Análise: Lego Star Wars: The Complete Saga (Wii)

em 20/10/2010

(por Alex Sandro de Mattos em 20/10/2010, via Nintendo Blast)

De um lado a Traveller's Tales e seus bonequinhos que vêm fazendo sucesso no mundo dos games. Do outro a Lucas Arts e uma das sagas cinematográficas mais bem-sucedidas de todos os tempos. Mas será que essa mistura de "infantilidade" do Lego e a temática forte de Star Wars combinaram bem em um jogo? Só lendo esta análise para descobrir.

Em uma galáxia muito, muito distante...



Para quem desconhece a saga espacial, por volta dos anos 1970, George Lucas era um dos novos diretores do cinema americano. Lucas havia produzido um roteiro de aproximadamente 6 horas do filme e que de início não foi aceito. Como ele já previa que isso ocorreria, dividiu o roteiro em 6 episódios e resolveu gravar apenas os três últimos, que segundo ele agradaria as pessoas,  eram os mais interessantes e viáveis financeiramente. É claro que a Century Fox não botava fé em um filme fictício que retrataria o espaço, chegando a afirmar que era loucura, mas mesmo assim financiou a obra que logo se tornaria um sucesso de bilheteria. Os três primeiros episódios foram gravados após 1999 e como os antecessores rendeu centenas de milhões de dólares.

O mundo de Star Wars é fantástico, repleto de diferentes culturas, sistemas planetários e diversos elementos. E isso já é mais do que um motivo suficiente para a série Lego se apoiar ao filme para repassar toda a história no game.

Construindo e destruindo


Logicamente quem não assitiu ao filme não vai entender bulhufas do que está acontecendo, pois os bonequinhos lego não falam e apenas gritam quando apanham. Mas isso não impede de jogar, pois quase sempre você sabe onde ir e o que fazer. A cantina Mos Eisley serve de menu para o game, que é dividido em episódios, sendo necessário simplesmente entrar na porta que representa o capítulo e se divirtir.
Luke diz: ........... e Han Solo responde: ............ É, a conversa vai looooonge...
Na primeira vez que entrar em uma fase só será permitido jogar o modo história. Mesmo sem dublagem, as animações são divertidíssimas e fluem bem. Aliás os gráficos são bem modelados, agradáveis e representam corretamente a saga da telona. Nas fases, as variedades de enigmas não são surpreendentes mas satisfazem a simplicidade que a série Lego carrega: monte isso, destrua aquilo, mate inimigos, aperte o botão, use um personagem específico para realizar a ação necessária para passar à próxima área, etc. Não foge a essa regra, mas quem foi que disse que a série precisa de algo mais complexo?
As mãos dos Legos são perfeitas para segurar um sabre de luz
Uma pena não usar nenhuma característica do Wii e o máximo que é feito é chacoalhar o Remote para mexer o sabre de luz. O game mais parece reciclado - vale lembrar que Lego Star Wars está presente em quase todos os consoles - e tudo fica a pressionamento de botões e não há cursor. Às vezes a jogabilidade é prejudicada pela câmera fixa que deixa praticamente impossível saber se o seu pulo vai alcançar ou se você já está sobre alguma plataforma e também pela dificuldade de controlar alguns veículos para resolver enigmas. No início, controlar naves é difícil, mas com o tempo é possível se acostumar e as fases no espaço impressionam.
Alguém precisa avisar os desenvolvedores que o som não se propaga no espaço...
Mas quem liga pra isso quando se tem legos decepando uns aos outros?
O que facilita a jogatina é que sempre que o personagem morre, que é algo muito comum, resurge na mesma área sem precisar de checkpoints. Mas caía bem essa ideia de dividir as fases, pois caso queira parar de jogar não poderá salvar o seu progresso, somente se terminar as fases que duram mais de meia hora cada. Mas quando se está jogando Lego Star Wars é quase impossível não largar o controle e o game vicia. O destaque é o modo cooperativo, no qual é permitido jogar com algum amigo e assim a diversão é garantida. Mesmo quando se está no single-player o jogo agrada e a inteligência artificial acompanha bem para a resolução dos enigmas, apesar de não ajudar em nada na hora do combate.
Spoiler - Vader diz: "Eu sou seu pai". Hã, você sabia disso? Ah vá, nem foi tão spoiler assim!
The Complete Saga é feito tanto para quem só está a fim de se divertir com o game e quanto para aqueles que querem completar todos os desafios das fases. Ao terminar o modo história, fica disponível o modo free-play, onde pode-se jogar com qualquer personagem e o jogo escolhe os que serão necessários para completar os desafios extras, como por exemplo, completar 100% de stud (as moedas do game), encontrar os 10 minikits pelos cenários resolvendo enigmas e também o Red Brick, que é uma peça de lego vermelha que destrava cheats. E por falar neles, após desbloqueá-los, é possível comprá-los para utilizar nas fases e, entre os principais, destacam-se a invencibilidade, detector de minikit, super golpe, imã de moedas e pontuação X 10.

O power-up (ao centro) deixa o jogador invencível e com ímã de studs por alguns segundos.

Block, block, block


Mesmo não havendo dublagem, o áudio destaca-se por ser o mesmo dos filmes, orquestrados e ótimos. As composições não enjoam, os sons dos bloquinhos de lego sendo montados são legais e o destaque vai para o auto-falante do Wii Remote que emite sons de sabre de luz, tiro das armas e das naves e até os barulhos do R2-D2 e do C-3PO. Essa mistura do mundo de Star Wars com os legos da Traveller's Tales deu certo: o game não cansa, é agradável e prova que um game não precisa de muitos efeitos e desafios para se tornar bom.



Lego Star Wars: The Complete Saga - Nintendo Wii - Nota Final: 7,5
Gráficos: 7,0 | Som: 9,0 | Jogabilidade: 6,0 | Diversão: 8,0
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Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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