Análise: Dragon Ball: Origins (DS)

Dragon Ball sempre foi uma série de sucesso tanto nos mangás quanto nos animes da televisão, sendo conhecido como um dos animes de maior quantidade de episódios até hoje. Porém tal sucesso só foi alcançando em pouquíssimas oportunidades quando a idéia foi exportada para os vídeo games – o que tivemos, quase sempre, foram jogos toscos que nem sempre agradavam. Uma meia dúzia até hoje se salvam como bons jogos. Fugindo à regra, Dragon Ball: Origins, para o Nintendo DS, é um jogo inteligente, cativante e até mesmo cômico.

Como o título sugere, Dragon Ball: Origins conta as primeiras aventuras de Son Goku, até então conhecido como um humano diferente por ter um rabinho de macaco, e Bulma, uma cientista esperta que está em busca das esferas do dragão que são capazes de conceder um desejo a quem conseguir reunir todas as sete delas. O jogo é bastante fiel ao anime de Akira Toriyama, conseguindo unir a história original ao enredo do jogo, além de manter traços marcantes que consagraram os primórdios da série, como a comicidade e a ingenuidade dos personagens.

Diferente da maioria dos jogos de Dragon Ball que surgiram desde sempre, esse não é um jogo de luta em que você compete em um torneio de artes marciais ou coisa do tipo. Dragon Ball: Origins se encaixa mais em um perfil de jogo de RPG/Adventure em que você deve cumprir com o cronograma das ações que ocorreram no anime original – e isso não é nada tedioso. O jogo utiliza 100% a tela sensível ao toque do DS: todas as ações são feitas à partir da stylus. Para a movimentação do personagem, basta apertar e segurar a stylus para onde você deseja que ele vá. Para atacar os inimigos, basta cutucá-los para que o ataque seja feito e porai vai. No começo é bastante estranho, mas logo o jogador se acostuma. Para os mais conservadores, ainda há a possibilidade de controlar o personagem pelo direcional, o que é bastante desconfortável e pouco prático.

O jogo é dividido em episódios que contam os momentos chaves das primeiras aventuras de Goku ao lado de Bulma. Para finalizar cada episódio desses o jogador terá que enfrentar um punhado de inimigos e resolver alguns puzzles bastante interessantes. E não, não é tão simples assim passar pelos inimigos e pelos puzzles. Goku tem uma série de ataques que para serem executados exigem uma certa prática com a stylus – cutucar os adversários loucamente como se isso fosse resolver os problemas não adianta. Se faz necessário a utilização de técnicas de ataque, estratégia e tudo o mais caso você queira que o pequeno herói escape com vida.

Além disso, foi adotado um sisteminha básico de evolução do personagem, que à medida que vai derrotando inimigos e coletando itens vai evoluindo e adquirindo novas habilidades, muitas vezes necessárias para resolver puzzles e conseguir itens importantes que se encontram em episódios anteriores e que são extremamente necessários para o avanço no jogo.

Os gráficos, apesar de serem modestos, são muito bem trabalhados se considerarmos o poder gráfico do DS. Cada personagem está muito bem detalhado e com suas próprias características, fieis ao anime. Os cenários também foram bem trabalhados, apesar de não terem recebido a mesma atenção que os personagens receberam – em muitos pontos do jogo é possível perceber as coisas demasiadamente quadradas. Os sons permanecem fieis ao anime e ao estilo de Toriyama – trilha sonora, efeitos sonoros e tudo o mais remetem até mesmo os fãs mais esquecidos de volta aos bons tempos do desenho nas manhãs de sábado no SBT.

A Bandai/Namco ainda conseguiu manter os diálogos, expressões e ações cômicas que marcaram o início da série e da carreira de Toriyama. Tanto é que há um momento no jogo que o Mestre Kame pede para ver a calcinha de Bulma em troca de sua esfera do dragão – o que acontece depois todo mundo já sabe né?

Dragon Ball: Origins é um jogo excelente para quem gosta desse estilo. Particularmente eu nunca fui fã dos jogos de luta de Dragon Ball e sempre gostei desses que envolvem a história em si do mangá e do anime com exploração de cenários, coleta de itens e tudo o mais. Quem conhece a série, as histórias e tudo o mais, não precisará de detonados nem de passo-a-passo para soluciona os puzzles e avançar na história do jogo. Para um jogo de DS, Dragon Ball: Origins pode ser considerado longo – em média levasse 10 horas para conclui-lo. Se você for um jogador perfeccionista que gosta de explorar todo o cenário, obter todos os itens e tudo o mais, levará quase o dobro disso (como eu levei). Jogo obrigatório para quem é fã da série e gosta de relembrar os velhos tempos em uma roupagem nova e inovadora.

Dragon Ball: Origins – Nintendo DS – Nota: 9.0

Graficos: 8.5 Som: 9.0 Jogabilidade: 9.0 Diversão: 9.0