Enquanto os donos de Wii carecem em títulos de RPGs tanto na questão qualitativa quanto na quantitativa, os de DS podem se dizer saturados de games de qualidade que fazem jus ao gênero. A confirmação disso é a cada dia maior quantidade de developers e publishers que investem em jogos para o portátil. E não podia faltar a famosa dos RPGs orientais, Atlus, trazendo, mais uma vez para o Nintendo DS um jogo da sua franquia carro-chefe, Shin Megami Tensei. Strange Journey é considerado o quinto jogo da série principal pelos próprios desenvolvedores (segundo eles, o game seria o Shin Megami Tensei IV, porém não podemos esquecer o não numerado Shin Megami Tensei: if...), o que comprova o poder de atração do DS ao trazer para o mundo portátil uma franquia que sempre foi desenvolvida para consoles de mesa.
O enredo vai tocar na moralidade e ética da raça humana. Num futuro próximo, a população mundial alcançou os 7 bilhões de habitantes, mas mesmo assim, a humanidade continuou a crescer, crescimento tal que agia como uma praga para o planeta Terra. Um ponto negro apareceu na Antártica, criando uma ansiedade na humanidade; quando ele começou a se expandir, o medo virou pânico. O Joint Project, um tipo de ONU, numa discussão de como resolver a questão, decidiu enviar 4 veículos com os soldados e técnicos mais experientes do planeta, junto com as melhores tecnologias já desenvolvidas, com uma única missão: investigar a área negra, nomeada por eles como Schwarzwelt, e descobrir como fazê-la parar antes que todo o planeta fosse contaminado.
O jogador encarna um soldado de elite escolhido a mão para o Strike Team, equipado com a Demonica Suit e alistado para trabalhar em um dos veículos, o Red Sprite, sob as ordens do Comandante Gore. Ao entrar no Schwartzwelt, a equipe se vê forçada a lidar com condições extremas, interferência sobrenatural e demônios selvagens. A verdadeira natureza e o motivo do surgimento da terra arruinada serão questões buscadas pelo jogador, mas sabe-se que do começo ao fim, o jogador se questionará se a humanidade merece sobreviver.
A exploração do terreno hostil se dá por primeira pessoa, com auxílio de um mapa presente na tela inferior, revivendo o estilo Dungeon Crawling, característico da franquia, dando um toque mais adulto ao jogo. Falando em exploração, ela é essencial no decorrer do game. Itens estarão distribuídos em diversas áreas das dungeons, e será preciso que os jogadores os achem e levem ao laboratório para serem analisados. O Red Sprite serve como uma base, onde o jogador compra equipamentos e organiza seu grupo. Também é onde ele escolhe as missões que deverá cumprir.
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Escravize seres do submundo
O grupo do protagonista é, como sempre, formado por demônios. O jogador deve recrutá-los por meio de uma negociação durante as batalhas, podendo oferecer dinheiro e itens em troca de sua lealdade. As batalhas seguem o estilo de primeira pessoa, mas com sprites animados, aumentando a dinâmica da coisa. Um novo sistema foi aplicado, o Devil Co-op, que faz com que quando a fraqueza de um inimigo seja atingida, dois demônios de mesmo alinhamento realizem um ataque extra.
A ambientação do game é sombria, num estilo de ficção científica. As áreas a serem exploradas são baseadas em campos de guerra, favelas, zonas de prostituição, entre outros cenários, urbanos ou não, que expõem as partes podres do ser humano, fazendo com que esse seja o foco do game, de forma geral, fazendo com que o gamer se questione sobre suas próprias ações no Schwarzwelt.
Os mestres Kazuma Kaneko e Shoji Meguro estão de volta, para o agrado dos fãs de longa data da série. A arte de Kaneko faz com que Strange Journey não tenha mais aquele estilo teen visto em Devil Survivor, enquanto Meguro decidiu por uma composição orquestrada, dando um aspecto mais épico ao game.
Shin Megami Tensei: Strange Journey é um novo RPG de peso para o Nintendo ds que vai agradar tanto aos fãs da série quanto àqueles que buscam um desfio hardcore para o portátil. Uma jóia bruta da Atlus que será lançada nos EUA em Março de 2010.