Análise: Metroid Prime Hunters (DS)

em 28/08/2010

Um dos primeiros jogos do Nintendo DS foi Metroid Prime Hunters, inclusive a demo “First Hunt” vinha junto a alguns modelos do portáti... (por Rafael Neves em 28/08/2010, via Nintendo Blast)

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Um dos primeiros jogos do Nintendo DS foi Metroid Prime Hunters, inclusive a demo “First Hunt” vinha junto a alguns modelos do portátil. Em 20 e Março de 2006 (para os americanos) e 1º de Julho de 2006 (para os japoneses), Metroid Prime Hunters chegou às lojas. Vendo pelas imagens, parece muito com um port de Metroid Prime para o DS, mas Hunters ia além. Um dos poucos, senão o único, Metroid a ser focado quase que exclusivamente no multiplayer, Hunters trouxe um padrão para FPS no DS, usando a stylus para suprir uma das maiores necessidades do portátil: um bom analógico!

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Cada um por si!

Há um tempo, na galáxia Tetra, existia um sistema do espaço denominando Alimibic Cluster, o povo Alimbic prosperou por anos. Mas, subitamente e inexplicavelmente, todo o povo desapareceu, deixando apenas os vestígios de seu reinado. Então,  após os eventos de Metroid (NES) e Metroid Prime (GC), sinais são emitidos do sistema Alimbic e chegam até alguns dos mais poderosos Bounty Hunters da galáxia, dentre eles a solitária Samus Aran. A mensagem telepática era a seguinte: “O segredo para o poder supremo está em Alimbic Cluster”. Movidos por sonhos, objetivos pessoais e missões da Galact Federation, os sete Hunters partem para o sistema atrás do poder supremo, são eles Samus Aran, Noxus, Weavel, Sylux, Trace, Kanden e Spire! Explorando os diversos planetas e estações espaciais do setor, Samus deve, assim como os outros Hunters, encontrar 8 Octoliths para liberar o poder supremo. Mas, para isso, Samus bate de frente com seus concorrentes, mas nenhum deles é páreo para a dama e sua Power Suit. Encontrando as 8 chaves, a caçadora liberta o que deveria ser um poder inigualável, mas que, na verdade, é o último chefe. O desfecho é épico e conta com a reunião de todos os sete Hunters num combate final!

Shooter em duas telas

mph1 Apesar de ser bem semelhante a Metroid Prime, Hunters consegue trazer uma jogabilidade original que deu inspiração a muitos FPS do Nintendo DS, como a versão de Call of Duty para o DS e Moon. Em Hunters, o direcional em cruz é usado para movimentar Samus e o botão L é o gatilho do aparelho. Mas o foco mesmo fica no uso da tela de toque, que consegue reproduzir uma alavanca analógica de forma a trazer todo o conforto de um jogo de tiro em primeira pessoa, afinal, jogar um FPS usando o direcional em cruz apenas seria uma senhora dor de cabeça. Movimentando a stylus pela touch screen, Samus acompanhará o movimento com o canhão. Este esquema de mira pode ser um pouco confuso no início e até cansativo para a mão, mas, depois de um tempo, torna-se bem agradável e o máximo que se pode fazer com o DS nessa situação.

Diferentemente de Prime, não é possível travar a mira num inimigo, o jogador precisa mirar e atirar manualmente. Dois toques na tela fazem o jogador pular, o que lhe priva do trabalho de ter de soltar a canetinha e apertar o botão de pulo. Na tela de toque ainda é possível trocar o tipo de tiro, entrar no modo morph ball, atirar mísseis e ativar o scan visor; tudo bem prático. O novo estilo de jogabilidade garante imersão nos controles, mas não é apenas de tiroteio que Hunters é composto, mas de uma boa dose de exploração e aventura também. Embora o número de power ups se restrinja a novos tiros, há muito o que explorar nos cenários do jogo. E, falando em cenários, é preciso dizer que os gráficos estão realmente acima de quase tudo o que já vimos no DS, mesmo sendo um game lançado nos primórdios do portátil. Enquanto o jogador conduz o jogo pela tela de toque, é na tela de cima que o jogo dá um banho de texturas lindas e efeitos de luz de primeira. É incrível como os ambientes do planeta Alinos de Metroid Prime Hunters e Magmor Caverns de Metroid Prime (GC) se assemelhem tanto, mesmo tendo uma diferença técnica absurda entre as duas plataformas. Cutscenes são um ponto alto, todas elas estão no padrão de um console de mesa, mas com uma resolução baixa e um pouco esfumaçadas por conta do hardware do DS. Talvez a sonoplastia decepcione um pouco, mas consegue ambientar bem os variados cenários, que vão de construções em lugares nevados a bases espaciais, passando por cavernas vulcânicas e muito mais.

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Tiroteio em grupo

Embora a jornada single player de Samus seja interessante em Metroid Prime Hunters, é na jogatina em grupo que o game se sobressai. Talvez soe estranho um jogo focado para o multiplayer numa série como Metroid, mas logo você percebe que o modo para múltiplos jogadores em Metroid Prime Hunters é algo muito refinado e bem trabalhado, não é apenas um extra como em Metroid Prime 2: Echoes. Há diversas maneiras de jogar em grupo: usando apenas um cartucho do jogo e sintonizando ele com outros jogadores através de Download and Play, usando até quatro cartuchos para que quatro jogadores possam se matar em conjunto e a funcionalidade online permite partidas intensas ao redor do

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mundo. Mesmo que você esteja no fogo cruzado e milhões de projéteis voem nas telas do DS, a taxa de quadros por segundo raramente cai, mesmo usando a conexão Wi-Fi, o que, sinceramente, é um ponto em que muitos jogos online do DS pecam. A jogatina com amigos também estréia algo novo na franquia Metroid: a opção de controlar outros personagens que não sejam a Samus. Isso mesmo, em Hunters você não verá apenas uma porção de Samus em batalhas frenéticas, mas sim cada jogador usando seu próprio Hunter. Todos os caçadores de recompensa que lutaram pelo poder supremo no modo para um jogador são desbloqueáveis no modo multiplayer. Cada Hunter tem um afinidade com um tipo de tiro (que está representado normalmente pela cor do caçador), uma forma alternativa (como a Morph Ball, no caso da Samus) e um visor próprio (representado na tela de baixo.

O jogador deve usar as habilidades próprias de cada Hunter para masterizar sua capacidade do campo de batalha, abusando das vantagens e cobrindo desvantagens. É divertido ir testando os Hunters e descobrindo seus pontos positivos e negativos, bem como qual deles é o mais apelão (me refiro à forma alternativa de Weavel, nesse caso). Mesmo tendo uma profunda trama no modo single-player, disputar com os campeões no mundo, acumular rivais e amigos, ter sua própria ficha de Bounty Hunter e a um modo multiplayer emocionante como este na palma das mãos é, sem dúvida, um diferencial!

Metroid Prime Hunters – DS – Nota final: 9,0
Gráficos: 9,5 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,0


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