Análise: Sands of Destruction (DS)

em 25/01/2010

O que faz de um RPG um bom representante para o gênero? Essa pergunta pode ser respondida de muitas maneiras diferentes. Para alguns, o ... (por Gustavo Assumpção em 25/01/2010, via Nintendo Blast)

Sands_of_Destruction O que faz de um RPG um bom representante para o gênero? Essa pergunta pode ser respondida de muitas maneiras diferentes. Para alguns, o gênero só vale a pena ao oferecer uma história interessante e personagens carismáticos. Outros já acreditam que um bom sistema de jogo e um game desafiador torna qualquer experiência válida. Mas talvez o RPG perfeito seja o que junte essas características num mesmo título. Será que esse é o caso da nossa análise de hoje?

01cmi5 Sands of Destruction é resultado de um projeto ambicioso, que une SEGA e imageepoch, além de membros de desenvolvimento das séries Grandia, Drakengard e Etrian Odyssey. A direção acabou ficando nas mãos de Kyoki Mikage, da imageepoch e a produção nas do respeitado Yoichi Shimosato, da Sega.

Unindo uma equipe tão talentosa, a expectativa era que o game conseguisse ser um represente de peso para os JRPGs. Muita gente esperou um título do nível de projetos anteriores em que esses designers estiveram envolvidos. Infelizmente, não foi isso o que aconteceu: Sands of Destruction peca no ponto onde mais se esperava dele: a trama e seus personagens.

  • Um enredo que começa bem, mas…

Destruction começa muito promissor. Logo no diálogo inicial já dá pra perceber qual será a tônica da história: uma luta política entre os seres humanos e seres antropomórficos conhecido como Ferals. Esses seres dominam os homens com certa tirania, tomando decisões e eliminando os opositores.

Nesse contexto surgirão dois grupos opostos. O protagonista Kyle é líder de um desses grupos e tem como principal característica possuir um alto poder de destruição, sendo capaz até mesmo de destruir o mundo. A idéia dos Ferals é utilizar esse poder para provocar um novo apocalipse.

Achou interessante? E é. Só que a trama carece de um detalhamento maior, sendo contada com um ritmo insuportavelmente lento. Cenas fracas em informação podem durar vários minutos, tornando maçante a evolução da história. No início isso é ainda mais evidente e não serão poucos os momentos que você vai acabar perdendo a progressão do enredo – por pura e completa impaciência.

  • Sistema tradicional de jogo, poucas inovações

 178170 Se pensarmos em Grandia, em Xenogears e até mesmo em Etrian Odyssey, dá pra perceber que os projetos anteriores da equipe responsável por Sands of Destruction possuem ótimos sistemas de batalha. Cada um deles apresenta particularidades muito bem vindas e se tornaram influências para games posteriores.

É engraçado e decepcionante perceber que o mesmo não acontece aqui, apesar do uso de um novo mapa mundi bastante interessante (e que merece ser copiado por outros títulos do gênero). Fato é que o game peca por dois motivos: o uso de batalhas aleatórias e um sistema de jogo que é funcional demais.

As batalhas aleatórias hoje são completamente desnecessárias. Vimos nos mais diversos exemplos que os títulos que fogem desse estigma conseguem na média serem mais divertidos do que os que insistem nessa fórmula falida. Essa aleatoriedade é irritante e acaba fazendo com que o jogador perca o interesse no game após certo ponto.

178165Já o sistema de batalha em si investe em um sistema diferente, mas não consegue na prática oferecer algo de novo. Cada personagem possui uma quantidade de Battle Points (BP) para usar quando for sua vez de atacar. Existem quatro possibilidades para usar esses BPs, sendo dois tipos de ataques (Blow e Fury) e duas competências (Blood e Life). Cada uma dessas possibilidades pode ser usada com ao simples apertar de um botão, já que elas são dispostas em um sistema que lembra o clássico Super Mario RPG.

Com esse sistema, as batalhas ficam bem dinâmicas e ritmadas, mas perdem muito em estratégia. Talvez a idéia fosse oferecer possibilidades de se pensar os ataques, mas na prática basta apertar os botões e correr por abraço.

  • Visual decepcionante

Infelizmente (mais uma vez), o visual de Sands of Destruction se mostra muito limitado. Embora os traços dos personagens e inimigos sejam de muita qualidade, a construção deles em si no game se mostra muito fraca. Os cenários são sempre lotados de clichês e sem inspiração. A qualidade dos gráficos em si é comparada aos games da primeira leva do console e hoje parece extremamente ultrapassado. Faltou maior cuidado da equipe ao ilustrar a aventura, que poderia sim ser mais agradável aos olhos.

Há a presença de cenas em CG, embora elas não estejam em um bom frame rate e numa resolução muito baixa. É possível perceber várias imperfeições – embora os personagens estejam bem animados.

Já a trilha sonora oferece um certo impacto. De autoria de Yasunori Mitsuda, Shunsuke Tsuchiya, e Kazumi Mitome, ela oferece arranjos bem trabalhados e composições ricas. Destaque para o tema de abertura executado pela Filarônica da República Tcheca e para as melodias de batalha. Também há grande presença de dublagem nos principais diálogos, embora o volume esteja muito baixo, dificultando o entendimento.

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  • Quase lá

Sands of Destruction acaba não se destacando em nenhuma característica e poderia ser melhor em absolutamente tudo o que oferece. Além de algumas ideias frustradas, o game se contenta com pouco e acaba oferecendo uma experiência apenas mediana. Se quiser arriscar, depois não diga que não foi avisado!

Sands of Destruction – Nintendo DS – Nota Final: 6.0

Gráficos: 6.5 Som: 8.0 Jogabilidade: 7.0 Diversão: 6.0

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Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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