Quando o primeiro Super Mario World foi lançado, parecia que o ápice havia sido atingido em todos os sentidos: qualidade, carisma, popularidade, diversão… Mas eis que tentando "aproveitar" o sucesso do original, a Nintendo aceitou o desafio e começou o desenvolvimento de uma continuação direta do primeiro game. Assim surge Yoshi´s Island:
Desenvolvimento conturbado
Com o anúncio de Donkey Kong Country em 1994, a Nintendo não ficou contente ao comparar o resultado técnico que o game alcançava com o concorrente da Rare. É então que Miyamoto decide paralisar o desenvolvimento e criar um novo estilo visual para o game. Assim, surgiu um estilo totalmente novo, onde os personagens e cenários parecem desenhados com giz de cera e lápis de cor. Para suportar tamanho primor, o cartucho acabou ganhando um chip extra, o famoso SuperFX2. O resultado final dessa implementação técnica são gráficos nunca vistos no Super Nintendo com uma riqueza de detalhes impressionante e uma fluência das animações no mais alto nível.
Vale mencionar que aqui está também um dos melhores trabalhos de composição do mestre Koji Kondo em toda a sua história. Cada uma das melodias soa agradável e os efeitos sonoros combinam perfeitamente com as situações.
Apesar do "2" no nome, Super Mario World 2: Yoshi´s Island não é uma continuação, e sim um prequel do original. Isso porque logo na introdução o jogador é apresentado a uma cegonha, que quando trazia os bebês Mario e Luigi para suas mães é atacada pela capanga de Bowser, a magikoopa Kamek. Luigi é então capturado e Mario cai, aterrissando na Yoshi´s Island, lar de dinossaurinhos de várias cores.
A partir daí, cabe a Yoshi resgatar Luigi e proteger Mario até que eles possam ser entregues para seus pais. É claro que Bowser e sua parceira Kamek farão de tudo para que isso não aconteça.
Desafiador e criativo
Esqueça boa parte do que Mario World introduziu. Para essa continuação a Nintendo criou vários elementos novos que ampliaram os horizontes da franquia. Como dessa vez toda a jogabilidade se centraliza no controle do Yoshi, todos os novos movimentos tem uma certa relação com o dinossaurinho. Uma das inovações mais festejadas é a criação pela primeira vez do conceito do pulo duplo. Ao realizar um salto, o jogador pode emendar um outro movimento ampliando a distância do pulo. Esse movimento se torna muito útil pra realizar saltos sobre precipícios ou alcançar lugares mais altos.
Outro novo movimento inserido aqui pela primeira vez é a possibilidade do Yoshi atirar ovos usando uma mira. Aliás o sistema de mira que se movimenta sozinho funciona espantosamente bem, dando ao mesmo tempo desafio e precisão para o ato simples de se atirar um ovo.
Outra boa novidade inserida é que aqui ao se completar uma fase o jogador alcança uma determinada pontuação. O máximo são 100 pontos e o jogador a atinge coletando itens na própria fase. Em cada uma delas são 20 moedas vermelhas e cinco flores para serem adquiridas. O jogador ainda tem que chegar com o contador de tempo no máximo (30 segundos correspondente a 30 estrelas) para alcançar o score perfeito.
Outro destaque é a presença de diversos minigames ao longo da jornada que concedem itens valiosos para o jogador. Itens que podem ser usados a qualquer momento – exceto durante as batalhas contra chefes. Essas últimas por sinal são fantásticas. Aqui estão talvez os chefes mais bem criados pela Nintendo em todos os tempos – principalmente pela criatividade na maneira como devem ser derrotados.
Pra completar o pacote, a Nintendo ainda criou personagens novos que tornaram a jornada mais rica e completa. Destaque para a já mencionada vilã Kamek e para o carismático Pooch, um cãozinho que pode andar sob a lava - de fundamental importância em diversas fases do game.
Bom, então é isso. Procurei dar uma contextualizada aqui no porquê eu gosto tanto desse game. Yoshi´s Island é muito criativo, complexo e completo. Talvez seja um dos games mais impressionantes já criados. Ah, não se engane: a continuação lançada para o DS não é nem 10% do original.