Análise: Shiren the Wanderer (Wii)

em 04/03/2010

O clássico feijão com arroz da desenvolvedora ChunSoft – RPG de turnos em dungeons criadas de forma aleatória – faz sua aparição no Nintend... (por Filipe Gatti em 04/03/2010, via Nintendo Blast)

O clássico feijão com arroz da desenvolvedora ChunSoft – RPG de turnos em dungeons criadas de forma aleatória – faz sua aparição no Nintendo Wii na forma de Shiren the Wanderer (ou Shiren 3, no Japão), sequência do título de DS lançado em 2008. A fórmula que vem sendo usada nos 15 anos da série foi melhorada, fazendo deste uma boa pedida para aqueles que procuram um novo RPG para o Wii.
  • Um roguelike com uma história de verdade

Para os que não estão familiarizados, roguelike é um estilo do gênero RPG, com a jogabilidade baseada em turnos e a criação de dungeons aleatórias. Além de características como a perda permanente de todo o seu invetário após ser derrotado – esse tipo de coisa, que faz o estilo roguelike ser conhecido pelo seu “alto risco.”

A trama se passa num mundo visivelmente inspirado na mitologia Japonesa. Você vive a vida de um simples e calado aventureiro chamado Shiren, que anda acompanhado de Koppa, sue fiel companheiro furão. Inicialmente tudo se baseia em procurar por tesouros e derrotar bandidos, mas o enredo começa a ficar sério conforme o progresso, revelando que Shiren na verdade faz parte de uma profecia milenar que envolve uma princesa amaldiçoada, presa numa mansão abandonada próximo de onde você está. A história clichê e bem trabalhada é um ponto forte, pois diferente de outros jogos no estilo roguelike, o desenvolvimento do personagem e da trama receberam atenção especial, se sobressaindo perante os títulos anteriores.
  • Jogabilidade conhecida e muito perigosa (ou nem tanto)

Se está é a sua primeira vez na série, mas jogou Pokémon Mystery Dungeon ou Final Fantasy Fables: Chocobo's Dungeon, Shiren the Wanderer será familiar. Você guiará Shiren e os outros dois aliados em dungeons de múltiplos andares, procurando por escadas que eventualmente te levarão ao chefão. Para cada ação ou passo dado, os inimigos espalhados na dungeon também agirão, o que fará você pensar muito bem cada passo dado.

Como esperado, você passará por vários andares batendo em inimigos, encontrando itens e equipamentos no chão, além de claro aumentar seu nível. Mas caso você não tenha sucesso e acabe morrendo – seja de fome ou caindo numa armadilha mortífera – o jogo não terá nenhuma piedade, fazendo você perder boa parte do progresso e todo o seu inventário. Se você acha muito apelativo, lembre-se de começar o jogo no modo Easiest, onde você mantém todos níveis adquiridos e itens após ser derrotado, só tendo que iniciar a dungeon de novo.

 

Um ponto atípico nos jogos desse tipo é que em Shiren the Wanderer você possui locais diferentes para visitar a pé, como a clássica cidade principal, onde você pode comprar ou melhorar equipamentos, comida, ou até mesmo depositar alguns dos seus itens para não perdê-los. Há vários NPCs nas cidades com quem você pode conversar e criar uma relação, além deles darem informações às vezes valiosas. O fato de não ser uma dungeon depois da outra pode ser considerado um ponto positivo e aliviante, principalmente para quem não está acostumado com o gênero.
  • Gráficos, trilha sonora e comentários finais

Shiren the Wanderer para o Wii é o primeiro jogo da série a incluir personagens 3D vistos de uma perspectiva isométrica, mas suas animações estão bastante simples. Os inimigos vão desde os seres mais macabros até aos meigos que se tem dó de matar. Não pode se negar também o esforço da produtora de criar ambientes variados, como dungeons repletas de fogo, neve, pedra, flores, entre outros – mas infelizmente os locais usam muito pouco da capacidade gráfica do Wii.

A trilha sonora orquestrada consiste nos tradicionais instrumentos musicais Japoneses, como flautas, tambores e alaúdes, que é bem agradável aos ouvidos, mas cria contraste direto com os efeitos sonoros básicos e a falta de dublagem dos personagens.

Shiren the Wanderer é certamente o mais acessível dos jogos da série. A mecânica não está muito diferente do que se espera desse gênero, mas a diferença veio para melhor. Uma punição muito mais leve e uma história de verdade fazem o jogo uma opção interessante para os novatos. Mas a falta de dublagens, gráficos meia-boca e falta de um modo online, acabam dando a sensação de que o jogo está incompleto.

 
Shiren the Wanderer - Wii - Nota final: 7,5
Gráficos: 6,5 | Som: 7,5 | Jogabilidade: 8,0 | Diversão: 7,5
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