Blast from the Past: Donkey Kong Country (SNES)

em 24/05/2009

Donkey Kong foi durante muito tempo uma série de importância B na Nintendo. Principalmente depois que os arcades começaram a entrar em de... (por Gustavo Assumpção em 24/05/2009, via Nintendo Blast)

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Donkey Kong foi durante muito tempo uma série de importância B na Nintendo. Principalmente depois que os arcades começaram a entrar em declínio. A grande questão era como conseguir um retorno para a série de uma forma dinâmica, inovadora e atual. Foi então que a Big N incumbiu os britânicos da então apenas mediana Rareware de tornar Donkey Kong novamente uma série de importância. É então que surge DK Country.

Um mundo novo

O grande trundo no complexo sistema adotado pela Rare é o de inserir Donkey Kdkc1-donkeyong em um universo praticamente todo novo. Não foram criados apenas personagens novos para interagir com o símio. Um mundo completamente novo, vivo e com inúmeras particularidades foi completamente pensando. O resultado é um game extremamente diferente do original, não só por agora ser um game de plataforma, mas também pelo gigantismo, contrastando com a simplicidade que a série tinha até então.

Ilustrando bem isso, Chris Stamper contou certa vez à Nintendo Power o processo de desenvolvimento:

dkc1-diddy“A realização de Donkey Kong Country não é só uma questão tecnológica. Ela é parcialmente uma questão de sorte, perseverança e uma tonelada de esforço criativo. No verão de 1993, Tony Harman, da Nintendo of America, foi visitar a Rare em um esforço mundial para encontrar desenvolvedores capacitados. Ele viu um simples projeto nosso mostrando um boxeador com cerca de dez quadros de animações que utilizava técnicas de modelagem por computador. Ele percebeu que estava diante de algo grande, quando foi possível converter esse boxer para o Super NES. Até então o problema era tornar esse personagem “vivo”. Quando Tony retornou para os E.U., ele defendeu a causa e com o apoio do Sr. Takeda e Sr. Miyamoto da Nintendo no Japão obteve luz verde ao atribuir fundos para aplicar a nova técnica para um jogo Nintendo. Decidiu-se, como forma de se retornar às origens, que o escolhido seria Donkey Kong, porque o herói tinha antecedentes menos marcantes do que os outros personagens Nintendo, e que significava que a Rare poderia ter maior liberdade na criação de uma nova experiência.

Miyamoto então ficou responsável pela criação, concebendo-o como um DK modernizado e Tim Stamper ficou responsável de colocá-lo no sistema gráfico. As outras peças do puzzle comeram a surgir juntas durante o outono de '93 e inverno de '94. A legião de Kremlings, o crocodilo como inimigo tinha sido criado pra outro game, mas acabou servindo perfeitamente para DK.

Embora os computadores que usamos tenham sido visionados para desenvolvedores usarem para o Ultra 64, o computador também trabalharam técnicas de modelagem para o Super NES. A conversão para 16 bits, foi o único grande problema, porque ele foi empurrando o Super NES muito além do que ninguém pensava que poderíamos fazer, como construir um tipo de motor que poderia impulsionar-nos até a lua” (Nintendo Power, Edição 64, Novembro de 1994)

dkc1-diddyexpressoUm dos pontos que mais possibilitou essa criação de mundo tão detalhada, foi o uso de uma nova tecnologia gráfica. Apelidada de ACM (Advantage Computer Modeling) a tecnologia permitiu a criação de ambientes até então impensáveis para a época. Apesar da maioria desses elementos gráficos inseridos ser completamente estático, a percepção visual é impressionante, tornando a série Donkey Kong Country a do mais belo visual da era 16bit.

Uma obra de arte para os ouvidos

Outro ponto bastante interessante e responsável pelo sucesso que DKC conseguiu, foi a trilha sonora do mago Dave Wise. O compositor conseguiu criar uma trilha tão rica, ampla e com qualidade, que ela se sobrepõe a qualquer outro trabalho do tipo no console. Os dois trabalhos seguintes de Wise, até superam o original, mas todos são de uma qualidade excepcional.

Jogabilidade fantástica

A criação de um universo novo, como já foi dito, possibilitou a inserção de novas mecânicas de jogo. A principal delas foi a inclusão de uma grande quantidade de personagens novos e de inimigos. No esquema, criou-se a necessidade de se coletar bananas e coins, as famosas fases de “Bônus” e as letras k-o-n-g pelas fases. Também foram criados cinco animais diferentes para interagir com os personagens principais. Foi uma adição bastante interessante na mecânica de jogo. O uso deles seguia um pouco a proposta do dinossauro Yoshi, adicionando movimento novos e possibilidades diferentes de se derrotar inimigos.

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Um marco

Donkey Kong Country foi responsável por uma revolução, principalmente pelo uso da nova tecnologia gráfica. Mas também é um game muitas vezes superdimensionado, mesmo contando com alguns defeitos – o principal deles uma jogabilidade um pouco presa, o que foi corrigido posteriormente.

DKC marcou uma era e tornou DK um dos mascotes com mais fãs entre os Nintendistas. É impossível imaginar a história dos games de plataforma sem esse que pode ser considerado um dos trabalhos mais geniais do Super Nintendo.

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Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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