Análise: Chrono Trigger (DS)

em 03/12/2008

Qual foi o jogo dos seus sonhos? Essa pergunta complexa é respondida por muitos com o nome do game mais ambicioso de todos os tempos. Cri... (por Gustavo Assumpção em 03/12/2008, via Nintendo Blast)

Qual foi o jogo dos seus sonhos? Essa pergunta complexa é respondida por muitos com o nome do game mais ambicioso de todos os tempos. Criado pelo Dream Team, que unia os principais nomes das duas principais produtoras japonesas na época (a Square e a Enix), Chrono Trigger sempre foi coberto de expectativas. Só para se ter uma idéia, a equipe era formada pelo magistral Akira Toriyama no character designer, Yuji Horii e Hironobu Sakaguchi na direção, Nobuo Uematsu na composição da trilha sonora e produção de Kazuki Aoki. 

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Depois de tanta expectativa, Chrono Trigger foi lançado em 1995. Confesso que só tive a oportunidcronoade de jogá-lo por volta de 1999, e a experiencia proporcionada pelo game, não há outra palavra melhor, é memorável. Chrono Trigger começa sua história no ano 1000 da era atual no dia da Millenium Fair que ocorre anualmente no Reino de Guardia. Chrono, vai a festa para encontrar-se com Lucca, a inteligente e sagaz amiga do nosso protagonista. Enquanto anda pelo local, Chrono esbarra sem querer em uma garota de longos cabelos claros. Seu nome é Marle e rapidamente eles parecem se tornar amigos. Marle e Chrono vão então encontrar Lucca que naquele dia estaria expondo sua mais nova invenção: uma máquina de teletransporte. O primeiro a testar a engenhosidade é Chrono que é transportado com sucesso entre os polos da máquina. Encantada, Marle decide tentar também, mas algo dá errado. O pingente que a garota usava emite um forte brilho e ela é sugada para dentro de um misterioso portal. Chrono e Lucca não veem escolha e também entram no portal para tentar salvar Marle. É aí que a aventura tem início.

  • Deus Chronos me responda: quem te seduz?

A história de CT pega emprestado elementos da mitologia grega de milhares de anos atrás. Os gregos contavam a história da personificação do próprio tempo em um ser humano híbrido com três cabeças: uma de leão, uma de touro e outra humana. A história do Deus Chronos serviu de inspiração para o vilão da trama, o perverso Lavos, que na trama influenciou em toda a história do planeta desde sua evolução tecnológica até na existência de vida.

Sem spoilear, o uso de um roteiro que converge em várias eras diferentes é o grande trunfo da história de CT. Embora algumas vezes as conexões sejam difíceis e o entendimento do roteiro não seja muito simples, o game consegue agradar porque desenvolve uma trama adulta e nada convencional. Os personagens jogáveis (Chrono, Marle, Lucca, Robo, Frog, Ayla, Magus) possuem todos uma história própria riquíssima, envolvimentos atemporais inteligentes e principalmente são carismáticos. Em muito a culpa desse carisma é do traço marcante do mago Akira Toriyama. Mas não podemos deixar de mencionar que as características pessoais dos próprios personagens também contribuem para o carisma.

  • Unidos venceremos

A jogabilidade de Chrono Trigger é um dos pontos que mais merece elogios. Primeiramente ela prima pelo dinamismo. Não há batalhas desnecessárias e cansativas durante o game. Parte desse problema foi abolido com o fim das batalhas aleatórias, pesadelo de muitos jogadores. Podendo ver os inimigos, o jogador pode definir se quer ou não batalhar e até mesmo pode usar um item antes do combate se estiver com pouca energia. As vezes tudo isso parece bobagem mas não é.

O sistema de batalha é baseado em um conceito novo, onde cada personagem pertence a um elemento diferente. Os ataques especiais podem ser de dois tipos: os simples e os combinados. Na segunda opção, os personagens juntam seus ataques em um ainda mais forte e devastador. Apesar de não ser a primeira vez que esse tipo de recurso foi utilizado (pelo menos creio eu), foi sim a primeira vez que ele foi usado com qualidade e competência.

Outro ponto favorável para CT é a dificuldade. Ela em nenhum momento é exagerada para se tornar frustrante ou fácil demais para não ser desafiador. O balanceamento do game é um dos melhores que eu já vi. E olha que sou grande apreciador de RPGs japoneses. Há algumas considerações negativas a serem feitas como por exemplo o baixo número de itens e de equipamentos ou então a existência de personagens mais eficientes e outros menos eficientes nas batalhas. Mas nada que comprometa muito.

  • Visual ótimo... para 1995

Eu realmente queria que a Square tivesse recriado o visual de CT, assim como ela fez com FF IV e FF III. Mas curiosamente esse update gráfico nem faz tanta falta assim. Para um game de 1995, ele é belíssimo com visuais riquíssimos, variados e cheios de detalhes. Personagens e inimigos bem animados e pixels detalhados completam o pacote.anime03

Mas é nas cenas em anime que o coração acelera. Elas são as mesmas do port lançado em 2001 para o Playstation que para muitos foi a primeira oportunidade de ter algum contato com a série. Apesar de não rodarem em uma taxa de Frames por segundo muito alta, contribuem para aclimatar o jogador com a história.

A trilha sonora composta pelo gênio Nobuo Uematsu com participação de Yasunori Mitsuda e Noriko Matsueda é na minha opinião apenas boa. Algumas pessoas consideram CT como o melhor trabalho de Uematsu . Eu particularmente considero outros projetos dele bem mais consistentes (como Final Fantasy VI e Romancing SaGa 2) . Algumas vezes eu sinto falta de uma variedade maior de canções e de efeitos sonoros mais contundentes. Pode ser apenas implicância minha... 

  • As novidades dessa nova versão

Até agora, todas as considerações feitas servem tanto para o original de SNES como para esse port que acaba de ser lançado. Esse port para o DS acrescenta algumas coisas bastante importantes para o seguimento do universo de Chrono. As principais delas criam uma ponte até então pouco existente em CT e Chrono Cross (o simplesmente fenomenal game do PSX). Assim que o jogador termina o game, um portal extra aparece com uma dungeon completamente nova e outros paparicos.

A principal dungeon extra se chama Time Distortion/Dimensional Vort ex. Assim que terminá-la você vai ter acesso a uma passsagem muito importante para o entendimento da ligação existente com Cross. A sensação é que eles estão ligando os pontos para uma possível continuação (já pensou einh!).  As outras duas "dungeons" extras são Lost Sanctum, onde você faz missões para alguns Reptites que fugiram de Dinopolis, e a Arena, onde você cria monstros e enfrenta outros para ganhar itens.  Na verdade elas são mais mimos da Square para os fãs do que realmente dungeons.

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  • Considerações Finais

Chrono Trigger é ainda hoje mais de 13 anos depois de seu lançamento um game impressionantemente bom. Eu me arrisco a dizer que é melhor que qualquer game lançado esse ano. Não só pelo enredo soberbo ou pela jogabilidade ousada para a época. É pelo conjunto da obra mesmo. Obra de arte diga-se de passagem. Poucas vezes um game foi tão arte como Chrono Trigger. E isso permanece absolutamente intacto nesse remake de DS. Mais que recomendado!

Chrono Trigger (DS) - Nota Final: 9.5

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Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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