Blast from the Past: A série Kirby, desde os primórdios

em 11/02/2009

O que Kirby é exatamente?...Uma almofada? Uma nuvem? Um chiclete mastigado? Essa é uma das grandes dúvidas da história da Nintendo. Nem me... (por Gustavo Assumpção em 11/02/2009, via Nintendo Blast)

O que Kirby é exatamente?...Uma almofada? Uma nuvem? Um chiclete mastigado? Essa é uma das grandes dúvidas da história da Nintendo. Nem mesmo seu criador Masahiro Sakurai sabe definir o que é ou do que é feito aquela bolota rosa. O que sabemos é que ele é um dos personagens mais únicos já criados. ntrkirbydslogo1uhSeu poder de engolir e copiar as habilidades dos inimigos é fantástico e o mundo onde vive é extremamente carismático. Aliás, carisma não falta ao longo desses quase 17 anos de games  que transbordam diversão. É o personagem mais fofo da Nintendo que recordaremos a partir de agora:

  • Fofo, mas de força interior

kirbyOriginalmente, Kirby se chamaria Popopo. Ele seria apenas um sprite no formato de bola com a cor rosa. Mas Shigeru Miyamoto pensava em Kirby de forma diferente. Ele queria o herói amarelo. Esse impasse fez com que o herói não tivesse uma cor definida quando o primeiro game foi lançado. Nele, Kirby era branco no game e rosa na capa. A escolha do nome Kirby também é rodeada de mistérios. Uns dizem que o nome era uma homenagem a um alto conselheiro da Nintendo, mas a hipótese mais aceita é a de que ele adotou o nome de uma compkirby1anhia que fabricava aspiradores de pó, principal característica da bolota rosa.

Apesar de sua aparência frágil, Kirby é um personagem muito preocupado com o bem estar das pessoas e não mede esforços para lutar pelo bem. Ele é alegre e inocente, gosta de comer Maxim Tomates e de cozinhar. Não é muito falastrão, geralmente só diz um “olá”. Possui muitas habilidades, mas a principal delas é a de engolir os adversários e copiar os seus poderes. Ele também pode voar, já que é muito leve e quando se enche de ar ganha as habilidades de um balão.

  • Na TV e nos mangás.

Engana-se quem pensa que as aparições de Kirby se resumem aos jogos. Ele é um raro exemplo de personagem que conseguiu angariar um universo muito maior. Seu anime Kirby Right Back No Ya! é distribuído no ocidente pela 4kids, a mesma que cuidou da série Pokémon. kirby 3No anime estão presentes os mesmos elementos que fizeram da série um sucesso. As batalhas ferrenhas com King Dedede, as cópias de habilidades e a alegria e surrealidade dos jogos estão todos lá.


Nos mangás, Kirby fez aparições, mas todas elas restritas ao público japonês. Das diversas séries, a mais longa foi Kirby of the Stars, escrito por Hirokazu Hikawa com os mesmos temas recorrentes nos games. O personagem também ganhou comics que ficaram famosos na Alemanha, mas esses fugiram demais do original e não ganharam reconhecimento dos fãs.

  • Nos games

A estréia de Kirby nos games foi em 1992 com o lançamento de Kirby´s Dream Land. Agora vamos relembrar todos os momentos da bolota rosa no ocidente, e olha que foram muitos!

Kirby´s Dream Land – GB – 1992

O primeiro game da série possuía uma jogabilidade extremamente parecida com a que temos hoje na série, mas com uma diferença fundamental: Kirby inalava os inimigos mas não copiava suas habilidades. No game de apenas cinco fases, já ficava claro como Kirby possuía potencial. Graças ao bom número de vendas ganhou uma continuação pouco mais de um ano depois.

Kirby´s Adventure – NES – 1993

Foi no segundo game da série que Kirby passou a copiar as habilidades dos inimigos. O primeiro game no NES era mais bonito que o lançado para o Game Boy levando o potencial do console ao limite. Tinha uma grande diferencial: o personagem pela primeira vez tinha a cor que seria uma de suas marcas registradas: o rosa.

 

Kirby´s Pinball Land – GB – 1993

O primeiro spin-off da série não agradou tanto quanto os demais games. Era um típico pinball com poucas adições das características da série. Divertia, mas não tinha todo o carisma dos games anteriores.

 

Kirby´s Avalanche – SNES – 1995

Dois anos fora do mercado trouxeram Kirby num clone divertidíssimo da famosa série Puyo Puyo da Sega. Apesar de simples e meio bobinho tinha uma excelente trilha sonora e uma jogabilidade excelente. Mas, de novo, Kirby parecia descaracterizado.

 

Kirby´s Dream Course – SNES - 1995

Mais uma vez descaracterizado, Kirby protagonizava um estranho puzzle com elementos de Golf, pontuado por uma perspectiva isométrica bem estranha. Mais uma vez o game não conseguiu repetir a qualidade dos primeiros da série.

 

Kirby´s Dream Land 2 – GB – 1995

Finalmente Kirby voltava ao universo que o consagrou depois de dois anos com games frustrantes no mercado. Dessa vez eram sete habilidades diferentes ao longo das fases ambientadas em Dream Land - por sinal muito bem criadas. A presença de outros personagens também deu vida nova à série que voltou ao lugar de destaque.

Kirby´s Block Ball – GB – 1996

Mais um puzzle da série, Black Ball reinventava o clássico Breakout. Eram diversos níveis e em todos eles estavam presentes as características típicas da série como a cópia de habilidades e inimigos, que já existia nos demais games da bolota.

 

Kirby Super Star – SNES – 1996

Quando foi lançado, Kirby Super Star superou todos os games da série lançados anteriormente. Dessa vez eram oito jogos diferentes em um, todos tão bons que mereciam ser lançados separadamente. A trilha sonora e o visual eram excelentes com destaque para a primeira, repleta de melodias bem compostas e de efeitos sonoros inesquecíveis. Entre os games haviam puzzles, um game de aventura em planetas e um jogo onde Kirby deveria achar 50 tesouros escondidos, estes remetendo a passagens importantes da história da Nintendo. Até hoje é não só o game mais lembrado da série, como também um dos melhores.

Kirby´s Star Stacker – GB - 1997

O melhor puzzle da série. Star Stacker era uma versão de Tetris Attack, sucesso do SNES. Saíam os elementos da série Mario e entravam os da série Kirby. Era curto, mas fabulosamente divertido principalmente por oferecer um desafio bastante grande principalmente nos níveis mais elevados.

 

Kirby´s Dream Land 3 – SNES – 1997

O ultimo game do SNES agradou. Apesar de mais uma vez pecar no tamanho, havia 72 habilidades diferentes nos mais diversos ambientes. Outro destaque era a possibilidade de dois jogadores poderem se divertir ao mesmo tempo.

 

Kirby 64: The Crystal Shards – N64 – 2000

A estréia da série nos 64 bits foi interessante. Apesar de pouco inovador e de possuir características muito simples, ainda era muito gostoso de se jogar. Graficamente possuía cenários com poucos detalhes e uma trilha sonora menos inspirada Na jogabilidade a inovação vinha da possibilidade de se combinar duas habilidades para formar uma mais forte. Apesar de curto, é um game imperdível da série.

Kirby Tilt´n Tumble – GBC – 2001

O game Kirby mais inovador. O cartucho provocou uma revolução ao vir com um sensor de movimentos embutido que reconhecia perfeitamente movimentos com o portátil. Em fases inspiradas e muito divertidas, bastava movimentar o Game Boy para que Kirby seguisse a direção apontada pelo jogador. Fugia dos elementos da série, mas era genial.


Kirby Nightmare in Dreamland – GBA – 2002

Remake de Kirby´s Adventure de 1993, o game é exatamente igual. Apesar de não ter nenhuma adição, valia a pena pelo esquema completamente retrô e sem complicação. Os gráficos estavam num nível superior, lembrando o dos games do SNES. Curto e fácil, mas muito divertido.

Kirby´s Air Ride – GC – 2003

Motivo de piada, esse game ficou conhecido como “o game de um botão”, graças ao uso simples do controle e exagerado do botão A que fazia todas as funções. Era um game muito fácil e infelizmente decepcionou pela quantidade básica de pistas e de elementos na jogabilidade. Se tivesse sido um pouco mais lapidado poderia ter feito um sucesso grande.

Kirby and the Amazing Mirror – GBA – 2004

Game divertido, e muito agradável, Amazing Mirror tinha Kirbys de várias cores que o auxiliava nos momentos importantes do jogo. Não trazia nada de novo, mas era bem prazeroso para se perder umas (poucas) horas. Destaque para o celular que chamava os Kirby´s para ajudar o jogador.

Kirby: Canva´s Curse – DS – 2005

Me arrisco a dizer que é o melhor game da série. Mesmo não controlando Kirby (o jogador construía o caminho de tinta com a Stylus onde a bolota deveria passar), o game pode ser considerado genial. Um design de fases incrível e cheio de novidades, belíssimo visual, controles que respondiam muito bem e modos de jogo divertidos, o game é uma jóia rara do DS. Merece ser jogado por fãs de Kirby e de bons games de plataforma.

Kirby: Squeak Squad – DS – 2006

Aqui a série voltou a tradicionalidade. Eram poucas fases em um game curto que remetia a características dos games mais antigos – e isso inclui passagens bem retrô e um esquema bastante simplista. Não tem nada de exuberante, mas diverte assim mesmo. Pecou exatamente por contrastar com a genialidade do game anterior - Canva´s Curse.

 

Kirby Super Star Ultra – DS - 2008

kssu1Remake do ótimo game do SNES, Ultra recriou alguns momentos, melhorou o visual, adicionou dois novos jogos e tornou o game mais desafiador. Não tem jeito, esse é “O” game da série. O que era bom no SNES, ficou ainda melhor portátil.

 

 

  • Participações como coadjuvante:

Sendo um personagem tão interessante, Kirby fez participações especiais e m vários outros games da Nintendo. Abaixo a lista. Se não viu ele lá, procure!

The Legend of Zelda: Link's Awakening (GB, 1993)
The Legend of Zelda: Link's Awakening DX (GBC, 1998)
Super Smash Bros. (N64, 1999)
Super Smash Bros. Melee (GC, 2001)
Super Smash Bros. Brawl (Wii, 2008)

 

  • Muita coisa pra rolar ainda

kirby_star_2Ao longo desses 16 anos foram 17 games diferentes e muitas horas de diversão. Engana-se quem pensa que a série para por aí. Estão previstos para esse ano um novo game para o Wii, infelizmente ainda sem qualquer informação adicional divulgada. Mas o mais importante é que com Kirby vemos que visual é uma parte do todo, mas não mais importante que o conjunto. Esse visual infantil conduz uma das séries mais cativantes da história da Nintendo.

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Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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