O clássico feijão com arroz da desenvolvedora ChunSoft – RPG de turnos em dungeons criadas de forma aleatória – faz sua aparição no Nintendo Wii na forma de Shiren the Wanderer (ou Shiren 3, no Japão), sequência do título de DS lançado em 2008. A fórmula que vem sendo usada nos 15 anos da série foi melhorada, fazendo deste uma boa pedida para aqueles que procuram um novo RPG para o Wii.
Um roguelike com uma história de verdade
A trama se passa num mundo visivelmente inspirado na mitologia Japonesa. Você vive a vida de um simples e calado aventureiro chamado Shiren, que anda acompanhado de Koppa, sue fiel companheiro furão. Inicialmente tudo se baseia em procurar por tesouros e derrotar bandidos, mas o enredo começa a ficar sério conforme o progresso, revelando que Shiren na verdade faz parte de uma profecia milenar que envolve uma princesa amaldiçoada, presa numa mansão abandonada próximo de onde você está. A história clichê e bem trabalhada é um ponto forte, pois diferente de outros jogos no estilo roguelike, o desenvolvimento do personagem e da trama receberam atenção especial, se sobressaindo perante os títulos anteriores.
Jogabilidade conhecida e muito perigosa (ou nem tanto)
Como esperado, você passará por vários andares batendo em inimigos, encontrando itens e equipamentos no chão, além de claro aumentar seu nível. Mas caso você não tenha sucesso e acabe morrendo – seja de fome ou caindo numa armadilha mortífera – o jogo não terá nenhuma piedade, fazendo você perder boa parte do progresso e todo o seu inventário. Se você acha muito apelativo, lembre-se de começar o jogo no modo Easiest, onde você mantém todos níveis adquiridos e itens após ser derrotado, só tendo que iniciar a dungeon de novo.
Um ponto atípico nos jogos desse tipo é que em Shiren the Wanderer você possui locais diferentes para visitar a pé, como a clássica cidade principal, onde você pode comprar ou melhorar equipamentos, comida, ou até mesmo depositar alguns dos seus itens para não perdê-los. Há vários NPCs nas cidades com quem você pode conversar e criar uma relação, além deles darem informações às vezes valiosas. O fato de não ser uma dungeon depois da outra pode ser considerado um ponto positivo e aliviante, principalmente para quem não está acostumado com o gênero.
Gráficos, trilha sonora e comentários finais
A trilha sonora orquestrada consiste nos tradicionais instrumentos musicais Japoneses, como flautas, tambores e alaúdes, que é bem agradável aos ouvidos, mas cria contraste direto com os efeitos sonoros básicos e a falta de dublagem dos personagens.
Shiren the Wanderer é certamente o mais acessível dos jogos da série. A mecânica não está muito diferente do que se espera desse gênero, mas a diferença veio para melhor. Uma punição muito mais leve e uma história de verdade fazem o jogo uma opção interessante para os novatos. Mas a falta de dublagens, gráficos meia-boca e falta de um modo online, acabam dando a sensação de que o jogo está incompleto.
Shiren the Wanderer - Wii - Nota final: 7,5
Gráficos: 6,5 | Som: 7,5 | Jogabilidade: 8,0 | Diversão: 7,5