Mas a principal característica de Double Agent que poderia diferenciá-lo dos concorrentes e tornar esta versão mais atrativa, acaba desapontando: os controles.
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No Wii, Double Agent é um híbrido da versão dos outros consoles e do PC. A falta de um segundo analógico pesou e sobrou para o cursor do Wiimote se virar com a câmera e com a mira das armas, portanto, cada vez que você colocar o cursor sobre o extremo da tela, ela irá girar para o lado correspondente. Até aí tudo bem, o ruim é ter que fazer isso nos momentos de ação, pois a câmera atrapalha e muito. Às vezes, ela chega a parar dentro da cabeça do agente! O pior é controlar a mira. Splinter Cell já é um game cadenciado e que exige muita paciência e dedicação dos jogadores para planejar e realizar ações, mas acredite, você deverá ter uma paciência budista duplicada ao manusear as armas. Atirar nunca foi tão complicado. Você prepara a arma, aponta e… a mira fica se movendo sem parar, mesmo se você achar que está mais parado do que uma parede. É comum errar e é preciso ser uma estátua para mirar corretamente e acertar o alvo. As únicas mecânicas funcionais com o Wii Remote são: destrancar portas, onde inclina-se o controle para os lados, precisando mantê-lo inclinado quando sentir a vibração, e desativar bombas, que após cortar o primeiro fio, o jogador terá 30 segundos para alternar entre os fios, procurando aquele que fizer o controle vibrar mais e cortá-lo.
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Enquanto o Wii Remote se atrapalha, o Nunchuk ficou com as missões mais fáceis: cuidar dos pulos e dos encostes nas paredes. Mover o controle para a esquerda ou direita próximo a uma parede faz o agente se esgueirar; movê-lo para cima, o faz pular e dependendo do local, ele pode dependurar-se em ferros ou canos e até ficar no alto, com um pé de cada lado da parede, se o corredor for estreito. O resto fica para o pressionamento de botões. Para os mais preguiçosos, ter que esticar o dedo até o botão 2 para trocar de arma, é um sofrimento.

Para quem gosta do gênero stealth, Splinter Cell Double Agent é agradável, cheio de ação e reviravoltas de enredo. Para os que não conhecem o estilo de jogo da série, o início pode ser legal, mas fazer as mesmas coisas acaba tornando o game repetitivo com o tempo. E se quiser jogar com um amigo, há o modo multiplayer. No geral, a ideia de dualidade nas missões estende o game e o faz menos cansativo, mas os controles mal planejados atrapalham a jogatina. Se quiser testar, é por sua conta e risco, mas aqui vai uma dica: treine bastante a imitação de uma estátua, você vai precisar.
 SCD SCDA
 sam Fisher
Tom Clancy’s Splinter Cell: Double Agent – Nintendo Wii – Nota Final: 5,5
Gráficos: 5,5 | Som: 6,0 | Jogabilidade: 4,5 | Diversão: 5,5

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