Desde 1999 quando a Nintendo mostrou que um game de tabuleiro podia ser interessante, Mario Party se tornou um sucesso absoluto de vendas. Foram três games para o Nintendo 64 e nada menos que quatro para o GameCube, além de um pro Wii, um pro DS e outro pro GameBoy Advance. São esses games que vamos relembrar. Caia na festa, agora!
Mario Party: A fórmula do sucesso
Em 1998, a Nintendo praticamente criou um gênero a parte com o lançamento de Mario Party. Primeiro ao colocar os personagens de suas próprias franquias em um game totalmente novo. Segundo ao desenvolver uma fórmula baseada no conceito dos tabuleiros que funcionasse e ao mesmo tempo fosse bem divertida.
O esquema foi tão bem criado que rendeu nesses mais de 10 anos inúmeros clones. O gameplay consiste em um dado, diversos tabuleiros e uma boa quantidade de minigames. O game sempre é jogado com quatro participantes – mesmo que sejam controlados pela CPU. Após todos rolarem o dado, são disputados minigames de acordo com as casas em que cada um parou: 3X1, 2X2 ou cada um por si.
O esquema funciona muito bem e é extremamente divertido, principalmente com mais quatro jogadores. Tecnicamente, esse primeiro Mario Party não é lá essas coisas. Os tabuleiros são simples, os minigames meio bobos e há pouca variedade. Mas como são os primeiros passos da série, dá pra dar um desconto.
Mario Party 2: A evolução rumo a perfeição
Se em 1998 Mario Party conseguiu se tornar um dos melhores games do Nintendo 64, em 1999 Mario Party 2 evoluiu a importância da série de uma forma espetacular. Isso graças a um investimento maior no balanceamento das disputas e dos detalhes.
Entre os detalhes que tiveram um salto considerável está a riqueza dos tabuleiros, agora maiores e mais cheios de rotas alternativas, no visual dos personagens, que agora se vestem de acordo com o tema de casa localidade e por fim com o aspecto técnico da coisa já que visual e som ganharam um up considerável. É um dos games mais divertidos para se jogar em grupo no N64.
Mario Party 3: Com história é mais gostoso
Se o segundo game evoluiu o primeiro em muitas formas, o mesmo pode ser dito do terceiro. Esse é o game mais completo da franquia no console da Nintendo. A adição de novos itens, personagens e de um inédito modo história, bem planejado e divertido.
Tecnicamente o visual ganhou uma boa melhorada com animações mais fluentes e tabuleiros mais suntuosos. Agora são 70 minig ames inéditos, alguns muito interessantes e divetidos. A criação do esquema de partners no modo história e de uma gama maior de intens torna o jogo menos cansativo e mais interativo. No geral, essa terceira versão é a mais completa de todas no N64, embora ainda esteja longe da perfeição.
Mario Party 4: Com visual melhor, é... pior?!
Depois de uma inspirada mas incompreendida seqüência, a série Mario Party ganhou sua quarta versão em meio a muita expectativa. Afinal não era sempre que tínhamos a estréia num console novo. Isso significava principalmente um visual melhor que o seu predecessor. E isso realmente aconteceu.
Agora a animação era mais fluente, os personagens mais bem construídos poligonalmente, há mais efeitos gráficos e tal. Mas a grande inovação do game era em sua jogabilidade. Com uma quantidade maior de botões no GameCube, o gameplay se tornou mais complicado, mas também mais acessível. Não existem ousadias e nem inovação em seus modos de jogo, oferecendo mais do mesmo. Não que isso tenha sido totalmente ruim.
O game divertia bastante, principalmente quando jogado com mais três amigos. Eram oito personagens jogáveis (Peach, Daisy, Mario, Luigi, Wario, Donkey Kong, Yoshi e Waluigi) e mais de 70 minigames diferentes. Mario Party 4 é um bom game. Não é obrigatório em sua coleção, não te surpreende, não inova, não é tecnicamente perfeito, mas mesmo assim diverte. Diversão não é tudo, mas é fundamental.
Mario Party 5: Mais do mesmo refinado
Pouco menos de dois anos depois do lançamento da quarta versão a série ganhava mais uma continuação. Dessa vez, os minigames eram bem mais inspirados. Havia também um modo Story bastante completo e o número de personagens havia aumentado para 10. A centralização dos tabuleiros era no mundo dos sonhos, o que era uma tentativa de dar um aspecto de novidade a franquia.
Do ponto de vista técnico, um salto considerável havia se dado desde o último game. Isso ficava bastante evidente no visual, principalmente nos efeitos gráficos mais competentes. Por outro lado, a trilha sonora era a pior até então, combinando músicas que pouco tinham a ver com a temática do game. Eram muito toscas pra falar a verdade. Mesmo assim, no aspecto geral, a quinta versão era melhor que a quarta. Principalmente pelo modo Story e pela quantidade maior de minigames e personagens.
Pensando pelo lado gamer, Mario Party 5 é um game muito melhor que a quarta versão. É muito bem feito, visualmente correto e com o melhor modo Story da série. Claro que ele diverte, mas não é lá essas coisas…
Mario Party 6: Fala que eu te escuto... Ou não!
Depois de um bom quinto capitulo da série, a sexta versão chegou em 2004 com uma grande inovação: era o primeiro game do GameCube a fazer uso de um microfone. O que isso acrescentaria para o game era um mistério até que o game saiu em novembro daquele ano. Depois do lançamento e da primeira jogada, ficou claro que o novo instrumento não trouxe nada de muito grandioso ou inovador.
A jogabilidade dos minigames ainda é a mesma e eles também ainda são os mesmos... Pequenas alterações gráficas não alcançaram o efeito desejado: as texturas estão mais pobres e os modelos poligonais mais simples. A trilha sonora continuou sem inspiração (mas as vozes são ótimas). O uso do microfone é pouco e falho algumas vezes. Mas duas coisas merecem destaque: o bom modo Single Player (Story) e os tabuleiros bem interessantes. Mas sinceramente a série dava sinais de desgaste grave já. Não se mexeu em nenhum dos esquemas dos controles e das opções. A sensação era de estar jogando a terceira versão pela terceira vez.
As vendas foram mais uma vez boas, mas nada que apague a falta de brilho dessa sexta versão. Fica claro que ela foi feita apenas para encher os bolsos da Nintendo e também da Hudson. Em grupo continua divertindo, mas por muito menos tempo do que das outras vezes. A sensação é de que a fórmula esgotou, infelizmente.
Mario Party 7: Agora chega, né?
Se com a sexta versão a sensação era de que já estava de bom tamanho, essa sétima causava uma estranha irritabilidade no joga dor, talvez vítima da repetitividade ferrenha do game. Sei lá o porque, mas o game não divertiu mais. Apesar do visual ser o melhor da série até então e das animações estarem num nível excelente, a sensação é de que já chega de continuações.
Essa sétima versão era mais longa e complexa, com um uso mais incisivo do microfone e uma jogabilidade até mais apurada. Mas sei lá, o game é tão mais do mesmo que fica difícil não desligar o console nos primeiros minutos. Além da falta de inovação o game exagera demais nas opções de customização. O multiplayer dessa vez com oito jogadores segura um pouco, mas não tira a sensação de que poderi a ter sido melhor se tivesse inovado e ousado mais.
Resumindo: é um game sem nada de novo e que não vale a pena. Compre a quinta versão que você será mais feliz. No GameCube, a serie Mario Party viveu seu céu e seu inferno. Ao todo forma mais de 7 milhões de unidades vendidas (somando todas as versões). Mas ao mesmo tempo em que divertia, a série se desgastava, ponto que vai atingir o ápice em Mario Party 8 do Wii.
Mario Party Advance: A versão Mini da série
Se os games para console são extremamente complexos e teoricamente completos, o mesmo não pode ser dita dessa versão simplificada e diferenciada da série. Não que simplicidade seja algo sempre ruim, mas nesse caso foi.
São 60 minigames diferentes em um esquema um pouco mais focado no jogo single-player. O grande destaque fica por conta dos itens que podem ser comprados diretamente do Dr. E. G add, que não só concedem jogadas extras nos tabuleiros mas também outras funcionalidades.
O game não é ruim, só é um pouco menos divertido que o normal… Isso só se complica se levarmos em consideração a apresentação mais modesta e o visual pobre, aliado a uma jogabilidade muito focada na sorte. Não é um dos melhores momentos da série.
Mario Party DS: Pequeno notável
Se o primeiro game portátil da série carecia de inspiração, esse aqui pode ser considerado bem melhor. Primeiro porque graças a capacidade do DS, ele parece mesmo uma versão miniaturizada dos games da série nos consoles.
O grande destaque é o visual e apresentação do game, muito bem trabalhadas. O modo story e a grande quantidade de coisas para serem feitas também merece elogios.
O uso da tela de toque também foi bem acima das expectativas. Alguns minigames são muito divertidos e surpreendem o jogador em cada momento. Mas, muitos poderão se queixar que estruturalmente é o mesmo Mario Party de sempre apenas com suporte portátil. E isso não deixa de ser uma verdade…
Mario Party 8 e a necessidade de um recomeço
Quando a Nintendo anunciou a oitava versão da série, confesso que fiquei bem animado. Um Mario Party que usasse o sensor de movimentos do Wii poderia ser um achado. Mas não foi bem isso que aconteceu.
Sem qualquer inspiração, Mario Party 8 fracassou completamente. A premissa de um game mais focado na sorte, com os temíveis doces, torna a disputa chata e em a lguns momentos desesperadora.
Além de faltar diversão, ainda sobram elementos reciclados de outras versões. Isso sem contar os tabuleiros chatos e sem qualquer inovação. A sorte continua influenciando no esquema muito mais que a habilidade, só que dessa vez de forma exagerada.
Como se não bastasse, o visual ainda é fraco na comparação com outros games do console e a jornada parece a todo momento pobre e sem inspiração.
Essa oitava versão mostra bem que a série precisa de um recomeço. De possuir novas características, de se expandir. Talvez com uma possível nona versão a Nintendo perceba que a série é grande demais para ser tão sub aproveitada. Resta torcer para que o futuro de Mario Party seja tão brilhante como foi o começo.