Blast from the Past: International Superstar Soccer

em 14/03/2009

Da Silva, Ferreira, Cícero, Paco e Vicento; Roca, Beranco, Santos e Padilla; Gomez e Allejo. Essa é a escalação do melhor time da seleção... (por Jones Oliveira em 14/03/2009, via Nintendo Blast)

Da Silva, Ferreira, Cícero, Paco e Vicento; Roca, Beranco, Santos e Padilla; Gomez e Allejo. Essa é a escalação do melhor time da seleção brasileira de todos os tempos. Tão lendário quanto a escalação brasileira, Superstar Soccer marcou o início de toda uma era de jogos de futebol. Relembremos um pouco desse clássico do SNES.

 

Em 1994 o SNES já tinha inúmeros títulos de jogos de futebol, dentre eles um dos que mais se destacava era Goal! da Jaleco. Contudo, era notória a falta de qualidade gráfica e, consequentemente, realismo nos jogos do tipo. A Konami, que já tentara dois jogos de futebol até aquele ponto, resolve mais uma vez se arriscar no ramo e aproveita a “marola” da saudosa Copa do Mundo de 94. Com um propósito extra, a Konamia consegue desenvolver aquele que seria o jogo marcante na infância de muito brazuca fissurado por futebol: International Superstar Soccer (ÊêêÊhhhnnnn)

 

 

O Jogo

Superstar Soccer foi um jogo excelente em todos os aspectos. O jogo se destacou dos demais por trazer, pela primeira vez, jogadores com aspecto adulto e parecidos com pessoas reais. Sendo o primeiro de todos os tempos a trazer números nas costas das camisas dos jogadores, ISS chamou a atenção de crianças, adolescentes e adultos. O realismo era único, a jogabilidade inovadora e, para variar, super divertido.

O jogo trazia além do modo básico de exibição, outros 5 modos de jogo: International Cup, World Series, Scenario, Penalty e Training. Nos dois primeiros temos a simulação da Copa do Mundo e de um campeonato mundial por pontos corridos. No Scenario (o meu preferido) você encontra uma série de situações adversas que devem ser superadas. E os modos Penalty e Training são apenas para diversão, sem um objetivo em específico.

 

Gráficos

O jogo explora bem o potencial gráfico do nosso querido SNES. Os sprites dos jogadores, apesar de serem todos iguais em forma e formato, pela primeira vez diferenciam jogadores por cabelo e cor de pele. Alguns jogadores tiveram características próprias atribuidas aos seus bonequinhos – com facilidade você identifica quem é Roberto Baggio, Lalas, Valderrama e cia. Os uniformes também receberam detalhe gráfico jamais visto – detalhes como espaços para marcas na parte frontal das camisas, pequenos detalhes nos shorts e principalmente os números nas costas das camisas, nunca haviam sido vistos até aqui.

Os gráficos não foram caprichados apenas nos sprites dos jogadores, mas também nas texturas dos campos, dos fotógrafos que ficam atrás do gol e até mesmo nos torcedores. É claro que o nível de detalhe não é tão grande, mas percebe-se claramente que a Konami se preocupou até com isso.

Som e Jogabilidade

Superstar Soccer se destacou dos demais por trazer vozes narrando o jogo além do “Gooooooooaaaaaaaaaaalllllllllll”. No jogo escuta-se o Galvão Bueno americano dizendo “Foul”, “Free Kick”, “Throw In” entre outros. É bobo? Sim, parece bobo para nós hoje em dia, mas para a época isso foi o que revolucionou o mercado.  Além da narração, temos ao longo de toda a partida a torcida gritando algo que até hoje eu só consigo identificar como “Time Out, Time Out”, além de um tambor batendo ao fundo. Tudo bem que é algo bem rústico, mas houve a preocupação de estabelecer níveis (na realidade só dois) de empolgação da torcida: se você está no ataque, eles gritam feito louco; se estiver no meio de campo ou na defesa, ela fica meio calada.

A jogabilidade é plausível e definiu praticamente os controles de jogos de futebol que temos até hoje. Um botão para correr, um para chutar ao gol, outro pra “isolar” a bola e outro para passar a bola – é assim que os conhecemos até hoje. Antes de ISS era comum vermos jogos em que os jogadores corriam por padrão e os botões eram muito mal definidos. A partir dele, meio que houve uma padronização. Com isso os controles ficaram simplificados e passamos a ter um jogo extremamente simples de se jogar. Eu posso dizer que no primeiro contato o jogador se acostuma com os controladores.

Os jogadores possuiam características técnicas distintas também e isso ficava muito evidente nas partidas. Chutar ao gol com o nosso artilheiro Allejo não é o mesmo que chutar com o nosso lateral Padilha. Essas características, conhecidas posteriormente por atributos, passaram a ser adotas por padrão em todos os jogos de futebol dali para frente.

Se você estiver acostumado com os jogos de futebol de hoje em dia em que os jogadores tem “vontade própria” de, por exemplo, correr atrás da bola mesmo você tendo-o selecionado, no ISS o jogador selecionado só faz o que você quizer. Isso pode ser um pouco chato para algumas pessoas, mas demonstra que você tem controle total sobre o jogador.

 

Finalmentes

Superstar Soccer deu início a uma franquia de sucesso da Konami e ainda deu idéia para os jogos da série Winning Eleven/Pro Evolution Soccer que conhecemos hoje. Talvez numa tentativa desesperada, a Konamia acabou acertando na fórmula. O jogo é divertido, desafiador e, mesmo hoje, muito bom de se jogar. O sucesso na América Latina, em especial no Brasil, foi imediato. Quem nunca foi a uma game com 3 ou 4 amigos para fazer mini-campeonatos de Superstar Soccer durante uma tarde dizendo pro carinha da loja deixar o “tempo aberto”? Me recordo de por muitas vezes pegar uma graninha escondido e sair sorrateiramente em plena 2 da tarde apenas para matar o vício que tanto me matava.

ISS foi tão bem aceito pelo público brasileiro. Não demorou muito para surgirem as versões de rodoviária do jogo – os famosos “Campeonatos Brasileños” e os jogos em homenagem ao fôfomeno como o “Ronaldinhoooo Campionato Brasileño Noivienta e Otxooo”. Nada melhor do que poder jogar com times nacionais e com nomes de jogadores reais heim?

Sem dúvidas esse é um jogo que fez parte da infância de gamemaníacos futebolísticos e merece ser jogado sempre para relembrar os bons e velhos tempos do nosso mais que querido SNES.

 

Não, eu não poderia terminar esse post sem falar dos famosos “macetes” que existiam! Quem não lembra do Cima, Cima, Baixo, Baixo, Trás, Frente, Trás, Frente, B, A, Start para deixar os jogadores com os status todos positivos? E o B, B, X, X, A, Y, A, Y, Frente, Trás, X, Start pra jogar com o time dos Superstar e mandar ver no seu amigo? E detalhe, tinham que ser feitos no segundo controle, senão não pegavam. Ê nostalgia :D

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