Análise: Muscle March (WiiWare)

em 23/02/2010

Hã? Como é que é? Que diabos! Essas são as reações iniciais de qualquer um que em sã consciência entre em contato com esse jogo pela ... (por Arjan Goes Tinoco em 23/02/2010, via Nintendo Blast)

muscle-march1-495x369Hã? Como é que é? Que diabos!

Essas são as reações iniciais de qualquer um que em sã consciência entre em contato com esse jogo pela primeira vez.

Lançado no Japão em março de 2009 e só agora em 18 de janeiro na América, Muscle March, para WiiWare, proporciona uma diversão curta, enjoativa e absolutamente estranha.

Imagine a seguinte situação: Um grupo de fisiculturistas de várias nacionalidades mais um urso polar (sim, um urso polar), estão todos malhando, numa boa. Eis que, subitamente, um excêntrico ladrão rouba o pote de suplemento de proteína do pessoal e sai correndo, transpassando paredes, enquanto os marombeiros, todos trajando sungas, saem correndo atrás do ladrãozinho, enfileirados e atravessando as paredes. Para alcançá-lo, os musculosos têm de fazer as poses que o ladrão marcou na parede quando a transpassou. Sabe aquelas poses de “olha meu bíceps”? Essas mesmas! Se fizer a pose errada, você não se encaixa no formato do buraco, quebrando mais ainda a parede/muro/asteróide e perdendo um coraçãozinho de vida.

select_007Na verdade, o jogo tem Continues infinitos, o que é necessário em algo cujo propósito é apenas uma diversão leve e rápida.

E leve e rápido define bem Muscle March. Se você pega o jeito do jogo, em 30 minutos já fez tudo e está enjoado. O que mantém a vontade de jogar de novo é o fato de ser engraçado. E Muscle_Marchsó.

O que complica para alguns é a parte de “pegar o jeito”, já que os comandos parecem ser simples, mas podem lhe confundir a princípio. Porque, quem vê as poses dos fisiculturistas, pensa em imitá-los, erguendo de fato um braço e descendo o outro, mostrando os seus oleosos e tonificados músculos de gamer para a TV, enquanto basta apenas levantar ou descer de leve cada “braço”, representados pelo Wiimote e Nunchuck. Ou seja, o jogo consiste em alternar entre quatro posições para passar pelas paredes, finalizando com uma corridinha, sacudindo alternadamente Nunchuck e Wiimote para pegar o ladrãozinho de uma vez. Simples, e por isso mesmo extremamente irritante quando os comandos respondem errado. Mas logo fica perceptível que a “manha” consiste em não fazer movimentos muito longos com os controles.

Outro aspecto que pode ser frustrante para quem não se adaptar aos comandos é que, à medida que o compasso do jogo se acelera, pode parecer difícil acompanhar a mudança de posições. É questão de feeling, de pegar o jeito mesmo. E após isso, bom, fica fácil demais e o cansaço supera o entretenimento.

São apenas três cenários, cada um com três ladrões pra lá de estranhos, que vão desde um jogador de futebol americano, um robô espacial, finalizando com o que parece ser uma versão bizarra do surfista prateado.

muscle_march_7Mas a quês tão é: Por que eles querem o pote de proteínas? Por que os musculosos estão todos de sunga? Por que qualquer um, ao atravessar uma parede, deixa um buraco no formado da sua exata silhueta?

Porque não é pra fazer sentido mesmo. E é aí que está 90% da graça de Muscle March. Tal tom de nonsense, com esses cenários coloridos, e situações engraçadas já é familiar para os que jogaram Katamari Damacy, também da Namco.

  • Outro estilo de jogo que ele lembra é o do Chō Aniki

200px-Cho_anikiNão conhece? Veja a imagem ao lado. Sentiu o drama, né?

E esse tom um tanto quanto homossexual também ajuda a compor a graça do jogo, pra você que é seguro da própria sexualidade seja-lá-qual-for e saiba apreciar o humor nonsense.

Além disso, uma curta porém agradável seleção de músicas ajuda a manter o compasso nessa correria pelo pote de proteínas, com uma batida razoavelmente agitada e tom semi-infantilizado. Exatamente como Katamari Damacy.

Uma pena é que o modo Versus não seja em tempo-real. Cada jogador agüenta o máximo de tempo sem errar até passar o controle para o próximo. Você sente que seria mais divertido competir simultaneamente. Desse jeito é a mesma coisa que juntar amigos e ficarem se alternando no modo normal do jogo.

De qualquer modo, é diversão garantida, pelo menos na primeira meia-hora. Um bom jogo pra comprar e jogar de vez em quando, pra passar o tempo ou chocar seus amigos com o “olha só esse jogo que eu tenho”. Só por isso já vale à pena!

Muscle March – WiiWare – Nota final: 6,5

Gráficos: 6 – Som: 7 – Jogabilidade: 5 – Diversão: 8

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