Somente em 1991 (Japão) e 1992 (América) que Metroid (NES)recebeu sua primeira sequência, mas, cronologicamente é o sexto game. Zelda e Mario já haviam sido continuados há anos, mas Metroid permaneceu no esquecimento por muito tempo. A estréia da caçadora de recompensas em sua Power Suit no Game Boy com Metroid II: Return of Samus foi tão boa quanto no NES. Apesar de ser monocromático, simples e ter sofrido alguns “tropeções” nas tentativas de inovar o sistema de jogo do primeiro Metroid, Metroid II configurou-se como uma das melhores experiências do portátil da Nintendo.
Exterminação completa!
Depois de destruir a base dos Space Pirates em Zebes e dar um fim no Phazon na saga Prime, nossa caçadora volta ao trabalho e sua tarefa pode ser simples (liquidar todos os Metroids no seu planeta natal: SR388), mas torna-se algo dificílimo ao longo da aventura! Na verdade, a mesma missão já havia sido mandada antes para uma competente tropa de soldados da Galact Federation, mas, assim como em Metroid Prime 2 Echoes, o batalhão perdeu contato com a federação. É certo que a fama de Samus Aran estava mais do que feita por suas missões passadas, não restando ninguém mais bem preparada do que a Bounty Hunter para tal tarefa. Assim como o esperado, ela destrói cada Metroid vivo no planeta, fazendo com que a espécie vire algo menos simples do que poeira cósmica. Mas a missão não foi de nada fácil, pois os Metroid são capazes de absorver a energia vital de outros seres vivos até que eles morram, o que representa um ameaça para a galáxia e uma arma biológica para os temidos Space Pirates, que ficam de fora pela primeira vez num jogo da série.
Mas a ausência dos piratas é compensada num enfoque maior ainda na criatura que empresta o nome à franquia, pois enquanto explora SR388, Samus descobre muito mais sobre o Metroid. Por exemplo, o ciclo de vida deles, que começa naquele tradicional forma de vida gelationosa e termina numa espécie de lagarto. Mas não é só isso, nossa caçadora também desvenda ruínas dos Chozo, povo que cuidou e treinou-a após a morte de seus pais. Indo ainda mais fundo na trama, Samus se vê de frente ao que ela pensava ser o último de seus alvos: Queen Metroid. Um Metroid que chegou ao seu último estágio de vida. A luta assemelha-se muito à cena final da produção cinematográfica Alien, já que ambos contam com a batalha entre uma heroína e a rainha dos Aliens (no caso do filme) ou dos Metroids (no caso do game). Afinal, Metroid foi inspirado mesmo em Alien, visto que o vilão Ridley e o diretor do filme (Ridley Scott) compartilham o mesmo nome. Após a árdua luta, Samus sai vitoriosa. Mas a rainha não era o último dos Metroids, pois, enquanto evacuava o planeta, um ovo eclode, revelando um bebê Metroid.
Movida por algo que pensamos ser maternidade ou lembranças de quando ela mesma foi a última das sobreviventes de um extermínio também (no caso, a destruição de sua colônia K-2L), Samus não o destrói, pois ele a segue como se a caçadora fosse sua verdadeira mãe. Ambos partem de SR388 na nave de Samus, mas a viagem não é muito longa, pois Samus deixa o bebê Metroid na base espacial Ceres Space Colony para que cientistas o examinem e consigam, enfim, encontrar um jeito benéfico de se utilizar Metroids. E é daí que começa mais um capítulo da história da caçadora…
Uma Aventura Monocromática
A falta de cor talvez seja o principal em Metroid II: Return of Samus, afinal, sob cores os cenários tornaram-se muito mais lindos e vívidos nos outros jogos da série. Mas mesmo sem tamanha ferramenta gráfica, o jogo consegue aprofundar bem nos cenários e criaturas, dando uma característica alienígena a eles pouco vista em outros jogos do Game Boy. Samus tornou-se muito maior, visto que no primeiro Metroid (NES) ela ocupava um espaço bem menor na tela, e olhe que isso tudo mesmo na telinha pequena do portátil. Mas também devemos dar a Metroid II o crédito por ter sido o primeiro jogo a firmar o sistema de Save Points na série, já que algumas versões do primeiro Metroid ainda usavam o obsoleto sistema de passwords. Itens como mísseis, Ice Beam e Varia Suit retornaram em preto e branco a Metroid II, mas o jogo também trouxe mais uns capítulos à enciclopédia de power ups. Falo da Spider Ball, que permite Samus ande pela paredes em seu formato Morph Ball, tal habilidade foi aprimorada na trilogia Prime, e da Spring Ball, que faz a Morph Ball pular sem a necessidade de se estourar bombas.
Apesar do Wave e Ice Beam terem sido suficientes para metralhar alienígenas no primeiro game, o segundo traz novos tipos de munição ao arsenal de Samus, como o Spazer Beam, refinado posteriormente em Super Metroid (SNES), e o Plasma Beam, também reutilizado posteriormente. Quando o assunto é pular, é preciso ter cartas na manga, ainda mais em um side-scrolling, e Metroid II traz um novo item além dos acrobáticos Screw Attack e Hi-Jump Boots, trata-se do Space Jump. Mas, convenhamos, nada é perfeito! Metroid II tem seus altos, mas também seus baixos, e não falo somente da cor (ou melhor, da falta dela), mesmo por que é possível jogar numa generalizada “colorização”, quando colocado o cartucho num Game Boy Color. O que realmente afastou alguns fãs foi a linearidade do jogo, afinal, não eram os itens que faziam Samus progredir no jogo, o game avançava segundo o número de Metroid mortos (inclusive há um contador na barra inferior da tela, lembrando que essa é única vez que ela fica na parte de baixo e não em cima).
Quando se explodia um certo número dessas criaturas, movimentos sísmicos em SR388 aconteciam, liberando assim uma nova área do planeta para ser explorada. Já deu para perceber que tal sistema foge em muito aspectos a o conceito original de um Metroid. Embora essa progressão linear tenha sido extinta assim como os Metroids em SR388, ela tirou boa parte da exploração do jogo. Além de tudo, Metroid II pode muito bem ser considerado o irmão esquecido da série Metroid, afinal, suas músicas nunca foram rearranjadas para jogos futuros, é ó único game a não ter qualquer aparição dos Space Pirates, um dos poucos no qual Ridley fica de fora e até agora nunca foi relançado em nenhuma outra plataforma!