Houve um lapso muito, MUITO grande entre os bons tempos em que choviam RPGs de primeira no Super Nintendo como Breath of Fire, Chrono Trigger, e Lufia, e entre o tempo em que Golden Sun entrou em cena. Foi só ligar o meu GBA que me foi apresentado não apenas mais um bom RPG, e sim um RPG que agregou tanto um visual mais arrojado como uma qualidade de um RPG daqueles memoráveis!
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Complexo de início, envolvente até o final
Logo de cara, a mãe de Isaac vem acordá-lo no meio de uma tempestade. Você não sabe o que está acontecendo, nem mesmo o próprio personagem que você incorpora nesta jornada. Tudo começa muito vago, e você tem que ajudar a salvar pessoas, uns nomes que não te dizem quase nada no momento surgem volta e meia nos diálogos, mas você tem que seguir adiante, só para ser “intimidado” por dois sujeitos misteriosos bem suspeitos de terem causado a tempestade no vilarejo, e consequentemente, a tragédia que tirou a vida de seu pai, e da família de sua amiga Jenna. E mesmo assim continua tudo muito vago.
Mas depois desses acontecimentos trágicos, mais 3 anos, tudo vêm a tona. Isaac, começa a apreender a usar a Psynergy, para poder ser tão forte e bravo quanto seu pai foi, ao lado de seus amigos Garet, e Jenna. Juntos, eles vão para o Mt. Aleph para estudarem mais sobre Psynergy, e é aí que as coisas vão começar a se desenrolar, e surpresas acontecerão, deixando tudo mais claro, e motivá-lo a começar REALMENTE esta longa jornada para salvar o mundo.
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Esquema de jogo velho, mas com coisa de jogo novo
Golden Sun possui todos os elementos de um RPG das antigas, como batalhas aleatórias e por turnos, cidades, e altos papos com NPCs que fornecem informações úteis ou não. Até aí tudo bem, mas em pleno começo de século XXI era preciso mais que isso.
Além dos gráficos fantásticos, efeitos especiais em partículas, as batalhas em pseudo-3D e uma trilha sonora pra lá de espetacular, Golden Sun impressionou com inovação, graças a presença dos Djinni, criaturinhas mágicas que dão novos poderes aos nossos heróis, e que ainda por cima podem mudar os atributos, classes, e até as magias, dependendo da combinação deles com o personagem! Usando eles em batalha, você ainda pode invocar poderes ou criaturas arrasadores e devastar a frente adversária.
E não é só isso! Quem disse que as Psynergy só servem para atacar? O uso das próprias Psynergy para resolver quebra-cabeças deixa Golden Sun um passo a frente dos outros RPGs aonde a grande maioria dos quebra-cabeças se resumia a apenas empurrar bloquinhos ou apertar botões para abrir portas. Você pode congelar poças de água para formar plataformas de gelo, fazer plantas crescerem para escalar paredes, usar a Psynergy para revelar coisas ou passagens ocultas, e muito mais! Isso acabou deixando as partes dos quebra-cabeças menos monótonas e mais desafiantes.
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Uma vasta jornada…
Para salvar o mundo, é preciso passar por várias cidades, cavernas, desertos, clichês (Ninguém está livre deles, afinal), florestas, e as Torres Elementais. E quem disse que isso é ruim? Bom, a aventura é tão vasta que não sobrou nem espaço para side-quests, que acaba deixando o jogo um tanto quanto linear, mas tirando este único problema, a aventura é de uma longevidade tão absurda que teve que ter até uma continuação, mas aí já é outra história…