Análise: Ace Attorney Investigations Miles Edgeworth (DS)

em 03/03/2010

Dentro do quarto, jaz um cadáver no canto. Há sangue por toda a parte. A julgar pelas feridas, ele fora baleado bem no estômago. O intrig... (por Ricardo em 03/03/2010, via Nintendo Blast)

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Dentro do quarto, jaz um cadáver no canto. Há sangue por toda a parte. A julgar pelas feridas, ele fora baleado bem no estômago. O intrigante é o fato dos guardas não terem notado ninguém entrar no quarto. Supostamente, a porta esteve trancada o tempo todo. Também não existem outras saídas ou lugares para se esconder. A possibilidade de ter sido um suicídio foi totalmente descartada. Há uma arma no chão, mas ela não fora utilizada. Na arma, somente as impressões digitais da vítima. Não há nenhum resíduo na roupa da vítima, o que indica que ele não foi morto por tiros de curta distância. Não há buracos de bala na parede, tampouco qualquer sinal de luta. Ninguém sequer ouviu o tiro. Só há uma explicação para tudo isso: não há nenhuma maneira deste assassinato ter acontecido aqui. Mas aí está o homem, estirado no chão, e isso não faz qualquer sentido. Isso só pode significar uma coisa…

Alguém está mentindo!

945812_20090923_790screen001 É o trabalho de Miles Edgeworth, como promotor do caso, descobrir quem não está dizendo a verdade. Ace Attorney Investigations está centrado em como Miles lida com uma série de casos insanamente complicada. O que começa com um homicídio em seu escritório termina com a busca de uma rede de contrabando internacional, corrupção por autoridades, e o aparecimento de um lendário ladrão. O enredo está maravilhosamente bem escrito, com todos os laços de aventura em conjunto, fornecendo uma quantidade razoável de reviravoltas e introspecções em seu personagem. É muito interessante vê-lo lidar com as acusações de assassinato em um de seus primeiros casos profissionais. A história até brinca com a importância e o significado da verdade, e os personagens fazem um trabalho muito bom em apresentar a sua ambiguidade moral. Se você um veterano da série e está apenas à procura de novos casos, fique atento: há toneladas de referências aos jogos anteriores. Mesmo se concentrando num coadjuvante da série, o jogo vale tudo isso o que promete.

945812_20090923_790screen002 Ao contrário de Phoenix Wright e dos outros advogados de defesa da série, Miles Edgeworth vai construindo processos contra os suspeitos. Ele poupa tempo no tradicional cenário das salas de audiência, e assim a maior parte do jogo te envolve na investigação das cenas de crime, coleta de provas e ligações. Edgewoth vai analisar as armas do crime, as posições dos corpos, objetos próximos, todo o ambiente das salas ou qualquer outra coisa que ele possa pensar ser importante. Muitos itens podem ser vistos em 3D, o que permite oferecer mais pistas. Se você se deparar com alguma coisa particularmente importante, é só armazenas as informações em seu menu de lógica. Ao cruzar os indícios numa nova tela, Edgewoth então vai fazer as deduções necessárias para avançar no caso.

945812_20090923_790screen003 Achou moleza? Saiba então que fazer fazer as conexões de pressupostos errados leva Edgeworth a vacilar em seu raciocínio dedutivo -- representado por uma pequena barra de energia. Se o estrago for muito grande, ele estará fora do caso. É fundamental que você descubra cada último vestígio de prova antes de você partir para qualquer outro lugar. Mesmo. É impossível passar para a próxima fase do inquérito, ou mesmo sair da maioria dos quartos, sem você tenha visto e recolhido tudo o que for importante. É esse tipo de limitação, comparada com a liberdade vista nos últimos jogos da série, que reduz a perda de tempo em explorações desnecessárias. Mas às vezes, apenas os indícios não são suficientes, e você então precisa conversar com outros NPCs para obter informações.

Ao verdadeiro estilo Sherlock, Edgeworth pode recrutar assistentes para cada caso; a escolha mais óbvia é o Detetive Gumshow, mas a inclusão de suséitos e o retorno de um certo alguém mantém as coisas muito interessantes. Eles podem estar lá só para fazer boa aparência ao promotor, mas são tão relevantes para a história como Miles é.

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Hora da verdade

945812_20090923_790screen007 E ainda há o que torna a série Ace Attorney tão impressionante: os argumentos. Há uma grande variedade de personagens para entrevistar na cena do crime, e todas elas tem a sua própria versão do que aconteceu. O problema é: a maioria está mentindo ou completamente errada. Você tem que ouvir o depoimento da pessoa, e fazer uma triagem de todas as informações comparando com aquilo que você já conhece. Se você se deparar com algo que não se encaixa ou um fato nunca antes observado, será necessário pressionar a testemunha para mais informações ou apresentar evidências para provar que elas estavam enganadas. Você será penalizado se discutir por coisas erradas, o que significa que durante os confrontos todo cuidado é pouco. Os seus oponentes oferecem todos os tipos de explicações que no começo até parecem racionais, até que com o tempo você é exposto a reviravoltas épicas no enredo e intensas revelações! Aí vai muito do jogador, se ele gosta tem paciência de discutir cada detalhe para buscar a lógica no caso (mesmo quando ele já sabe a resposta), mas precisa esperar até encontrar a hora certa para mostrar suas provas.

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Ace Attorney Investigations traz uma nova visão para a serie. Com casos bem escritos, uma abordagem bastante analítica para a resolução deles e os toques de humor, animação e música épicos como o de sempre, nota-se uma renovada na franquia que felizmente deu certo.

Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth – DS – Nota final: 8

Gráficos: 7.5 – Som: 8 – Jogabilidade: 8 – Diversão: 9

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Ricardo tem 19 anos, é estudante de Administração, mora em Curitiba e ama tanto música pop que decidiu dedicar o seu tempo livre para a criação de um blog só sobre o assunto! Vícios atuais: Ladyhawke, Ke$ha, Little Boots, La Roux, VV Brown, Frankmusik e Dan Black. Sua cor preferida é lilás e seu filme preferido é O Poderoso Chefão.
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