Análise: Alone in the Dark (Wii)

em 14/04/2009

A série Alone in the Dark tem caído de qualidade ao longo dos anos. Depois de um promissor início com excelentes games de aventura e ex... (por Gustavo Assumpção em 14/04/2009, via Nintendo Blast)

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A série Alone in the Dark tem caído de qualidade ao longo dos anos. Depois de um promissor início com excelentes games de aventura e exploração, a série declinou de uma forma poucas vezes vista. Depois de muita promessa da Atari e dos estúdios Hydravision, Alone in the Dark foi sendo coberto de expectativa pela crítica. Apesar das tentativas louváveis de inovação em um gênero repetitivo à exaustão, Alone in the Dark tem os mesmos defeitos que a maioria dos games do gênero.

Um mundo de medo

Talvez a única coisa que realmente se salve no game seja a ambientação. Alone in the Dark se passa em um ambiente insólit85861o, em uma Nova York à beira do caos provocado pelo aparecimento de estranhos acontecimentos em Manhattan. Apesar das incongruências (o primeiro jogo se passava no começo do século XX), a história está superficialmente ligada aos eventos do jogo original e explica certos buracos aparentes, o que o episódio anterior nem se preocupava em fazer. Aqui Edward precisa desvendar o mistério de uma profecia apocalíptica na qual ele é peça-chave, mesmo sem saber de seu passado ou quem ele é, devido a amnésia. Não bastassem as dúvidas, ele se vê em meio a um verdadeiro inferno na Terra.

O enredo não é ruim, mas também não é bom. As muitas reviravoltas e os muitos acontecimentos dão um tom de série americana ao game bem interessante. Isso se aprofunda com o uso de menus e telas de loading inspirados nessas. Pode parecer forçado à primeira vista, mas funcionou muito bem dando uma leveza a um game de terror ferrenho e que inclusive possui algumas passagens de mal gosto.

 

Jogabilidade pior que filme do Uwe Boll

Quem assistiu sabe que a adaptação que o Uwe Boll fez da série é um grande filme… de comédia. É possível fazer um paralelo entre os conceitos dos dois: são tão ruins que tornam motivo de piada.

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Os controles de Alone in the Dark são ridículos. A idéia do estúdio Hydravision foi mesclar dois estilos de jogabilidade num mesmo game: terceira e primeira pessoa. Mas nenhuma das duas funciona como deveria: em terceira pessoa o game fica lento, em primeira fica impr  eciso demais. As batalhas com as criaturas soam bem legais principalmente pela possibilidade de se usar objetos do cenário como armas brancas. Embora inovador, esse sistema é muito impreciso. Várias vezes o objeto segurado pelo personagem fica preso em outros lugares do cenário, além da péssima utilização em áreas com espaço mais confinado. Além do mais, os produtores tiveram a brilhante idéia de fazer com que os monstros só pudessem ser mortos por fogo, tornando as armas brancas e até mesmo as de fogo ''parcialmente'' inúteis. Ficou legal para a trama do game, mas péssimo para a jogabilidade como um todo.

 

Visual incompleto

Quando eu vi os primeiros vídeos e imagens de Alone, tinha quase certeza que ele seria um dos games mais bonitos da história. Mas isso nem de perto aconteceu. O visual do game é legal. Principalmente porque possui elementos interativos nos cenários, boas construções poligonais e efeitos de luz. Mas em alguns momentos a lentidão, a falta de variedade e principalmente as animações que são truncadas e mal feitas com destaque para o andar do personagem principal que é muito ruim, sempre com um olhar apático seja lá o que aconteça à sua volta. A coisa fica ainda pior durante as lutas corpo-a-corpo, com inúmeras quebras e pequenas travadas de animação durante a execução dos golpes. Apesar disso tudo, o sistema de partículas é muito bom, com destaque para a simulação do fogo, realmente bem feira.

Tantos Bugs que parece até game da Ubi Soft

Alone in the Dark 12

Outro ponto extremamente frustrante é que Alone está recheado de bugs. Sites já conseguiram catalogar dezenas deles. Eu sinceramente tenho medo de onde essa geração vai parar. Vemos cada vez mais games cheios de Bugs que tentam render mais do que é possível e que saem antes da hora e cheio de imperfeições. Foi assim com Assassin´s Creed, com Hellboy e agora Alone in the Dark. Falta mais respeito com os gamers e principalmente com os fãs da série que esperam, esperam e continuam esperando até hoje...

Finalizando

Alone in the Dark é jogável. Mas também é um game cheio de problemas graves, de imperfeições e de algumas idéias interessantes. As vezes eu tive a noção de que um pouco mais de polimento resultasse em um game menos ineficiente e que causasse os sustos esperados e que sabemos que a série pode render. Alone in the Dark decepcionou quem esperava um Survival Horror de respeito, mas quem sabe uma continuação não trabalhe melhor suas deficiências?

Alone in the Dark – Nintendo Wii – Nota Final: 4.0

Gráficos: 5.5 Som: 7.0 Jogabilidade: 3.5 Diversão: 5.0

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Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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